FuturoPresente #03: nosso próximo passo… no espaço sideral!

Terra e Lua vistas da órbita lunar, em imagem tomada do módulo da Missão Artemis I, da NASA. Foto: NASA.

A relação entre a humanidade e o céu é muito antiga. Desde o início da civilização, olhamos para o alto e ficamos encantados! Essa relação com o céu gerou mitos, poesias e divindades! A uma certa altura, criamos obras literárias que nos levavam até lá! Se você pensou em Júlio Verne (foto) e em “Viagem à Lua”, é isso mesmo! E o autor francês é apenas um entre milhares de escritores da ficção científica “espacial”, de Isaac Asimov a Ray Bradbury.

Julio Verne (1828-1905)

Daí, no século XX, veio a ciência e, com base em tecnologias desenvolvidas durante a Segunda Guerra Mundial (foguetes, materiais, combustíveis, radar, técnicas de gestão de projetos), levou mesmo pessoas ao espaço. Primeiro, chegamos à nossa própria órbita, com o cosmonauta russo/soviético Iuri Gagarin, em 1961, a bordo da espaçonave Vostok (ele subiu a uma altura de cerca de 300 km); depois, em 1968, à Lua, com Buzz Aldrin e Neil Armstrong, tendo como piloto do módulo orbital Michael Collins, na Missão Apollo 11 (distância total percorrida: aproximadamente 800 mil km!).

A última “pisada fora da Terra” aconteceu em 1972, na Missão Apollo 17, com os astronautas Eugene Cernan, Ronald Evans (piloto do módulo orbital) e Harrison Schmitt. Depois disso, muitas missões foram enviadas ao espaço e muita coisa aconteceu (dos ônibus espaciais à estação espacial internacional, para ficar em dois exemplos), mas nunca mais “saímos em pessoa” dos limites da órbita terrestre. Nesse período, as tecnologias avançaram enormemente, o que aumenta as possibilidades de “colocar o pé no universo” com sucesso. Dito isso, a expectativa é gigantesca!

🚀🌝 Mas, qual será o próximo corpo celeste a ser alcançado por pés humanos?

Será a Lua, para onde, em princípio, devemos retornar com a Missão Artemis, da NASA. Em 2025, ela deve enviar astronautas para um voo tripulado ao redor da Lua; e, em 2026, eles devem pisar no Polo Sul do satélite.

A volta à Lua faz parte de um plano ainda mais ambicioso: levar astronautas até Marte, o que pode acontecer em 2040 – este ano é uma estimativa, mas é bem possível que o voo aconteça, mesmo por esta época. Já pensou? Com todos os recursos comunicacionais que então teremos, será sensacional!

A tripulação da Missão Artemis 2, que deve marcar a volta dos astronautas à Lua. Da esquerda para a direita, os astronautas Christina Koch, Victor Glover e Reid Wiseman (NASA), e Jeremy Hansen (da Agência Espacial Canadense). Foto: Josh Valcarcel/NASA.

#ESPECIAL: Do espaço sideral ao quarto de dormir: como a Corrida Espacial transformou nossas vidas!”

🌌Uma nova Corrida Espacial

A agência espacial dos Estados Unidos não é a única a sonhar com essas missões. Elas estão nos radares de outras agências espaciais nacionais, da China, Rússia, Japão, Índia e da Comunidade Europeia. Sem contar os planos de empresas privadas, como a SpaceX e a Blue Origin, que já estão realizando façanhas incríveis no espaço, com voos que envolvem, por exemplo, naves que podem voar várias missões e até “pousar de ré” – fantástico!

E há, também, projetos desenvolvidos de forma colaborativa entre países, entre os quais o Brasil, que também possui um programa espacial bastante avançado.

Centro Espacial Satish Dhawan, em Andra Pradesh, Índia. No destaque, o lançador de satélites geossíncronos. Foto: Agência Espacial Indiana.

📡👩🏿‍🚀Mas, por que explorar o espaço?

Starship, nave espacial “retornável” desenvolvida pela empresa Space-X.

Como observamos no início deste artigo, explorar o espaço faz parte de um sonho muito antigo da humanidade. Faz parte da eterna curiosidade humana! Mas, também envolve fatores políticos (a “Corrida Espacial” travada por Estados Unidos e URSS é um bom exemplo destes fatores), interesses econômicos (como o de explorar matérias-primas e processos industriais no espaço) e científicos (a busca pelo conhecimento puro, pela origem do universo, por formas de vida, por novos materiais e medicamentos, entre outros). E, sem dúvida, a possibilidade de colonização de outros corpos celestes, como planetas e satélites.

Há, evidentemente, enormes desafios, começando pela obtenção de recursos financeiros para bancar as missões. E também os de produzir tecnologias que permitam a saída das naves da Terra com maior eficiência e menor custo, o desenvolvimento de formas mais avançadas de sustentação da vida humana em outros ambientes, a criação de materiais mais resistentes às longas jornadas etc.

Em uma outra vertente, a da Física, busca-se formas de superar as brutais distâncias espaciais, que, hoje, tornam viagens mais longas simplesmente impossíveis (um exemplo: viajando à velocidade da luz, que é de 300 mil km/s, levaríamos 105,7 mil anos para cruzar apenas a extensão da nossa galáxia, a Via Láctea). As tecnologias de propulsão baseadas na física newtoniana (como foguetes químicos), atualmente disponíveis, são muito lentas para alcançar planetas distantes em prazos razoáveis. Viagens para além de Marte já enfrentam desafios de tempo considerável, e alcançar sistemas estelares próximos levaria milhares de anos com os meios atuais.

E há que considerar, também, as muitas questões legais e éticas associadas à exploração de outros mundos: novos mundos pertenceriam a quem? E se encontramos formas de vida extraterrestre, como proceder? 👾

Sonhos e realizações que só são possíveis graças à ciência, que nasce na educação! E essa é a “vibe” da série #FuturoPresente, da Editora Opet!

