A Editora Opet abriu o período de inscrições para o 14º Prêmio Ação Destaque, um dos mais importantes do país no segmento de sistemas de ensino. O Ação Destaque é realizado dentro do Seminário de Gestores Municipais, que em 2024 está chegando à sua décima segunda edição. Neste ano, com explica a gerente pedagógica e organizadora do prêmio, Cliciane Élen Augusto, o tema articulador do Seminário é “Transformar, inovar e inspirar: o desafio de educar na rede pública” – e ele se conecta diretamente ao Prêmio Ação Destaque.
“A cada edição do Seminário e do Ação Destaque, dialogamos e estabelecemos um tema articulador que se conecta às questões, demandas e vivências dos nossos professores e gestores conveniados na educação pública. Neste ano, o foco é o desafio de cada profissional, de cada rede, e os caminhos encontrados para oferecer uma educação de qualidade”, observa. Os projetos inspiradores que participam do Ação Destaque são desenvolvidos a partir dos materiais didáticos Sefe, da Editora Opet.
Novidades
Neste ano, o prêmio traz algumas novidades que foram anunciadas no ano passado. A primeira delas é a criação de uma nona categoria – além das já existentes e consagradas – que tem como objeto os projetos desenvolvidos no âmbito das secretarias municipais de Educação.
Outra mudança, feita a partir da escuta dos educadores e dos gestores, é o desenvolvimento de uma trilha pedagógica – um passo a passo – para o desenvolvimento dos projetos. “Com essa trilha, que abrange desde a concepção até a percepção dos resultados finais do projeto, colaboramos para reforçar a qualidade desses trabalhos. Ela foca aspectos como a intencionalidade, o nascimento do projeto, seus desenvolvimento e impactos educacional e social”, observa Cliciane. A respeito dessa trilha pedagógica, nesta semana a Editora promoveu uma live, que pode ser conferida aqui.
Uma terceira mudança diz respeito ao número de projetos por município: neste ano, cada rede municipal parceira poderá inscrever até 20 projetos de seus professores e gestores. Outra regra, divulgada já no ano passado durante o Seminário de 2023, diz respeito à participação: finalistas de uma edição do Ação Destaque não podem participar a edição seguinte; eles podem, porém, participar normalmente da edição subsequente a esse ano (por exemplo: um finalista de 2023 poderá participar em 2025, um finalista de 2024 poderá participar em 2026).
“Com essas mudanças, estamos estimulando o desenvolvimento de projetos por outros profissionais das redes de ensino, que também merecem ser conhecidos. Nossos parceiros nas redes municipais têm muito a mostrar, muito com que inspirar outros educadores. Essa é a proposta do Prêmio Ação Destaque”, finaliza Cliciane.
Acesse o site, conheça o regulamento e faça a sua inscrição!
Agora é oficial: o Grupo Educacional Opet e a Tecnodata Educacional assinaram o contrato de aquisição, pelo Ígnea – sistema de ensino Opet para as escolas privadas – dos serviços da plataforma de estudos EnemFlix.
✅ Desenvolvido pela empresa curitibana Tecnodata, o EnemFlix passa a ser uma exclusividade Ígnea. Como o nome indica, é um recurso digital voltado à preparação dos estudantes do Ensino Médio ao Enem, com um formato amigável e atraente, baseado na arquitetura das plataformas de streaming.
A presidente do Grupo Educacional Opet, Adriana Karam, destaca a importância da incorporação do EnemFlix ao Ígnea. “O Ígnea oferece às escolas privadas uma proposta educacional diferenciada e inovadora, e o EnemFlix é um excelente exemplo disto.”
Adriana observa, ainda, a forma de integração dos conteúdos de estudo no EnemFlix. “Eles são articulados de diferentes formas, tendo como fio condutor um modelo comunicacional lúdico e de alto engajamento. Isso é fundamental para uma boa preparação ao Enem.”
Para Celso Alves Mariano, diretor da Tecnodata, o EnemFlix aproxima as escolas e os estudantes do Enem, mas de um jeito diferente.
“O Enem marcou uma transformação na forma como a aprendizagem é construída – ela passou a ser integrada e conectada ao cotidiano.Ainda há, porém, muita dificuldade em abandonar o modelo antigo de estudos, conteudista. Com o EnemFlix, mostramos que é possível fazer as trilhas de aprendizagem de forma confortável – lúdica, didática, pedagógica e efetiva.” Nesse sentido, reforça, a aproximação com o Ígnea foi ideal. “O sistema de ensino caminha exatamente nessa direção.”
Cesar Bruns, também diretor da Tecnodata, segue a mesma linha de raciocínio. “Em primeiro lugar, ficamos felizes pelo reconhecimento, pela Opet, da qualidade do EnemFlix, que é fruto de muitos anos de trabalho”, diz. “E ficamos felizes em perceber, no Ígnea, a mesma linha de ação no sentido de reduzir o sofrimento dos estudantes e dos mantenedores em relação ao Enem – com inteligência, ludicidade e recursos acessíveis.”
O diretor da Editora Opet, Adriano de Souza, destaca o ineditismo do EnemFlix. “A proposta é muito interessante e vai ajudar as escolas, os gestores e os estudantes na preparação para o Enem. Quem conhece o EnemFlix se encanta! É uma ferramenta envolvente e muito efetiva para os estudos.”
Como funciona o EnemFlix
✅ Pesquisas de mercado recentes (Panorama Mobile Time/Opinion Box, Roku e Hibou, 2023) indicam que entre 70% e 75% dos brasileiros – muitos deles, jovens – são usuários regulares de serviços de streaming. Eles assistem a seriados, reality shows e filmes e também estão familiarizados com os formatos e com a arquitetura dos serviços.
Esses formatos e arquitetura, aliás, foram especialmente concebidos pelos criadores dos serviços de streaming para engajar, envolver e despertar o desejo de ver mais. São, enfim, amigáveis, atraentes e construídos a partir de um conhecimento profundo da psicologia do consumidor.
Partindo dessa percepção, a Tecnodata Educacional aproximou os temas do Enem da linguagem dos serviços de streaming. Nascia, então, o EnemFlix. “A metodologia do EnemFlix melhora a pontuação do aluno e também os conhecimentos dos professores, e pelos mesmos motivos. A interface e layout são inspiradas na NetFlix, disponibilizando os conteúdos em séries, formato que caiu no gosto popular nos últimos anos”, explica Celso Alves Mariano.
Catálogo
✅ A primeira coisa que salta à vista dos usuários do EnemFlix é o “catálogo” da plataforma, formado por cinco séries que abordam os temas, questões e modos de estudo para o Enem: “Eureka!”, “Ninjas!”, “Simulados”, “Escrever Bem Vale 1000 pontos” e “Trilhas de Aprendizagem”.