Referências para você ir mais longe:

1. Projeto Artemis (NASA)

2. Agência Espacial Europeia (ESA)

3. Agência Espacial Brasileira (AEB)

4. Agência Espacial Indiana (ISRO)

5. Agência Espacial Chinesa (CNSA)

6. Agência Espacial Japonesa (JAXA)

7. SpaceX

8. Blue Origin

9. Missão Apollo (NASA)

Educação Pública: desafios e estratégias no novo ciclo de gestão

Para todos os 5.570 municípios brasileiros, 2025 marca o início de um novo ciclo de governança. Um tempo marcado pela renovação ou, então, pela continuidade administrativa, com reflexos sobre todas as áreas, especialmente a da Educação. Neste momento de arrancada, porém, o caso das escolas é especial: como o calendário letivo começa em menos de um mês – de modo geral, nas primeiras semanas de fevereiro – prefeitos, secretários e equipes de gestão devem estar prontos para garantir uma transição segura, de olho na evolução dos estudantes pelos próximos quatro anos e além.

Planejamento, formações pedagógicas, recursos didático-pedagógicos, mobilização da comunidade escolar e conexão com os grandes temas da atualidade são alguns dos componentes dessa missão.

Os sistemas de ensino são grandes aliados das escolas públicas

Neste momento, aliás, ter um sistema de ensino como apoiador do trabalho pode representar um diferencial estratégico. Saiba por quê!

Quem responde é a gerente pedagógica da Editora Opet, Cliciane Augusto, que acompanha o trabalho pedagógico desenvolvido pelo selo educacional Sefe em parcerias com redes municipais de todas as regiões país.

“Neste momento, os gestores municipais – prefeitos e seus secretários de Educação – têm um enorme desafio, de transformar a educação em prioridade real. E isso é algo que concretiza e vai além das propostas apresentadas em campanha. É ação prática, que precisa de organização, apoio e parcerias”, observa.

A principal preocupação dos gestores deve ser a garantia de uma transição segura, acompanhada de uma série de ações: o planejamento do ano letivo, a organização de metas e o domínio das estratégias para garantir educação de fato, que garanta o acesso e a aprendizagem dos estudantes.

“Isso tudo começa com um diagnóstico inicial da rede, que permite aos prefeitos – em especial, aos que assumiram agora – entender a infraestrutura, identificar os resultados da aprendizagem e os desafios mais críticos”, avalia Cliciane. Um conjunto de ações que está diretamente conectado à formação continuada dos professores – “lembrando que são eles que fazem com que as propostas e os projetos pedagógicos aconteçam, na formação dos estudantes”.

O apoio dos sistemas de ensino

Diante dessa soma entre demandas fundamentais e urgência para atendê-las, os sistemas de ensino cumprem um papel estratégico. “Sistemas de ensino bem estruturados, como é o caso do oferecido pela Editora Opet, representam um diferencial prático e podem ser colocados em prática imediatamente.” Mas, com quê?

  • Com um planejamento pedagógico estruturado padrão, alinhado à Base Nacional Comum Curricular, a BNCC, e à legislação educacional para organizar o ano letivo dos municípios.
  • Com materiais didáticos – coleções estruturadas para todas as etapas da Educação Básica – e recursos educacionais digitais (REDs) associados.
  • Com formações pedagógicas continuadas que oferecem soluções práticas aos professores: contato, conhecimento e ampliação do uso dos recursos didático-pedagógicos, orientações, discussões sobre os grandes temas da atualidade, práticas efetivas de alfabetização, letramento e avaliação formativa.
  • Com avaliações diagnósticas da aprendizagem, que permitem o desenvolvimento de planos de intervenção e a recomposição da aprendizagem. No caso da Editora Opet, elas são oferecidas por meio do Programa inDICA de Gestão da Educação.

A grande missão dos gestores

Para Cliciane, neste início de mandato, os gestores municipais que assumem a sua carga em 2025 enfrentam desafios estratégicos e inadiáveis ​​para garantir uma educação pública de qualidade e equitativa. Entre as prioridades, é preciso garantir o acesso e a permanência de todas as crianças e jovens na escola, especialmente na Educação Infantil e no Ensino Fundamental, etapas cruciais para o desenvolvimento das futuras gerações.

Também é essencial promover a alfabetização na idade certa e desenvolver as competências da BNCC, reforçando o aprendizado como foco central das políticas educacionais. Trata-se de uma alfabetização que potencializa o verdadeiro letramento para a vida, possibilitando o desenvolvimento de cidadãos críticos, participativos e capazes de tomar decisões conscientes.

Nós, da Editora Opet, estamos prontos para participar dessa grande missão! Conheça nosso trabalho e conte conosco!

O Programa inDICA e a evolução da aprendizagem na educação pública

Avaliações em formato digital, do Programa inDICA, realizadas pelos estudantes de Curitibanos (SC).

A avaliação diagnóstica da aprendizagem ganhou força na educação pública. Com recursos avançados, as avaliações oferecem aos gestores e aos professores uma imagem detalhada da aprendizagem de cada estudante. O que permite o desenvolvimento de planos de ação específicos, direcionados, com foco na recomposição e na evolução sustentada de todas as turmas.

Desde seu lançamento, há 5 anos, o Programa inDICA, da Editora Opet, é adotado por municípios de todas as regiões do país, para a avaliação de milhares de estudantes. Ao mesmo tempo em que soma a experiência desse trabalho, o inDICA é constantemente aprimorado pelo aporte de recursos digitais que aceleram o processamento dos dados, facilitam a realização das provas pelos estudantes, fortalecem a segurança da informação e promovem a sustentabilidade. E tudo isso por um valor compatível e adequado para municípios de todos os portes – um investimento técnico e criterioso feito pelos gestores municipais.

COMPROMISSO COM A EDUCAÇÃO

“A Editora Opet possui mais de 30 anos de experiência em parcerias com a área pública e faz parte do Grupo Educacional Opet, que atua há mais de meio século com educação. Isso produziu um olhar diferenciado para o trabalho das redes municipais”, avalia a coordenadora do Programa inDICA, Silneia Chiquetto.

“No caso do inDICA, a essa experiência se soma outra, a do trabalho com avaliação diagnóstica. Nós já avaliamos milhares de estudantes em todo o país e adquirimos um olhar especial para as demandas trazidas pelos gestores. Com isso, oferecemos um serviço exclusivo para cada município, com tudo o que ele necessita.”

➡️ INDICA: O EXEMPLO DE CURITIBANOS (SC)

CAPACIDADE DE ESCUTA E RESPOSTA

O primeiro diferencial do trabalho do inDICA é justamente a capacidade de escuta e resposta às demandas específicas de cada município. “Cada parceiro tem sua forma de ver e de trabalhar com a educação, e nós respeitamos isto. Ao fazer essa escuta, chegamos à melhor solução de avaliação para aquela rede em concreto. A partir daí é que entram em cena as formações pedagógicas e os recursos do Programa”, explica Silneia.

UM SISTEMA COMPLETO DE GESTÃO DA APRENDIZAGEM

O inDICA oferece recursos e instrumentos para que as escolas e as redes públicas de ensino levantem seus indicadores de qualidade na aprendizagem. Com as provas aplicadas aos estudantes do 1º ao 9º ano do Ensino Fundamental, é possível levantar um conjunto de informações e avaliar o nível de aprendizagem em que eles se encontram.

➡️ INDICA: AVALIAÇÕES EM VARGINHA (MG)

ESCALA DA APRENDIZAGEM

O instrumento de avaliação do inDica possui uma escala de nível de aprendizagem construída a partir dos indicadores do Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB) e dos fundamentos teóricos do professor José Francisco Soares, ex-presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e um dos maiores especialistas do mundo em avaliação.

Além de registrar os conhecimentos relacionados às habilidades e também aos conteúdos essenciais esperados para o ano escolar– o grau de proficiência –, as avaliações do inDICA também captam como os estudantes solucionam as questões, os caminhos e os raciocínios que eles seguem. Isso é possível graças ao uso da Teoria da Resposta ao Ítem (TRI) na construção das questões, que oferece um quadro mais amplo e preciso da aprendizagem. A TRI é utilizada, por exemplo, na construção das questões do Enem e do Saeb.

Exemplo de tela da avaliação digital do Programa inDICA do sétimo ano do Ensino Fundamental.

A FORMAÇÃO DAS EQUIPES DE APLICAÇÃO

Ao aderir ao inDICA, as equipes aplicadoras da avaliação nos municípios recebem todo o suporte na forma de orientações detalhadas para os dias da aplicação por meio de reunião, documento escrito e vídeo. E total apoio para as ações – da chegada das provas ao município à entrega dos resultados na plataforma inDICA. “Os professores e gestores recebem uma formação específica para a utilização dos recursos, a interpretação dos dados e a construção do plano de intervenção que vai permitir o ajuste da aprendizagem”, conta Silneia.

“O foco é trabalhar com o levantamento dos dados, a leitura técnica e crítica destas informações, o planejamento e a intervenção a partir dos resultados”.

TUDO O QUE O INDICA OFERECE

O Programa inDICA de Gestão da Educação oferece:

. A plataforma digital inDICA, que disponibiliza os resultados da avaliação diagnóstica para os gestores e os professores cadastrados.

. Formação pedagógica para os professores que irão trabalhar com as turmas avaliadas.

. Provas escritas nos componentes curriculares de Língua Portuguesa e Matemática do 1º ao 9º ano do Ensino Fundamental (Anos Iniciais e Finais).

. Provas digitais – por opção do município – para estudantes do 4º ao 9º ano do Ensino Fundamental.

. Um aplicativo exclusivo para a leitura dos cartões-resposta utilizados nas avaliações escritas.

. Um material de atividades avaliativas, com questões de vários exames nacionais e questões inéditas baseadas nas habilidades preceituadas pela Base Nacional Comum Curricular, a BNCC.

Na avaliação em formato digital do inDICA, os professores podem acompanhar o desenvolvimento das provas pelos estudantes em tempo real.

ACESSO DIGITAL

Uma das facilidades do inDICA reside no acesso às informações. Elas estão disponíveis para os profissionais de educação previamente cadastrados pela secretaria por meio de login e senha. “A equipe envolvida na avaliação tem acesso hierárquico a todos resultados da rede”, explica Silneia. A partir da tabulação dos dados, são oferecidos relatórios que abrangem desde os resultados macro, de todo o universo avaliado, até as informações em nível individual, de cada estudante participante.

A própria plataforma traz, ainda, cada item da avaliação com seu descritivo, com o comentário pedagógico. “É uma explanação com os descritores e os distratores, para que o professor entenda o trajeto que o estudante percorreu em sua resposta, esteja ela certa ou errada. Até mesmo porque, no erro, é possível identificar elementos que vão ajudar na correção de rumos para o acerto futuro”.

Fácil e rápido: escaneamento dos cartões-resposta das avaliações físicas do inDICA com uso do aplicativo do Programa.

ENGAJAMENTO E RETORNO

As avaliações do Programa inDICA possuem, ainda, um efeito social importante, de engajamento da comunidade escolar – e de aumento da percepção positiva das pessoas sobre o trabalho educacional desenvolvido pelos municípios. “Em todas as ações do inDICA, graças à mobilização realizada pelas equipes municipais, as famílias estão sempre muito presentes. Elas entendem claramente a importância da avaliação, engajam-se e ficam atentas aos resultados. O que é muito bom, porque mostra o cuidado dos gestores com a educação e eleva o nível de expectativa das pessoas em relação a ela”, avalia Silneia.

Livros para conhecer e curtir a Proclamação da República

“Proclamação da República” (1893), obra de Benedito Calixto pertencente ao acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo.

Na sexta-feira, 15 de novembro, o Brasil comemora os 135 anos de Proclamação da República. Uma data fundamental para todos os brasileiros, que marca o terceiro grande momento de nossa jornada histórica (os demais são o Brasil Colônia, de 1500 a 1822, e o Brasil Império, de 1822 a 1889). O fato é que grande parte do que somos hoje – das instituições às fronteiras geográficas, das leis à própria democracia – está diretamente conectado à instituição, naquele 15 de novembro de 1889, da República Federativa do Brasil.

LIVROS, LIVROS!

Uma notícia fantástica é a de que, nos últimos anos, o mercado editorial brasileiro redescobriu os temas históricos do nosso próprio país. Além das obras acadêmicas – que são muitas e de excelente qualidade, nascidas nas universidades –, há vários livros que abordam os grandes temas da nossa história – dentre eles, a Proclamação e os primeiros dias da República.

Normalmente escritos em estilo jornalístico, fluido e instigante, esses trabalhos aproximam o público e geram interesse. E, no caso da educação, podem funcionar como um apoio importante na construção do conhecimento e na preparação para avaliações como o Enem e os vestibulares. Como mínimo, são leitura boa, informativa e agradável – e que nos conecta com nossa própria História!