Cada série, como explica Celso Mariano, tem uma finalidade específica, desenvolvida para melhorar habilidades necessárias para que o candidato tenha um bom desempenho no Enem. “No Brasil, as escolas ensinam os alunos de um jeito, e o Enem avalia o conhecimento por um viés diferente, o que gera frustração em professores e alunos. Muitas escolas, apesar de todos os esforços, encontram dificuldades em preparar seus alunos para o Enem. Outras carecem de professores preparados para essa demanda – lembrando que o Enem e o vestibular são coisas diferentes, com preparações distintas”, observa. “Quem se prepara para o vestibular dificilmente tem um bom resultado no Enem. Mas, quem se prepara bem para o ENEM, dá conta de qualquer vestibular. O problema é que nem escolas e nem professores adotam ou conhecem a matriz do Enem. O Exame Nacional do Ensino Médio se consolidou, e poucas escolas perceberam.” E é aí que entra em ação o EnemFlix.
✅ Conhecendo e decifrando as questões
Na Série “Eureka!”, em vídeos de curta duração, professores de diferentes componentes curriculares discutem as questões do Enem, abordando os conteúdos envolvidos e explicando a relação entre eles. No momento, são mais de 300 as questões analisadas disponíveis, trabalhadas com apoio de recursos gráficos e de texto.
Na série “Ninjas!”, o foco está nas estratégias, truques e pegadinhas do Enem. Eles são decifrados pelos “ninjas” – alunos com desempenho máximo no Enem e grande capacidade de transmissão de informações. Atualmente, essa série traz nada menos do que 900 questões explicadas em detalhes.
A série “Simulados” entrega exatamente o que promete: simulados inteligentes, construídos a partir de um banco com mais de duas mil questões comentadas. O usuário pode fazer quantas provas quiser, filtrando por área de conhecimento, número de questões e nível de dificuldade (fácil, médio e difícil). Os estudantes podem acessar a série nos modos “Aprendizagem”, em que recebem um feedback imediato e completo logo após a resolução, e no modo “Avaliação”, desenhado para avaliar as habilidades e medir o progresso. No modo “Avaliação”, o próprio sistema constrói os simulados, buscando questões em um banco que traz todas as questões do Enem desde 2009. Outro diferencial da série “Simulados” é o feedback dado ao estudante: ao longo do tempo, na medida em que responde às questões, ele tem acesso a um gráfico que demonstra seu desempenho e evolução, indicando qual seu grau de preparo para as provas do Enem.
✅ Uma redação de mil pontos
Um dos maiores desafios enfrentados pelos candidatos ao Enem é a redação. Uma boa redação envolve uma série de elementos, da compreensão precisa do tema à produção de textos claros e precisos. Uma redação de mil pontos, enfim, que faz toda a diferença em relação à nota final da avaliação – e ao futuro! Mas, como chegar lá? Essa foi uma das grandes preocupações da equipe criadora do EnemFlix, que dedicou uma série inteira para a prática de texto: Escrever Bem Vale 1000 pontos.
Os dez episódios de “Escrever Bem Vale 1000 pontos” trazem videoaulas sobre todos os temas-chave relacionados à redação, da importância da caligrafia ao valor dos argumentos. Cada episódio é complementado por uma apostila digital, em formato flipbook, que reforça e aprofunda o tema.
Agora, imagine uma série que reúna todos os conteúdos e transforme você em protagonista! Essa é a proposta de “Trilhas de Aprendizagem”, que propõe sessões de estudo completas. Ao escolher um tema no mapa geral da série, a plataforma monta automaticamente uma trilha de aprendizagem com os melhores recursos relacionados ao assunto encontrados nas demais séries – das aulas em vídeo aos simulados. Um menu especialmente criado para que o estudante aproveite ao máximo os recursos didáticos da plataforma – e se fortaleça para o desafio do Enem!
✅ Trilhas de Aprendizagem
Agora, imagine uma série que reúna todos os conteúdos e transforme você em protagonista! Essa é a proposta de “Trilhas de Aprendizagem”, que propõe sessões de estudo completas. Ao escolher um tema no mapa geral da série, a plataforma monta automaticamente uma trilha de aprendizagem com os melhores recursos relacionados ao assunto encontrados nas demais séries – das aulas em vídeo aos simulados. Um menu especialmente criado para que o estudante aproveite ao máximo os recursos didáticos da plataforma – e se fortaleça para o desafio do Enem!
Quer saber mais? Então, confira o vídeo de Celso Alves Mariano com todas as explicações sobre o EnemFlix! E entre em contato conosco para uma apresentação especial!
“Brasil, final do século XVIII. A maior colônia portuguesa era, também, uma das grandes produtoras mundiais de ouro, extraído principalmente nas terras da capitania de Minas Gerais. Um ambiente de imensa riqueza e de enormes tensões sociais, que ganharam força com as revoluções nos Estados Unidos e na França. O cenário perfeito para uma rebelião de consequências imprevisíveis…”.
Essa bem que poderia ser a narrativa de abertura de daqueles seriados históricos do streaming repletos de aventuras, heróis, vilões, tesouros, romances, traições e muitas reviravoltas. Poderia ser, mas é mais, muito mais: é História! A nossa história, que celebramos hoje, no Dia de Tiradentes – o “Mártir da Inconfidência”.
O primeiro Dia de Tiradentes
A data foi instituída como feriado no início da República, ainda no governo Deodoro da Fonseca (no Decreto 151-B), para marcar aquele que seria o primeiro movimento de independência da colônia em relação a Portugal – a Inconfidência ou Conjura Mineira. Um movimento que não tinha a pretensão de tornar independente todo o território nacional, mas que, isto sim, apontava para o futuro país e da própria América Latina.
E o 21 de abril passou a fazer parte do calendário cívico nacional – com paradas, fanfarras e estátuas. E Tiradentes, o único inconfidente executado pela Coroa Portuguesa, enforcado e esquartejado, entrou para o imaginário nacional – em filmes, pinturas, músicas e até em moedas e cédulas – como um personagem cabeludo e barbudo, semelhante às representações de Jesus Cristo.
Tiradentes… muito além de Tiradentes
A figura de Joaquim José da Silva Xavier – militar, tropeiro, mineiro e um cirurgião dentista competente para os padrões da época – pode ir muito além das representações que dele são feitas há mais de um século no Brasil. Na verdade, sua trágica história – ele foi o único a ser executado de um grupo de várias pessoas, muitas das quais acabaram condenadas ao desterro – evoca uma série de perguntas:
Como era o Brasil Colônia no final do século XVIII e qual o papel econômico das Minas Gerais neste período?
O que queriam, de fato, os inconfidentes?
Quem era, afinal, Tiradentes?
Por que ele foi o único a ser executado?
Quem foram os outros participantes da conjura e o que aconteceu com eles?
Qual o verdadeiro alcance territorial e social da Inconfidência Mineira?
E a sociedade colonial, como reagiu ao movimento?
Como os inconfidentes viam a escravidão?
Qual o papel das mulheres na Inconfidência?
Para Portugal – que havia sofrido com o catastrófico terremoto de Lisboa em 1755 -, qual a importância do Brasil em 1792?
Essas são algumas das perguntas que nascem de Tiradentes e de seu dia. E que podem ser o ponto de partida para uma aproximação de alto nível – em estudo e encantamento pelo tema – da Inconfidência Mineira, da História brasileira do período colonial e da chamada “Era das Revoluções”, que começa no final do século XVIII e se estende até a primeira metade do século XIX (abrangidos pela habilidade EF08HI05 da Base Nacional Comum Curricular, a BNCC).
Para isso, é importante estabelecer um bom planejamento e, principalmente, fazer uma curadoria educacional de qualidade, integrada aos materiais didáticos e recursos digitais. E que dê ao tema – e ao processo de ensino-aprendizagem – toda a cor que ele merece. Um tema fantástico, que merece ser conhecido e vivenciado pelos estudantes.
Deixamos aqui algumas sugestões para incrementar o trabalho docente – são recursos que podem inspirar ainda mais as aulas de História:
Multimídia:
Museu da Inconfidência Mineira – O portal oficial do Museu da Inconfidência, instalado na antiga Casa de Câmara e Cadeia de Ouro Preto (MG), traz vídeos, fotos, notícias e um campo virtual de pesquisa do acervo da instituição.
“Impressões Rebeldes – Inconfidência Mineira” – Plataforma colaborativa coordenada por Luciano Figueiredo, professor do Instituto de História da Universidade Federal Fluminense (UFF), apresenta a Inconfidência Mineira (e outras rebeliões brasileiras entre 1500 e 1825) a partir de seu enredo e de seus personagens.
“Série Inconfidência Mineira – Rádio UFOP – Série de cinco podcasts sobre a Inconfidência Mineira, com duração de seis minutos cada, desenvolvida pela Fundação Educativa de Rádio e TV Ouro Preto e Universidade Federal de Ouro Preto. Aborda temas importantes e interessantes como a participação das mulheres na Inconfidência, o envolvimento da maçonaria e as lendas que surgiram a partir do movimento e das condenações.
Conjuração Mineira: a conspiração – Conteúdo especial sobre a Inconfidência Mineira produzido pela Empresa Municipal de Multimeios da Prefeitura do Rio de Janeiro – MultiRio.
“De lá para cá – Tiradentes” – Programa desenvolvido pela Tevê Brasil em 2012, vai entender como Tiradentes se tornou o maior herói brasileiro e como a história dele ajudou a moldar o ideal brasileiro de República. Com os historiadores José Murilo de Carvalho e Mary Del Priore, o advogado Paulo Guilherme Mendonça, autor do livro “O Processo de Tiradentes”, e o poeta Domingos Guimaraens.
Livros:
“A devassa da devassa – A Inconfidência Mineira: Brasil e Portugal 1750-1808”, de Kenneth Maxwell. Publicado em 1977, tornou-se um clássico dos estudos da Inconfidência. Focaliza o episódio a partir do ponto de vista dos movimentos sociais e econômicos do século XVIII.
“O Tiradentes: uma biografia de Joaquim José da Silva Xavier”, de Lucas Figueiredo. Escrito por um jornalista consagrado pelos prêmios Esso e Jabuti, traz a vida do “mártir da Inconfidência” a partir de um olhar contemporâneo, mais próximo do cotidiano e afastado das representações de Tiradentes como herói.
“Tiradentes e a Inconfidência Mineira”, de Carlos Guilherme Mota. Escrito por um dos principais historiadores brasileiros, traz uma visão ampla da Inconfidência e de seu personagem-símbolo, com foco em leitores mais jovens.
Aikanã, Akuntsu, Araweté, Guajajara, Guarani, Pano, Xetá, Xokleng, Tucano, Yanomami… o Brasil possui 266 etnias indígenas (dados do Instituto Socioambiental, 2024), cujos ancestrais habitavam o atual território nacional há, pelo menos, 12 mil anos. Uma comunidade de 1,7 milhão de pessoas (Censo, 2022) distribuídas por todo o país, que compartilham nada menos do que 160 línguas.
Povos que desenvolveram cosmovisões, crenças, relações com o meio ambiente e soluções sofisticados e valiosos. E que, nos últimos 524 anos – desde o primeiro contato oficial dos portugueses com os tupiniquins no sul da Bahia –, contribuem para a construção da sociedade brasileira. Em muitos aspectos: das técnicas agrícolas aos hábitos alimentares, do vocabulário ao imaginário nacional, as culturas indígenas estão lá!
Parceria
Com o Sistema Educacional Família e Escola – Sefe, a Editora Opet atua em parceria com redes municipais públicas de ensino de todo o país, construindo uma educação cidadã e de alta qualidade na Educação Básica. Nesse processo, tem o privilégio de atuar com professores e estudantes indígenas.
É o caso de Campo Novo do Parecis, município do leste de Mato Grosso situado a 385 quilômetros de Cuiabá e território dos Háliti-Paresi, etnia que estabeleceu contato com os colonizadores portugueses há pelo menos 300 anos. Desde então, esse povo trabalha para preservar e transmitir seus valores culturais, visão de mundo e idioma em uma região que é uma das principais fronteiras agrícolas do país. Nesse processo, a educação tem cumprido um papel central, inclusive e especialmente na construção de pontes interculturais.
Na rede municipal
Ao todo, os Háliti-Paresi estão distribuídos em 79 aldeias, das quais nove são atendidas pela Editora Opet em Campo Novo do Parecis. Na rede municipal de ensino são 97 os estudantes indígenas, entre crianças da Educação Infantil e estudantes dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, e 11 professores Háliti-Paresi – entre eles, um agente educacional para a Educação Especial. O trabalho é desenvolvido em três escolas – a Escola Indígena Sacoré Kase Weteko (aldeias Morrinho, Otyhaliti, Bacaiuval e Sace II), a Escola Municipal de Educação Indígena Seringal (aldeias Chapada Azul, Seringal e Quatro Cachoeiras) e a Escola Municipal Indígena Bacaval (aldeias Bacaval e Wazare).
“A educação é importante para todos, indígenas ou não”, sintetiza Valdirene Avelino Zakenaezokero, professora na Escola Municipal Indígena Bacaval, na aldeia Wazare, e líder em sua comunidade.
Ela destaca a ancestralidade de seu povo, sua presença na região há séculos, e a importância que a educação assumiu para a manutenção e o crescimento do grupo. “Por meio da educação, oferecemos mais qualidade de vida para os nossos pais e para os nossos filhos. Podemos lutar por uma vida melhor e por melhores empregos”, observa. Hoje, explica, os Háliti-Paresi contam com agrônomos, veterinários, farmacêuticos, engenheiros e com uma médica da etnia – profissionais cuja educação formal começou nas escolas das aldeias.