E VAMOS LER

Relacionamos cinco obras que fazem muita gente “se amarrar” na história da Proclamação da República. Vamos lá – e boa leitura!

“1889: Como um imperador cansado, um marechal vaidoso e um professor injustiçado contribuíram para o fim da Monarquia e a Proclamação da República no Brasil”, de Laurentino Gomes – Começamos por uma obra escrita por um dos responsáveis pela renovação do interesse popular na História do Brasil, o jornalista e escritor Laurentino Gomes. “1889” encerra a trilogia que teve como outros títulos “1808” e “1822” – abrangendo o período da chegada da família imperial portuguesa ao Brasil ao fim da monarquia. Nesse trabalho, Laurentino traz os momentos finais do Império brasileiro, descrevendo acontecimentos e personagens com muita cor e riqueza de detalhes. O ritmo é jornalístico, e prende a atenção! Globo Livros, 416 p.

“Essa tal Proclamação da República”, de Edison Veiga –  Nesta obra, do jornalista e escritor Edison Veiga (com trabalhos realizados para veículos como Deutsche Welle, BBC e “O Estado de S. Paulo”), os fatos que desembocaram na Proclamação da República são tratados com uma linguagem irreverente, mas com grande precisão. Ela aborda uma série de fatos e configurações do período pré-republicano, da Guerra do Paraguai (que deu início a um forte movimento militar republicano e abolicionista) à briga entre maçonaria e igreja católica. Uma obra interessante, de leitura rápida!  Panda Books, 84 p.

“A construção das Almas – O imaginário da República no Brasil”, de José Murilo de Carvalho – Aqui, a pegada é um pouco diferente: o livro é mais denso, mas, mesmo assim, não menos interessante. Na verdade, é interessantíssimo! Em “A Construção das Almas”, o mineiro José Murilo de Carvalho (1939-2023) – historiador e membro da Academia Brasileira de Letras (ABL) – aborda os símbolos e imagens que fizeram com que a sociedade “virasse a chave” da monarquia para a República. Os hinos, as bandeiras, as charges, as estátuas e outros elementos que, em relativamente pouco tempo, consolidaram o novo regime no imaginário da sociedade. Instigante! Companhia das Letras, 174 p.

“Os Militares e a República”, de Celso Castro – A presença militar na política é um dado absolutamente relevante da História Brasileira. Uma relação que se estabeleceu ainda no Brasil Império, ganhou força na Guerra do Paraguai e chegou a um ponto fundamental na Proclamação da República – golpe contra a monarquia aplicado por oficiais. Em “Os Militares e a República”, o professor e pesquisador Celso Castro (professor da FGV e um dos maiores especialistas brasileiros em História Militar) vai além dos personagens mais conhecidos, como Deodoro da Fonseca, examinando a vida e as ideias de jovens oficiais que foram essenciais para a mudança de regime político. Um trabalho precioso! Zahar, 208 p.

“Triste República: a Primeira República comentada por Lima Barreto”, de Lília Schwarcz e Spacca – Hora dos quadrinhos! Reúna uma historiadora e antropóloga renomada, autora de best-sellers de História (como “As Barbas do Imperador” e “A Longa Viagem da Biblioteca dos Reis”), e um dos mais reconhecidos cartunistas brasileiros. Faça com que a inspiração dessa parceria seja o carioca Lima Barreto (1881-1922), um dos principais escritores brasileiros da passagem dos séculos XIX para XX. Pronto! Você tem “Triste República”, HQ cujo foco reside no nascimento e nas contradições da República – e como elas se projetam até os dias de hoje. Fantástico! Companhia das Letras, 196 p.  

PARA GOSTAR DE LER

A Proclamação da República é muito mais do que uma data comemorativa. Conhecê-la a partir dos livros é uma boa forma de compreender criticamente as raízes do Brasil moderno e as questões que moldam nossa identidade nacional. Conhecer a nossa história, como você sabe, nos aproxima de quem realmente somos – passado, presente e perspectivas de futuro em um país repleto de desafios e de possibilidades!

Então, aproveite a leitura e descubra o que esses autores têm a dizer sobre nossa República!

De Ruy a Rui… a dinâmica e a força do português brasileiro!

Nesta terça-feira, dia 05 de novembro, o Brasil comemora em alto e bom som o Dia Nacional da Língua Portuguesa. A data, instituída pela Lei Nº 11.310/2006, faz referência ao nascimento de Rui Barbosa (1849-1923), intelectual, político, jurista e escritor baiano que se tornou conhecido por seus amplos conhecimentos do nosso idioma.

Rui, aliás, foi fundador, junto com Machado de Assis, Lúcio de Mendonça, Inglês de Sousa, Olavo Bilac, Afonso Celso, Graça Aranha, Medeiros e Albuquerque, Joaquim Nabuco, Teixeira de Melo e Visconde de Taunay, da Academia Brasileira de Letras (ABL), em 1897. Um verdadeiro mestre do idioma, que o conhecia profundamente e manifestava este conhecimento – e também um profundo amor à língua portuguesa – em discursos, documentos oficiais, obras literárias e traduções (você pode conhecer alguns de seus principais textos no site da Casa de Rui Barbosa). 

Uma língua dinâmica

A língua portuguesa falada e escrita por Rui Barbosa (foto) há mais de cem anos não é exatamente a mesma que falamos e escrevemos hoje em dia. Quer um exemplo? O próprio nome de Rui, que, de batismo, era Ruy e teve a grafia alterada por mudanças legais associadas à regulação do idioma. O resultado é que, hoje, o nome aparece nas duas formas: Ruy e Rui!

Ou seja: a língua se transforma, ganha e perde elementos, é influenciada por milhões de falantes, pela mídia e até por outros idiomas e culturas. E também é percebida de formas diferentes: o que, antes, era desprezado, hoje é devidamente estudado e reconhecido em seu valor.

E tudo isso só acontece porque a língua portuguesa é dinâmica – é língua viva!

🇧🇷 A força do português brasileiro

Nossa língua é o português (a quinta língua mais falada no mundo), e o português que falamos e em que escrevemos é tecnicamente reconhecido como “Português Brasileiro”. Ou seja, ele tem características próprias, que o diferenciam das variedades faladas em Portugal, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné-Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor Leste e também em comunidades menores de outros países.

Mapa-mundi com os países pertencentes à Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP). Os países membros estão marcados em azul e os associados – que possuem grandes comunidades de falantes do português – em verde. Fonte: Wikipedia.