Valdirene explica que, nessas escolas, as aulas são ministradas nos dois idiomas, o aruak-háliti e o português, e que o processo de ensino-aprendizagem tem o apoio de materiais didáticos na língua materna e em português – os mesmos utilizados por todos os alunos da rede municipal.
“É essencial trabalhar o nosso idioma dentro da educação, assim como é essencial que os estudantes aprendam e dominem o português para evitar dificuldades mais à frente. E, inclusive, para combater o preconceito que existe contra os indígenas que se comunicam apenas na língua materna”, observa. Ainda sobre a aprendizagem do português, Valdirene observa que a língua é estratégica para a sobrevivência do grupo. “Nossa língua materna nós falamos aqui, usamos nas aldeias. Já o português você aprende e utiliza para falar fora, na cidade, e lutar pelos seus direitos. É um conhecimento que melhora o diálogo e aumenta o respeito”, explica.
A professora também destaca o papel da educação no conhecimento, celebração e afirmação da identidade de seu grupo. “No contexto da educação, nós trabalhamos registrando tudo. Nossos mitos, nossos cantos… não só por escrito, mas com as tecnologias digitais também”.
Nas formações
Valdirene conta que os professores da Educação Indígena participam regularmente das formações pedagógicas oferecidas pelo município – um pleito que eles levaram à administração municipal e foi atendido. E eles fazem questão de estar lá sempre. “Participamos de todos os momentos, ainda mais quando têm a participação dos formadores da Editora Opet”, conta.
“Eu fico até emocionada porque os formadores trabalham muito bem. E porque os livros trazem elementos da nossa realidade. Nas aldeias, temos muitos materiais com que trabalhar, e os livros complementam as nossas abordagens.” Ela destaca a consistência dos conteúdos. “Eles trazem questões da nossa realidade, a realidade dos povos indígenas brasileiros, e vão além dos conteúdos associados às grandes etnias, como os Guarani. Nós nos sentimos representados e ficamos felizes com isso.”
O processo educacional, analisa, é parte de algo maior: o futuro de seu povo. “Nossa realidade mudou muito nas últimas décadas. Lutamos por direitos e estamos avançando, inclusive com parlamentares indígenas que trabalham pela demarcação de terras. Mas, ainda há muito a fazer. Reduzir a burocracia e melhorar a possibilidades econômicas de trabalho dentro dos territórios, por exemplo.”
Um trabalho com a Educação Indígena
Daniele Pires Dias é a assessora pedagógica na Editora Opet e realizou a mais recente formação em Campo Novo do Parecis. Além dos Háliti-Paresi, porém, ela também já trabalhou com professores de outras etnias indígenas, como os Kuikuro em Água Boa (MT), os Xavante em Campinápolis (MT) e os Kaingang em Chapecó (SC). Segundo ela, a ação com os professores da Educação Indígena é uma oportunidade de compartilhar conhecimentos e, especialmente, de aprender conteúdos muito ricos, que abrangem dos mitos à arquitetura, da religiosidade aos hábitos alimentares.
Focando especificamente os Háliti-Paresi, ela destaca o compromisso do grupo com a própria cultura. “É um compromisso de cultivá-la e inseri-la dentro da cultura mais ampla do nosso país, para que os estudantes consigam dominar os conteúdos dos dois mundos, o indígena e o não indígena. E isso é feito com inteligência e sensibilidade”, observa.
Daniele sinaliza o fato de os indígenas de Campo Novo do Parecis terem desenvolvido um material didático próprio, escrito em aruak-háliti, e integrá-lo aos conteúdos educacionais comuns a toda a rede. “Eu percebo que, nesse contexto de interculturalidade, tudo é feito de uma maneira leve, com muita investigação e usando os recursos locais, que eles conhecem e dominam como ninguém, como sementes, frutas, plantas e penas, por exemplo. Isso enriquece enormemente o trabalho educacional.”
O mesmo caminho de interculturalidade é percebido nas formações pedagógicas, que envolvem todos os professores da rede municipal de ensino, indígenas e não indígenas. “São momentos de troca e escuta. Temos muitas contribuições dos professores das aldeias e um interesse muito grande da parte deles – e de todos os docentes, na verdade – por temas como o das tecnologias educacionais digitais”, observa. Ela lembra, por exemplo, o trabalho com a tecnologia Google 3D (realidade aumentada), que foi desenvolvido com os professores e levado às aldeias, onde foi incorporado ao processo de ensino-aprendizagem.
Valorizar e promover a identidade cultural
A professora Marilei Aparecida Bahnert é coordenadora de Educação da rede municipal de Campo Novo do Parecis, e trabalha junto com os professores da Educação Indígena. “Certamente, nosso maior desafio é proporcionar educação formal sem comprometer a identidade cultural e, principalmente, sem gerar conflito cultural ou crises de identidade no momento de transição da escola indígena para a escola regular”, observa.
As escolas de Educação Indígena de Campo Novo do Parecis oferecem a Educação Infantil e o Ensino Fundamental – Anos Iniciais. Nesses dois segmentos, há a inserção da Língua Portuguesa até o quinto ano. O objetivo é minimizar as dificuldades de comunicação e aprendizagem dos estudantes quando de seu ingresso nos Anos Finais, em escolas de ensino regular do município.
Em um cenário ao mesmo tempo generoso e desafiador, Campo Novo do Parecis trabalha pela construção conjunta de um ambiente educacional intercultural. “A aprendizagem é bilateral. Assim, sempre que possível, promovemos momentos em que os alunos visitam as aldeias e, também, momentos em que os alunos da aldeia vêm fazer apresentações culturais nas escolas da cidade”, conta.
“Na visita à aldeia, os alunos aprendem muito sobre liberdade e conexão com a natureza. Na cidade, os alunos da aldeia têm mais contato com espaços mais emparedados e tecnológicos.” Esse intercâmbio cultural, explica Marilei, promove ampliação de visão de mundo e também o desenvolvimento de habilidades socioemocionais, além de desenvolver a consciência acerca das diferenças.
“Nosso foco reside, sempre, em valorizar e promover a identidade cultural dos Háliti-Paresi, que é um componente importante da nossa própria cultura, da região e do país”, conclui.
Um dos maiores ganhos do trabalho com educação reside na capacidade de ensinar e aprender ao mesmo tempo. Ou, melhor, de construir a educação – e a cidadania – de forma conjunta, no diálogo e na aprendizagem com outras pessoas. Como aconteceu em Lavras, município do sul de Minas Gerais onde há alguns dias a equipe da Editora Opet esteve para uma formação pedagógica com os professores dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental.
Lá, no contexto da formação para o uso da coleção “Caminhos e Vivências”, a assessora pedagógica Janice Mendes da Silva teve a oportunidade de trabalhar com os professores cegos Enio Naves Silveira e Maikon Richardson Ferreira Leite, docentes da rede municipal de ensino que atuam no Atendimento Educacional Especializado (AEE).
Enio, engenheiro agrônomo, perdeu a visão em um acidente automobilístico há 34 anos. Desde sua recuperação, dedica-se à educação especial de cegos, estando especialmente focado nas tecnologias computacionais voltadas à educação deste público. Maycon, há um ano no quadro docente da rede municipal de ensino de Lavras, perdeu a visão por conta de uma retinose pigmentar. Ele é professor pós-graduado em Educação Física Adaptada e atleta de elite de corrida.
Participação
Janice, que é pós-graduada em Educação Especial, explica que os dois professores fizeram questão de participar da formação pedagógica do 2º ano para o uso da coleção “Caminhos e Vivências”, ainda que não utilizem esse material em sua prática pedagógica.
“Eles trabalham com materiais didáticos específicos para o AEE, mas, como haviam participado das atividades formativas da manhã, pediram à sua coordenadora para seguir participando. Eles queriam conhecer a coleção Caminhos e Vivências e as abordagens possíveis”, explica Janice.
Janice, então, fez uma abordagem detalhada das páginas trabalhadas (no caso, uma história em quadrinhos), transcrevendo verbalmente os conteúdos e abordando outros elementos, como a textura do papel. “Nessa formação, propusemos uma reflexão sobre a alfabetização, colocando-a no contexto de cada criança, em seu cotidiano, o repertório que ela traz e que pode ser aproveitado na aprendizagem”, explica.
Ela também perguntou aos professores se a abordagem que estava fazendo, a forma de trabalho com eles, estava atendendo às expectativas. “Fiquei feliz de saber que sim, que estava de acordo, e que eles estavam satisfeitos”, conclui Janice.
“Mesmo sem ser um trabalho formativo específico, voltado diretamente ao meu trabalho docente, foi muito válido. Sinto que posso utilizar nas minhas aulas as estratégias pedagógicas inovadoras trazidas pela professora Janice”, observa o professor Enio Silveira, que ministra aulas no Centro de Educação e Apoio às Necessidades Auditivas e Visuais – CENAV em Lavras para estudantes cegos. Ele considerou a formação dinâmica e envolvente.
Para o professor Maikon Leite, um destaque da formação foi a capacidade de engajamento da formadora, que fez com que os professores participantes interagissem. “A professora Janice foi muito bem na audiodescrição. Ela esteve o tempo todo focada e promoveu o contato entre os professores.”
Ele reforça que essa interação, essa aproximação entre professores e estudantes com e sem deficiências é essencial para o sucesso da educação. “O principal é promover a interação social. Além disso, é fundamental ter foco e adaptar-se sempre. Fácil, não é. Mas, com força e coragem, é possível vencer os obstáculos”, analisa.
Diversidade
Para a coordenadora pedagógica da Editora Opet, Rúbia Cristina da Costa, formações como a desenvolvida pela professora Janice com os professores Enio e Maikon são uma oportunidade de trabalhar com a diversidade.
“Levamos para as formações estratégias e recursos para que os professores possam pensar em adaptações e personalizar o ensino de forma a atender todas as crianças, todos os estudantes”, observa. “Quando encontramos essa diversidade na formação, isso nos dá a possibilidade de não apenas falar sobre, mas de vivenciar estratégias que incluam toda e todos nas propostas e reflexões. Essa aprendizagem é riquíssima!”, destaca.
Formação permanente
Rúbia destaca o aperfeiçoamento constante dos formadores da equipe pedagógica da Editora Opet. Isso porque, para além da diversidade de pessoas e contextos da educação – o Brasil, afinal, é imenso -, a educação exige inquietação e novos conhecimentos.
“Atuar como formador exige pesquisa e leitura, além de conhecimentos sobre a legislação educacional. Temos momentos específicos para as nossas formações internas e reuniões de alinhamento, e momentos em que pensamos sobre todas as necessidades. Juntos, construímos as melhores estratégias para atender todos os nossos parceiros com qualidade.”
Segundo Rúbia, momentos como os vivenciados com os professores de Lavras mostram que não há limites para as aprendizagens. “Como educadores, nós aprendemos que todos podemos ensinar e aprender. Isso nos realiza e nos faz felizes!”. E conclui: “como dizia Cora Coralina: ‘feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina’”.
Nos últimos anos, as redes pública e privada de ensino brasileiras vêm investindo em mecanismos de avaliação diagnóstica da aprendizagem. Esse recurso, previsto na legislação educacional – no Artigo 24, V, a, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei Nº 9394/96) – é estratégico, uma vez que permite avaliar o desenvolvimento da aprendizagem ao longo de toda a Educação Básica.
Mais do que isso: a avaliação diagnóstica fornece subsídios para eventuais correções de rumo e para o direcionamento preciso de recursos para a aprendizagem. E também tem sido um subsídio precioso no processo de recomposição da aprendizagem no período pós-pandemia.
Varginha, parceiro da Editora Opet no sul de Minas Gerais, é um exemplo de município que utiliza os recursos de avaliação diagnóstica para a construção de uma educação municipal e pública de alta qualidade. Em 2024, a rede municipal de ensino está entrando no terceiro ano de utilização do Programa inDICA de Gestão do Conhecimento. As avaliações abrangem 15 mil estudantes do 1º ao 9º ano do Ensino Fundamental, e as avaliações envolvem cerca de 900 professores aplicadores, que passaram por um processo formativo.
“Neste início de terceiro ano, os professores e gestores municipais de Varginha terão à sua disposição um histórico de três avaliações contemplando a matriz com as habilidades estruturantes de cada ano escolar. Esse histórico permite acompanhar a evolução da aprendizagem ao longo desse período”, explica Silneia Chiquetto, coordenadora do inDICA. “Além disso, os dados que o alimentam também são estratégicos dentro do plano de intervenção que o município desenvolveu para fortalecer a aprendizagem.”
Silneia destaca o amadurecimento da rede municipal em relação ao processo de avaliação diagnóstica. “Esse é um indicador importante de evolução da educação. Ele mostra que a instituição da avaliação, que é estratégica, foi internalizada pelos gestores, professores e estudantes de Varginha.”
SAIBA MAIS SOBRE O INDICA:
Uma cultura de avaliação
Solange Inácio Ribeiro Conde é coordenadora pedagógica dos Anos Finais do Ensino Fundamental (6º ao 9º ano) da rede municipal de ensino de Varginha, e participa diretamente do processo de avaliação. Para ela, a internalização desse processo pelos professores e gestores da rede municipal é crucial para o aprimoramento do processo de avaliação em toda a rede.
“Eu percebo que essa internalização se refere à análise, compreensão e apropriação da avaliação e seus resultados pelos profissionais da educação. Eles a veem como uma ferramenta valiosa para o seu próprio desenvolvimento profissional e para a melhoria da qualidade da educação oferecida aos nossos estudantes”, observa.
A coordenadora destaca a importância do trabalho desenvolvido a partir das avaliações que foram realizadas ao longo dos anos de 2022 e 2023, cujos resultados forneceram informações valiosas sobre o desempenho dos alunos e as áreas que precisam de maior atenção.