Em cada país, na verdade, a língua assume características próprias, que se conectam a fatores históricos e socioculturais. Tecnicamente, essas outras variedades do português, como explica o professor e linguista Ataliba de Castilho, são classificadas como “Português Europeu” e “Português Brasileiro”.

O português brasileiro, porém, é majoritário em termos numéricos. Somos 210 milhões de falantes, o que equivale a 80,7% do total de falantes de português; o segundo maior país, nesta contagem, é Angola 🇦🇴, com 29,3 milhões de falantes (cerca de 85% da população do país).

Por sua ampla base de falantes e pelo peso geopolítico e cultural do Brasil no contexto internacional, a variante brasileira do português é muito influente dentro do mundo lusofalante. E ela chega aos demais países lusófonos graças à televisão, ao cinema, aos livros (apenas em 2023, foram 45 mil títulos e 320 milhões de exemplares, segundo a Câmara Brasileira do Livro – CBL) e, muito fortemente, ao universo digital e às redes sociais.

Mas, é claro, também o nosso português foi e é influenciado pelos idiomas e culturas de outros países.

Juntos, Brasil e Angola agregam mais de 90% dos falantes de português do mundo.

Um português de muitas origens

Agora, imagine uma língua portuguesa chegando assim, “de supetão” (estamos em 1500) em um território onde havia cerca de 300 línguas (organizadas em dois grandes grupos, Jê e Tupi-Guarani) que davam nomes a tudo o que existia naquela terra imensa. Um idioma que, pelos séculos seguintes, recebeu influências poderosas de muitas línguas dos povos e culturas da África (em especial, dos sudaneses, originários da Nigéria, Daomé e Costa do Marfim, e dos bantos do Congo, Angola e Moçambique) e, também, das línguas de imigrantes vindos da Itália, Alemanha, Espanha, Japão, Síria-Líbano, Polônia, Ucrânia, França e mais. E que, nos últimos cem anos, foi permeada por influências da língua inglesa na música, no cinema e nas tecnologias digitais.

Esse é o português brasileiro, que soma todas essas influências e, no dia-a-dia, se transforma ainda mais, dando origem a novas palavras, expressões e formas de falar. Palavras nascem, palavras caem no esquecimento, palavras voltam, palavras se rearranjam… é assim!

Um idioma rico e compreensível

O Brasil é um dos maiores países do mundo. Maior, em extensão, do que a Europa Ocidental, que é berço de muitos idiomas e dialetos. Um país gigantesco, com uma história multissecular e uma presença humana absolutamente diversa, inclusive em termos sociais. E que também mantém um patrimônio linguístico invejável, de mais de 250 línguas (entre indígenas, de imigração, de sinais, crioulas e afro-brasileiras) além do português!

De acordo com o IBGE, cerca de 2,5% das pessoas com algum grau de surdez no Brasil utilizam a Língua Brasileira de Sinais (Libras) como principal meio de comunicação.

Diante disso, não poderíamos esperar que o nosso português brasileiro fosse, assim, “homogêneo”. Não é!

Ataliba de Castilho propõe alguns parâmetros (que, vale observar, não são absolutos): em termos geográficos, seria possível dividi-lo nas variedades do Norte, do Nordeste, do Sudeste e do Sul; em termos socioculturais, em português popular e português culto; variedades sexuais: português de homens e português de mulheres; variedades etárias: português das crianças, dos jovens e dos idosos; e variedades de registro (a forma de falar): português informal/coloquial, português formal/tenso.

Temos, evidentemente, um sem número de dialetos – que são as variantes de uma língua caracterizadas por peculiaridades de pronúncia, vocabulário e gramática –, com a fantástica vantagem de que eles se deixam compreender por “falantes de fora”. Salvo por termos e expressões muito específicas, é possível afirmar que um paulistano de Heliópolis entenderia o que um marajoara fala, se ele está falando português, e vice-versa. Em países como a Itália, que também possui muitos dialetos, essa compreensão, em muitos casos, é simplesmente impossível.

Para conhecer e festejar

Sala do Real Gabinete Português de Leitura (RGPL), fundado em 1837 no Rio de Janeiro por imigrantes portugueses.

Como vimos, o português brasileiro fornece motivos de sobra para o conhecimento e para a comemoração deste 05 de novembro. Em todos os seus falares e em suas expressões e, é claro, na literatura, que oferece ao mundo lusófono – e a todo o mundo, na verdade – autores do calibre de Machado de Assis, Euclides da Cunha, Clarisse Lispector, Guimarães Rosa, Rachel de Queiroz, Carolina Maria de Jesus e Paulo Leminski, entre outros.

Conhecer mais sobre esse idioma equivale, enfim, a uma viagem e a uma oportunidade de crescimento. O português brasileiro é um tesouro que oferece muitas riquezas… e que está sempre aberto a contribuições!

Milton, Enedina, Carolina, Abdias… inspirações negras para os jovens brasileiros

No próximo dia 20 de novembro, o Brasil comemora o Dia da Consciência Negra e o Dia Nacional de Zumbi dos Palmares. Em 2024, aliás, a data está sendo vivenciada pela primeira vez como feriado nacional (em muitos lugares, já era feriado municipal), estabelecido pela Lei Nº 14.759/2023.

O momento é de olhar para dentro e examinar como, em 330 anos da morte de Zumbi, a sociedade brasileira trabalhou e trabalha com as questões associadas à escravidão e ao período pós-escravidão, ao preconceito racial e religioso, à violência e à desigualdade de condições historicamente impostos às pessoas negras e pardas na sociedade brasileira. Claramente ainda há muito por fazer, e o Dia da Consciência Negra/Dia Nacional de Zumbi dos Palmares é um marcador importante de todas essas demandas.

👉🏾 MUITAS CONTRIBUIÇÕES

É momento, também, de refletir sobre os valores, conhecimentos e contribuições trazidos e construídos pelos negros em nosso país – e reconhecê-los devidamente. No protagonismo, no idioma, na ciência, na participação histórica, nas religiões e na religiosidade, na alimentação, nas técnicas agrícolas, na arte, na educação. Isso tem nome: Consciência Negra. Consciência de um Brasil mais justo e mais decente!

👨🏿‍👩🏿‍👦🏿‍👦🏿 PESSOAS INSPIRADORAS

A seguir, trazemos quatro referências de homens e mulheres negros brasileiros transformadores e inspiradores, que merecem ser mais conhecidos a partir do contexto escolar:

Milton Santos (1926-2001)

Geógrafo, jornalista e escritor, é considerado um dos maiores pensadores globais da Geografia no século XX. Destacou a importância de se trabalhar com a disciplina para além de seu caráter descritivo, incorporando aspectos sociais e políticos; em seus trabalhos, também focou o tema da globalização. Foi professor convidado nas universidades de Caracas (Venezuela), Dar-es-Salam (Tanzânia), Toulouse, Bordeaux e Paris-Sorbonne (França), MIT e Columbia (EUA), e Toronto (Canadá). Foi, também, professor concursado e emérito da Universidade de São Paulo (USP). Em 1994, recebeu o Prêmio Internacional de Geografia Vautrin Lud, o mais importante desta ciência. Algumas obras: “Por uma Geografia Nova, da crítica da geografia a uma geografia crítica” (1978), “Técnica, espaço, tempo: globalização e meio técnico-científico informacional” (1994), “Da totalidade ao lugar” (1996), “Metamorfose do espaço habitado” (1997), “A Natureza do Espaço” (1996) e “Por uma outra globalização, do pensamento único à consciência universal” (2000).

SAIBA MAIS

Enedina Alves Marques (1913-1981)

Engenheira civil formada pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) em 1945. Foi a primeira mulher a se formar em Engenharia no Estado do Paraná e a primeira engenheira negra do Brasil. Lutou duplamente, contra o machismo e contra o racismo, e foi reconhecida por seu talento profissional e capacidade de liderança.

Trabalhou no Plano Hidrelétrico do Paraná – em um momento em que o Estado se industrializava – e nos projetos de aproveitamento das águas dos rios Capivari, Cachoeira e Iguaçu. Atuou no projeto da Usina Capivari-Cachoeira. Também participou, chefiando equipes de técnicos e operários, nas obras do Colégio Estadual do Paraná (CEP) e da Casa do Estudante Universitário de Curitiba (CEU).

SAIBA MAIS

Carolina Maria de Jesus (1914-1977)

Mulher, negra, nascida na pobreza, Carolina Maria de Jesus brilhou em um meio – a literatura – historicamente dominado por homens brancos. E fez isso com obras como “Quarto de Despejo: Diário de uma favelada” (de 1960), em que se apresenta e apresenta um Brasil até então oprimido e silenciado. O livro, um grande sucesso de vendas (e que foi traduzido para 13 idiomas), traz um olhar sensível e crítico de sua autora a respeito de sua própria vida e da vida de milhões de brasileiros. As frases são curtas, telegráficas e repletas de significado, como neste excerto de “Quarto de Despejo”:

“Antigamente era a macarronada o prato mais caro. Agora é o arroz e feijão que suplanta a macarronada. São os novos ricos. Passou para o lado dos fidalgos. Até vocês, feijão e arroz, nos abandona! Vocês que eram os amigos dos marginais, dos favelados, dos indigentes. Vejam só. Até o feijão nos esqueceu. Não está ao alcance dos infelizes que estão no quarto de despejo. Quem não nos despresou [sic] foi o fubá. Mas as crianças não gostam de fubá”.

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Abdias do Nascimento (1914-2011)

Poeta, escritor, dramaturgo, artista visual, político, ativista da causa negra e africanista, Abdias do Nascimento foi um dos mais completos intelectuais brasileiros – e globais – de seu tempo. Em 1944, fundou o Teatro Experimental do Negro e o projeto Museu de Arte Negra no Rio de Janeiro. Expôs suas obras em museus de várias partes do mundo, destacando a luta dos negros brasileiros por seus direitos e contra o racismo. Foi professor Emérito da Universidade do Estado de Nova Iorque – onde fundou a cátedra de Culturas Africanas no Novo Mundo do Centro de Estudos Portorriquenhos, do Departamento de Estudos Americanos – e professor visitante na Escola de Artes Dramáticas da Universidade Yale (1969-70). Também levou a luta antirracista à política, como deputado federal, senador e secretário do governo do Estado do Rio de Janeiro.

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✌🏿 CONTRIBUIÇÕES DE MILHÕES

Milton, Enedina, Carolina e Abdias são representantes importantes da população negra brasileira, personagens verdadeiramente inspiradores. Mas, não são os únicos! Neste exato momento, milhões de brasileiras e brasileiros, negras e negros, estão ajudando a construir o nosso país – e lutando para que nossa sociedade evolua para o devido reconhecimento de sua contribuição, para a eliminação do racismo e de todas as formas de preconceito. Essa luta é de toda a sociedade!

👍🏿 PARA IR ALÉM

Fontes de Referência

Instituto de Pesquisa e Estudos Afro-Brasileiros (IPEAFRO), fundado por Abdias do Nascimento em 1981.

O que é educação antirracista, publicação do Projeto Criança Livre de Trabalho Infantil, do Ministério Público do Trabalho (MPT-SP)

PIA – Primeira Infância Antirracista, estratégia da Unesco para a educação antirracista desde os primeiros anos de vida da criança.

Literafro – Portal de literatura afro-brasileira da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Plataforma Ancestralidades Plataforma com conteúdos derivados de processos investigativos para evidenciar as criações dos diversos Brasis baseados em saberes, histórias e culturas da população negra. Itaú Cultural/Fundação Tide Setúbal

Preta Cientista – Biografias de cientistas negras brasileiras. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação de Pernambuco.

Biografias:

André Rebouças, Arquivo Nacional do Brasil

José do Patrocínio, Academia Brasileira de Letras (ABL)

Luiz Gama, BBC Brasil

Lima Barreto, El País Brasil

Luiza Mahin, DW Brasil

Maria Firmina dos Reis, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Zumbi dos Palmares, Brasiliana Fotográfica (Biblioteca Nacional)

Halloween: uma oportunidade intercultural!

A cada ano, as celebrações de Halloween são mais comuns no Brasil. Com fantasias, histórias, brincadeiras, doces, travessuras… e possibilidades de conhecimento!

O Halloween é uma festa intercultural – ou seja, ela nasce da articulação de conhecimentos de diferentes culturas. No passado e nos dias de hoje!