“As equipes docentes utilizaram esses dados para elaborar seus planos de intervenção de acordo com a especificidade de suas turmas, identificando as principais dificuldades e áreas que demandavam maior atenção”, explica. “Nossa expectativa é que, com a cultura da verificação e apropriação desses resultados, nossos alunos apresentem uma melhora significativa no desempenho escolar nos próximos anos”.
A meta principal de toda avaliação é colaborar, a partir dos dados obtidos, sua interpretação e utilização, para o fortalecimento da aprendizagem. E é isso o que vem acontecendo em Varginha, segundo Solange Ribeiro Conde. “Isso é possível porque a avaliação viabiliza o monitoramento do progresso dos alunos ao longo do tempo. Com isso, temos a possibilidade de verificar se as ações implementadas estão tendo o efeito desejado”, explica.
Diante disso, pondera, os gestores municipais podem tomar decisões mais assertivas sobre a alocação e uso dos recursos, o que pode contribuir para a promoção de ações mais eficazes, com base em dados e resultados constantemente acompanhados e avaliados.
Aceitação e apoio da comunidade escolar
Uma pesquisa realizada pela Secretaria Municipal de Educação de Varginha em 2023 mostrou que os professores da rede municipal acreditam que a avaliação contribui efetivamente para a melhoria do processo de aprendizagem dos alunos. A mesma pesquisa também verificou que as famílias e estudantes têm uma percepção favorável sobre a avaliação, vista como um processo positivo e construtivo para melhorar a qualidade da educação.
Para a coordenadora do Programa inDICA, Silneia Chiquetto, essa aceitação do processo pela comunidade escolar – gestores, professores, estudantes e famílias – mostra um alto grau de internalização da cultura da avaliação diagnóstica, o que é extremamente benéfico para o fortalecimento da educação. “Ficamos muito honrados em participar desse processo e em ter a confiança das pessoas. A avaliação é uma construção conjunta, com resultados para os estudantes de hoje e das próximas gerações.”
Você sabia que, na origem, a palavra “curadoria” significava “olhar com cuidado” ou “zelar”? Pois é: em Roma, o curator – curador – era o responsável por cuidar de um patrimônio ou de alguém. Em tempos recentes, ela passou a indicar a seleção dos trabalhos de um artista, feita por um especialista, para oferecer uma experiência impactante e interessante ao público.
Na medida em que o professor é responsável pela mediação entre o estudante e o mundo, ele também é um curador. Uma missão que, a cada dia, se torna mais complexa. Isso porque, com a revolução digital, a quantidade de informações e recursos disponíveis para a educação se tornou praticamente infinita. Uma fonte extraordinária, mas que só se converte em ganho para a educação quando acessada a partir de critérios – isto mesmo, de curadoria!
🙌 Quem é o curador?
Matheus Alves de Paula é licenciado em Ciências Biológicas e doutorando em Educação pela PUCPR. Na Editora Opet, atua como assessor pedagógico e desenvolve um trabalho consistente em relação à curadoria de conteúdos impressos e digitais em educação, com foco nos planejamentos e na utilização efetiva destes recursos pelos professores parceiros.
Ele observa que, antes de olhar para o “oceano de informações” da internet e para a curadoria, é interessante perceber os professores a partir de certos recortes, sem generalizações.
“Nas nossas formações pedagógicas, percebemos que há interesse e esforço de integrar os recursos digitais às aulas. Os professores querem acessar esses recursos e percebem que isto é o esperado pelos estudantes, que são nativos digitais. Mas, que professores são esses?”.
Em termos sistemáticos, as perguntas são:
Com que nível de ensino eles trabalham?
Com que infraestrutura contam?
Qual seu grau de formação e sua familiaridade com os meios digitais?
“Cada professor busca recursos de acordo com a idade e interesses do seu público. Os do Ensino Médio, por exemplo, geralmente acham mais fácil incorporar tecnologia, já que os estudantes dessa faixa etária costumam estar mais ligados no digital”, observa Matheus.
“Mas, quando você olha para a Educação Infantil, a história muda porque há a questão da idade das crianças. Elas estão cada vez mais em contato com as telas e com o digital, e precisamos pensar, primeiro, em desenvolver suas habilidades analógicas. Já os professores do Ensino Fundamental têm um leque mais amplo de tecnologias que podem usar, levando em conta tanto a facilidade de uso quanto os objetivos educacionais por trás da escolha de cada ferramenta.”
👩🏻💻 Desafios e como enfrentá-los
Em relação às limitações – e aqui, a observação vale para professores e gestores responsáveis pelas formações –, é preciso observar a realidade desses docentes. “Em minha jornada como assessor pedagógico, percebo que o desafio está nas formações inicial e continuada desses professores. A formação continuada, aliás, é algo com que trabalhamos diretamente em nosso trabalho na Editora Opet”, explica Matheus.
No caso da formação inicial, analisa, de modo geral as graduações precisam ampliar suas práticas para o uso das tecnologias digitais em sala de aula. Uma situação que, em termos estruturais, poderia ser reduzido pelo fortalecimento dos currículos.
E que, em temos individuais, pode ser minorada a partir de especializações ou cursos de curta duração. E, também, nas formações pedagógicas realizadas na parceria com o sistema de ensino – algo que a Editora Opet oferece.
👩🏻🏫 O professor curador
Na medida em que, na educação, a curadoria antecede o universo digital – “o professor sempre foi um curador”, reforça Matheus –, é importante que os docentes a encarem como um processo associado ao planejamento e à intencionalidade, que são componentes centrais da docência.
“Todo professor precisa planejar sua prática, além de observar as habilidades e competências a serem desenvolvidas pelos estudantes, e pensar nos objetivos da aula. E, como estratégia, começar pelo material didático, expandindo para os recursos analógicos e digitais. A escolha criteriosa das ferramentas para ajudar os estudantes a crescerem, dentro e fora da sala de aula é, efetivamente, a curadoria.”
📏 O que vem primeiro, planejamento ou curadoria?
Tecnicamente, o planejamento viria primeiro. Mas, não é o que muitas vezes acontece na prática – quando, por exemplo, o professor se depara com um recurso fantástico que “sabe” que vai utilizar na próxima aula. “O importante é observar se o recurso é acessível para o estudante, e se o professor possui habilidade para utilizá-lo e as condições necessárias para aplicá-lo em sala.”
Além disso, o essencial é a intencionalidade, a clareza de objetivos em relação às ferramentas ou recursos digitais. “Usar um monte de ferramentas legais em situações que não se conectam estraga o planejamento e, pior, pode matar o interesse dos estudantes naquilo que se quer destacar. Sem planejamento e intencionalidade pedagógica, ou o recurso será mal explorado, ou não fará sentido para o estudante.”
🚀 Por onde começar a curadoria?