Com o passar do tempo, especialmente nas últimas décadas, muitos países passaram a celebrá-la, o que faz com que, em cada lugar, o Halloween seja um pouco diferente. Do México ao Japão, da China ao Brasil, com muitas coisas em comum – e com coisas muito diferentes, próprias, também! Essa, aliás, é a grande “sacada” da festa, que pode ser trabalhada no contexto educacional.

🎃 Os componentes do Halloween

No Brasil, como aconteceu com outros países, nós conhecemos o Halloween a partir da cultura dos Estados Unidos. Pelo cinema, séries, quadrinhos, animações e redes sociais.

Os principais componentes da festa, porém, são bem mais antigos. Eles chegaram à América do Norte com os imigrantes irlandeses, que no século 19 trouxeram elementos da tradição celta (o Samhain, festival que marcava o fim do verão) e do cristianismo medieval (a vigília que antecedia o Dia de Todos os Santos).

A eles foram se somando outros conhecimentos, como a das lanternas de abóbora e as piñatas (indígenas), e, também, as histórias de fantasmas da tradição alemã.

👻 Possibilidades em Educação

O Halloween é aberto a muitas possibilidades na educação, em temas que vão da Arte à Língua Inglesa, da História ao Folclore. É possível trabalhar, por exemplo, com investigações, rodas de leitura, contação de histórias, debates, desfiles, peças, construção de fantasias, podcasts, etc.

A intenção é conhecer as origens de uma rica tradição, analisando seus componentes e verificando o caráter intercultural da festa. Vale observar que o Halloween permite a incorporação de elementos do nosso próprio folclore, que tornam a festa ainda mais colorida e cheia de significado. Por falar nisso, no Brasil, o 31 de outubro também marca o Dia do Saci, que pode ser comemorado junto (com direito a Cuca, Curupira, Iara e muito mais!).

O Halloween também permite exercitar a sociabilidade dos estudantes, assim como sua capacidade de planejamento e organização para a realização de um evento.

🪅 No mais, é festejar! E que o seu Halloween seja muito animado!

Programa inDICA: avaliação e avanços na Educação!

O Programa inDICA de Gestão da Educação, da Editora Opet, oferece aos municípios e às redes privadas de ensino um dos mais completos sistemas de avaliação diagnóstica da aprendizagem do Brasil, com metodologia, recursos e profissionais de alta qualidade. O programa permite construir uma parceria de avaliação que produz informações precisas e detalhadas sobre a aprendizagem. São dados estratégicos que, por sua vez, vão alimentar os planejamentos e os planos de intervenção – e transformar a educação!

✔️ CONSOLIDAR E AVANÇAR NA EDUCAÇÃO

O inDICA nasceu da experiência de mais de 30 anos da Editora Opet nas áreas pública e privada. Nasceu, também, do desejo de oferecer às escolas e redes de ensino ferramentas e metodologias capazes de fortalecer, consolidar e de impulsionar a aprendizagem. O diagnóstico, com metodologias e ferramentas avançadas (em provas escritas e digitais), é feito nos componentes curriculares de Língua Portuguesa e Matemática, e tem como foco os estudantes do 1º ao 9º ano do Ensino Fundamental. O programa oferece avaliação diagnóstica, formação pedagógica para professores e gestores, e também apoio à recomposição da aprendizagem.

CONHEÇA EM DETALHES OS DIFERENCIAIS DO PROGRAMA INDICA

✔️ O EXEMPLO DE CURITIBANOS (SC)

Curitibanos, município situado na região central de Santa Catarina, é um bom exemplo do trabalho do inDICA na área pública. Parceira desde 2023, nos dias 08 e 09 de outubro a rede municipal de ensino realizou a quarta etapa avaliativa com 4 mil estudantes do 1º ao 9º ano Ensino Fundamental (Anos Iniciais e Finais). A avaliação envolveu a realização de provas em formatos impresso e digital, e, também, a leitura dos cartões-resposta com o aplicativo do programa.

“Curitibanos é um excelente exemplo do trabalho do inDICA”, avalia Silneia Chiquetto, coordenadora do programa na Editora Opet, que esteve em Curitibanos acompanhando a avaliação. “No município, nos últimos dois anos, estamos desenvolvendo um trabalho que mostra, ponto a ponto, a importância da avaliação diagnóstica para o fortalecimento e para a recomposição da aprendizagem.

RECUPERAR, REFORÇAR OU RECOMPOR A APRENDIZAGEM: DIFERENÇAS E CAMINHOS

✔️ EVOLUÇÃO DA APRENDIZAGEM

Para Andressa Boscari de Farias (foto), secretária municipal de Educação de Curitibanos, a chegada do inDICA transformou a educação. “Podemos afirmar que, nos últimos anos, nossa rede municipal vem numa crescente em relação aos índices de aprendizagem.”

Ela conta que a questão da aprendizagem ganhou ainda mais importância no pós-pandemia, quando ficaram evidentes os efeitos negativos do período de distanciamento e aulas remotas. “Nós pensamos em várias estratégias e possibilidades. E foi então que, a partir de um estudo técnico, o inDICA tornou-se parceiro da rede municipal de ensino.”

Segundo a secretária, o programa trouxe um diferencial para as escolas. “O inDICA trouxe essa mudança na qualidade do ensino de todos os nossos estudantes. As avaliações nos permitem pensar e traçar estratégias para recuperar a aprendizagem, o que é fundamental em termos de uma evolução sustentada da educação.”

✔️ UMA PERCEPÇÃO AMPLA E DETALHADA

A professora Larissa Mantovani é gestora do Núcleo Municipal Getúlio Vargas, de Curitibanos, que oferece Educação Infantil e Ensino Fundamental. “Com as avaliações, os materiais e as devolutivas do Programa inDICA, conseguimos perceber o nível de desenvolvimento dos nossos estudantes e, também, o que é preciso retomar nas habilidades e competências. O que deve ser aprofundado e, também, o nível de aprendizado de cada estudante”, observa.