Pelo planejamento, sempre. Matheus dá duas dicas preciosas para uma boa curadoria:
O recurso, digital ou não, deve substituir uma atividade tradicional. E o estudante precisa ser protagonista na utilização desse recurso. Ao planejar, é preciso ter em mente que é o aluno que vai usar aquilo para construir seu conhecimento, e não ficar só assistindo passivamente.
O uso do recurso deve ser planejado. Pode ser no começo, no meio ou no fim da aula, ou até misturando esses momentos. Cada recurso precisar de um tempo específico durante a aula – e planejar isto é essencial.
🧑🏽💻 E a curadoria dos estudantes?
Esta é uma grande “sacada”: o professor curador trocar informações com os estudantes, que possuem conhecimentos importantes sobre as tecnologias e recursos digitais. “Eles estão sempre explorando e consumindo informações. Então, quando um estudante consegue relacionar a minha fala com alguma situação cotidiana, trazendo isso para sala de aula, seja na forma de exemplo, como sugestão, é preciso escutar e valorizar essa contribuição.”
Nesses momentos, o estudante vira um co-curador do aprendizado, junto com o professor – uma parceria preciosa, que também tem a ver com protagonismo.
📲 A curadoria e a plataforma Educacional Opet INspira
Na plataforma educacional digital Opet INspira, os professores encontram milhares de objetos, de arquivos em áudio a simuladores, que podem ser objeto de curadoria. Eles estão integrados aos materiais didáticos impressos, o que facilita muito processo, e são abordados nas formações pedagógicas.
“Uma das nossas intenções, nas formações, é mostrar que a plataforma é como uma grande biblioteca, pensada para enriquecer a prática pedagógica”, reforça Matheus. “Professores de Inglês, por exemplo, adoram a plataforma por conta dos áudios e vídeos que podem utilizar com os estudantes. E as professoras da Educação Infantil ficam encantadas com as narrações de histórias disponíveis.”
🧩 Para ir além
Matheus sugere alguns objetos e recursos que podem ser objeto da curadoria pelos professores:
ChatGPT – mecanismo de inteligência artificial que permite ao professor realizar a curadoria e adaptação de práticas para suas aulas.
Redes sociais também são uma boa opção para o professor realizar curadoria de conteúdos e outros perfis de professores para compartilharem práticas e materiais que poderão ser adaptados às suas salas de aula.
Instagram – diversos professores compartilham práticas e relatos de experiências (app);
Tiktok – para vídeos curtos e divulgação científica (não só ciências – app)
Twitter (X) – para informações e resumos de conteúdos, quando consultados os profissionais das áreas (app)
Mudanças, que devem fortalecer a Educação Infantil, afetam a organização, a gestão e o funcionamento das escolas e redes de ensino
Em março, a Educação Infantil (0 a 5 anos) vai ganhar Novos Parâmetros de Qualidade, que passarão a orientar os sistemas de ensino com padrões de referência de organização, gestão e funcionamento das escolas e redes de ensino. O documento está sendo organizado em cinco dimensões:
Gestão da Educação Infantil Identidade e Formação Profissional Projeto Político Pedagógico Avaliação da Educação Infantil e Infraestrutura Edificações e Materiais
A mudança, que será regulamentada pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), é resultado de um processo iniciado no ano passado que envolveu especialistas, universidades, grupos de pesquisa e representantes da sociedade civil. E que tem como objetivo garantir qualidade e humanidade em uma etapa delicada da educação, que, no caso brasileiro, envolve múltiplas infâncias, cenários, realidades locais e contextos socioeconômicos desafiadores.
Um documento essencial
“Os Parâmetros são um documento essencial para que não tenhamos retrocessos na primeira etapa da Educação”, avalia Marina Cabral Rhinow, supervisora pedagógica da Editora Opet para a Educação Infantil. “Além de garantir o acesso dos bebês e das crianças bem pequenas às instituições da Educação Infantil, eles garantem a qualidade na educação e nos cuidados.”
Marina observa que a construção de padrões referenciais é fundamental, inclusive por questões de segurança e continuidade. “O conceito de qualidade é subjetivo. Ele é construído historicamente e, por isto mesmo, está sujeito a negociações e ao tempo em que se vive. Daí porque essa discussão ser tão importante. Uma vez que sejam estabelecidos, os parâmetros vão estruturar o gerenciamento das instituições da Educação Infantil.”
O que esperar dos Novos Parâmetros?
Essencialmente, uma evolução em relação aos cuidados e à educação na infância, que contemple aspectos cognitivos, afetivos e psicossociais. Os Novos Parâmetros de Qualidade devem fortalecer os princípios já estabelecidos em outros documentos legais direta ou indiretamente ligados à Educação Infantil, como:
E devem fortalecer, também, as ações pedagógicas na escola, sua gestão e organização.
“Alguns exemplos são a garantia dos direitos de aprendizagem e desenvolvimento, o entendimento da concepção da criança como protagonista e centro do planejamento, assim como as interações e a brincadeira como eixos norteadores das práticas pedagógicas, entre outros aspectos”, observa Marina.
Pontos de interesse especial
Para a supervisora da Editora Opet, é importante que os novos parâmetros reforcem a visibilidade e a importância da educação dos bebês e das crianças bem pequenas, em todas as suas especificidades. “Como eles podem fazer isso? Garantindo o acesso de todas as crianças às creches. Observando a laicidade da escola pública e respeitando a diversidade, por exemplo, dos povos originários e dos quilombolas. E também a importância da formação inicial e continuada dos professores, gestores e demais colaboradores que atuam na Educação Infantil.”
Um processo que desagua em uma mudança de cultura, de fortalecimento da intencionalidade da Educação Infantil, que deve ser vista como uma etapa da Educação Básica – e não mais como uma “etapa preparatória” para os Anos Iniciais do Ensino Fundamental.
Na Editora Opet
Os Parâmetros Nacionais de Qualidade para a Educação Infantil são um norteador do trabalho da Editora Opet com os parceiros das redes pública e privada. Eles fazem parte da organização das formações dos professores da Educação Infantil e dos gestores. Fazem parte, também, das reflexões para a construção de uma educação de qualidade.
“Quando discutimos, por exemplo, as especificidades dessa etapa de ensino, como a organização de materiais e espaços que oportunizem às crianças investigar, descobrir e exercer seu protagonismo”, explica Marina. “Ou, então, quando orientamos os professores para que utilizem as soluções educacionais Opet a partir dos Parâmetros, localizando-os, relacionando-os e fortalecendo o trabalho.”
Assim que os novos parâmetros forem regulamentados pelo CNE e publicados na área pareceres oficiais do Portal do MEC, eles serão estudados pelos especialistas da Editora, e passarão a ser utilizados na organização das formações pedagógicas da Educação Infantil.
“Ao conhecer, utilizar e dar publicidade aos Novos Parâmetros, nós ajudamos a fazer com que estes parâmetros sejam reconhecidos como documento oficial e balizador da estruturação da Educação Infantil”, destaca Marina. “Além disso, também faz parte do que organizamos para as formações pedagógicas pensar e perceber como as Soluções Educacionais da Editora Opet estão em consonância com as orientações do documento, e como são efetivadas no cotidiano das instituições que atendem os bebês, as crianças bem pequenas e as crianças pequenas.”
Facebook, Tik-Tok, Instagram, Whatsapp, Youtube… até recentemente, estes nomes não significavam nada. Hoje, estão na boca de 5 bilhões de pessoas – 62,3% da população mundial (We Are Social, 2023). No ano em que o Facebook completa 20 anos, as redes sociais digitais afetam e fascinam porque somos seres sociais: amamos nos comunicar, ver, curtir, compartilhar, conhecer coisas e nos distrair.
As décadas do Facebook também apontam para gerações que frequentaram e frequentam a escola com os smartphones e as redes sociais ali, pertinho. O que gera questões:
👉 Afinal, as redes sociais ajudam ou atrapalham a educação?
👉 Seu potencial de construção do conhecimento é maior ou menor que sua capacidade de distrair e dispersar os estudantes?
Para redes de ensino do Brasil e de países como França, Itália, Finlândia, Países Baixos e Estados Unidos, o uso dos celulares e de redes sociais é prejudicial nos contextos escolares e, portanto, está proibido ou limitado. Outras redes e outros países, porém, não colocam restrições ou não definiram uma regra.
Afinal, que orientação seguir?
“A resposta pede cautela dos educadores e da sociedade. Ela passa por assumir critérios e pela intencionalidade pedagógica”, observa Cliciane Élen Augusto, gerente pedagógica da Editora Opet e educadora Google Nível 2.
Os critérios são os preceituados por leis como o Estatuto da Criança e do Adolescente. “O ECA oferece um arcabouço fundamental de proteção que também vale para o contexto digital. Afinal, acessar uma rede é acessar um mundo de possibilidades – imagens, áudios, textos e, inclusive, coisas perigosas”, observa Cliciane.
É importante que familiares e professores tenham em mente que o acesso deve estar disponível a partir de uma certa idade, e que esta disponibilidade não gera autonomia total. “O uso deve ser autorizado com critérios, normas e restrições. Com a supervisão de um adulto responsável e o consentimento da família”, destaca Cliciane. Em relação às redes sociais, Cliciane observa que elas não são indicadas para crianças, que não têm noção do impacto deste recurso em suas vidas.
Mas, e os usos puramente educacionais?
As redes sociais podem ser um recurso educacional valioso. Para isso, pedem do professor o respeito aos critérios já referidos e a intencionalidade pedagógica. O que ele quer construir e como vai engajar seus estudantes a partir do meio digital? Nada impede, por exemplo, que os temas tratados envolvam, também, conteúdos de educação midiática, que auxiliem o estudante a transitar pelas redes sociais com ética e segurança.
“No entanto, é interessante observar que há uma evolução muito grande das ferramentas tecnológicas para a educação. Que, por sua qualidade, desviam o foco de interesse das redes sociais no contexto da sala de aula. Enfim, há recursos educacionais digitais muito bons, que podem engajar e encantar tanto quanto as redes sociais, sem os problemas e os riscos associados às próprias redes”, conclui Cliciane.
Em 2024, o Brasil possui quase 50 milhões de estudantes matriculados na Educação Básica – uma população maior, por exemplo, que a de países como a Argentina e a Espanha. Esse número, por si, demonstra o tamanho do desafio dos nossos educadores. Um desafio que fica ainda mais aparente quando levamos em conta um fator essencial: a individualidade de cada criança, de cada estudante – suas características pessoais e de desenvolvimento cognitivo, os pontos fortes e as fragilidades em relação aos conhecimentos.
Observar essas diferenças, compreendê-las e incluí-las no planejamento do ano letivo são medidas essenciais – especialmente, nos primeiros dias do novo ano letivo – para a construção de uma educação de alta qualidade, como observa Cliciane Élen Augusto, gerente pedagógica da Editora Opet.
✅ A avaliação diagnóstica inicial
“A avaliação diagnóstica inicial, feita pelo professor e pelo gestor nos primeiros dias de aula, é um investimento de tempo e atenção. E é estratégica porque afeta a educação de todo o ano letivo. Ela mapeia as principais características da criança, do estudante e, principalmente, o que ele traz em relação a conhecimentos prévios”, explica Cliciane. Esses conhecimentos prévios, habilidades e competências podem vir de casa (como no caso do início da Educação Infantil) ou, então, de outro contexto escolar. “Uma simples mudança de turno da criança, por exemplo, realça essas características”, observa.
Também é essencial identificar o que esse estudante traz em termos de bagagem cognitiva, emocional e atitudinal para alinhar as estratégias e, então, traçar os objetivos a serem alcançados individualmente e com toda a turma.
✅ Mas, por que fazer neste momento?
Todo tempo é tempo de avaliar. No entanto, os primeiros dias do ano letivo são cruciais porque permitem uma antecipação. “Muitas vezes, os educadores acabam muito focados nos objetivos do ano, o que é perfeitamente compreensível dada a grandeza da tarefa. No entanto, é estratégico que eles examinem o ponto de partida de cada um de seus estudantes. O perfil social, emocional e de conhecimento de cada um. De posse desses conhecimentos, os docentes podem refinar e fortalecer todo o trabalho pedagógico, tornando-o mais eficaz”, pondera Cliciane.
✅ Dentro do planejamento
E essa avaliação diagnóstica inicial – essa escuta e mapeamento de características e competências – deve fazer parte do planejamento. “Ele deve constar do projeto político-pedagógico da escola e, também, dos planos de ação, mas, especialmente, do planejamento docente”, reforça a gerente pedagógica da Editora Opet.
✅ Momentos críticos
A Educação Básica possui vários pontos de inflexão, como a passagem da Educação Infantil para o 1º ano do Ensino Fundamental, do 3º para o 4º ano, do 5º para o 6º ano e do 9º ano para o Ensino Médio. Em cada um desses momentos, a avaliação diagnóstica inicial assume um papel especialmente relevante.
“Isso porque, nesses casos, também existe um componente emocional, uma vez que as crianças e os adolescentes estão deixando um contexto para ingressar em outro”, destaca Cliciane. “Conhecendo a resposta emocional de cada um, o professor pode trabalhar para fortalecer o trabalho educacional.”
✅ O apoio da Editora Opet
Pelas próximas semanas, a equipe de assessores e formadores pedagógicos da Editora estará em campo para o primeiro grande momento formativo de 2024, que coincide com os primeiros movimentos do ano letivo. “Nessas formações, propomos discussões e reflexões que colaboram para esse mapeamento inicial estratégico”, explica Cliciane. “Elas também permitem entender como essas crianças e estudantes aprendem, e, também, como transformar objetos de aprendizagem em conhecimento, de forma intencional e significativa.”