✔️ SUCESSO NA EDUCAÇÃO

Na avaliação do prefeito de Curitibanos, Kleberson Luciano Lima (na foto, com a diretora de Ensino de Curitibanos, Patrícia Maciel Bastos, a coordenadora do inDICA, Silneia Chiquetto, e a secretária Andressa Boscari de Farias) , o inDICA trouxe elementos para a construção do sucesso da educação municipal. “Além de prefeito, também sou professor da rede municipal de ensino e conheço de perto as questões da educação. Sobre o Programa inDICA, posso afirmar que ele vem dando muito certo. Por meio dos indicadores, por meio das informações colhidas nas avaliações, nós podemos nos planejar para o futuro”, observa. E complementa: “com os dados do inDICA, temos todas as condições de fazer esse planejamento e melhorar naquelas situações específicas que são detectadas pela avaliação.”

Outubro Rosa: Autocuidado e Inteligência

Nesta terça-feira, 1º de outubro, inicia-se mais uma edição do Outubro Rosa, campanha de conscientização sobre a prevenção e o tratamento do câncer de mama. Um período repleto de ações (de palestras a corridas e à iluminação especial de monumentos públicos) e de muitas informações sobre essa doença e sobre a saúde geral das mulheres.

📍 Por que o Outubro Rosa é tão importante?

O principal impacto do Outubro Rosa está na disseminação do conhecimento, que tem o poder de salvar vidas. A informação afasta o medo e o preconceito, promovendo o autocuidado e incentivando a prevenção e o tratamento. Esse movimento vai além de um único mês, inspirando hábitos saudáveis e engajamento na luta contra o câncer durante todo o ano.

📍 O que é o câncer?

O termo “câncer” abrange mais de 100 tipos de doenças causadas pelo crescimento desordenado de células. Esse processo pode gerar tumores, que são massas celulares anormais. Esses tumores podem invadir tecidos vizinhos e até mesmo se espalhar para outras partes do corpo, um fenômeno chamado metástase.

📍 Neoplasias: Qual a diferença entre benignas e malignas?

As neoplasias podem ser benignas ou malignas. Neoplasias benignas crescem lentamente e não invadem outros tecidos. As malignas, por outro lado, são agressivas, invadindo tecidos e se espalhando pelo corpo através dos vasos sanguíneos ou linfáticos.

📍 Quais são as causas do câncer?

A reprodução desordenada de células pode ser desencadeada por fatores genéticos, ambientais ou hábitos de vida. Estima-se que entre 80% e 90% dos casos de câncer estejam relacionados a causas externas, como poluição e comportamento, que alteram o DNA das células.

📍 O câncer de mama

O câncer de mama é o mais frequente entre as mulheres no mundo, com cerca de 2,3 milhões de novos casos anuais. No Brasil, são aproximadamente 70 mil diagnósticos por ano, representando quase um quarto de todos os cânceres femininos. Além disso, é o tipo de câncer que mais causa mortes entre mulheres no país, com uma taxa de mortalidade de 17,5 por cem mil pessoas, segundo o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM/SUS) de 2022.

📍 Fatores de risco e prevenção

Os fatores de risco para o câncer de mama incluem questões genéticas, ambientais e hábitos de vida. Algumas medidas preventivas incluem:

  • Alimentação saudável: Aumentar o consumo de vegetais, frutas e alimentos orgânicos, e reduzir a ingestão de alimentos ultraprocessados, carne vermelha e álcool.
  • Evitar o cigarro: O tabagismo é um fator de risco significativo para vários tipos de câncer.
  • Prática de exercícios físicos: A atividade física regular é essencial para a saúde geral e pode ajudar na prevenção do câncer.
  • Gerenciamento do estresse: Práticas como meditação, caminhadas e hobbies ajudam a reduzir o estresse.
  • Autoexame das mamas: O INCA recomenda que as mulheres observem suas mamas regularmente, valorizando a descoberta casual de alterações suspeitas.

📍 A origem do Outubro Rosa

O Outubro Rosa surgiu nos Estados Unidos na década de 1990, através da Fundação Susan G. Komen for the Cure. A primeira “Corrida pela Cura”, realizada em Nova Iorque, distribuiu laços rosa para os participantes, como símbolo da conscientização sobre o câncer de mama. Em 1997, o movimento ganhou força com ações nas cidades de Yuba e Lodi, na Califórnia, e se espalhou pelo mundo.

📍 O Outubro Rosa no Brasil

No Brasil, o movimento chegou em 2002, quando o Obelisco do Ibirapuera, em São Paulo, foi iluminado em rosa. Desde então, outros monumentos pelo país também se tornaram parte da campanha, que conta com o apoio de entidades públicas e privadas.

📍 Informação de qualidade

Indicamos algumas fontes confiáveis de informação sobre o câncer de mama, sua prevenção e tratamento. Confira!

Emergência Climática na escola: sugestões de abordagem

Professores podem aproveitar o Dia da Árvore e o início da Primavera para debater a emergência climática com seus estudantes.

Neste final de semana, no dia 21, o Brasil comemora o Dia da Árvore. E, na segunda-feira, 22, o Hemisfério Sul ingressa oficialmente na Primavera, período ligado ao florescimento e à reprodução de muitas espécies. Que tal aproveitar esses dois momentos para trabalhar em sala de aula com um dos temas mais importantes da nossa época?

Estamos falando da emergência climática, que chegou com tudo aos meios de comunicação e, principalmente, à vida das pessoas. O mundo está vivendo uma grande transformação – e a resposta a este desafio pode começar na Educação Básica.

🍃 O que é a Emergência Climática?

O termo “Emergência Climática” é adotado por instituições como a ONU em seu Programa de Meio Ambiente para descrever as mudanças climáticas recentes ou o “novo regime climático”, termo proposto pelo filósofo Bruno Latour

Essas mudanças, que se processam desde o início da Era Industrial, vêm causando transformações graduais e impactantes das condições climáticas de longa duração, cujos impactos têm se intensificado nas últimas décadas. 

São mudanças que vêm acompanhadas por um aumento significativo da temperatura média global e de ocorrências climáticas extremas – e mais frequentes – como secas, enchentes, incêndios e furacões (como o que vemos na na imagem abaixo, feita pela NASA).

🍂 O que está acontecendo?

Estudos realizados por centros de pesquisa de todo o mundo e avalizadas por instituições como a ONU mostram que a emergência climática está conectada à queima de combustíveis fósseis (carvão mineral, petróleo e gás natural) e à liberação de dióxido de Carbono (CO2) na atmosfera – um processo que se acelerou muito em nossa época. Apenas para se ter uma ideia, em 2023 a média global de consumo de petróleo chegou a 36 bilhões de barris por ano, com a liberação de toneladas de CO2 na atmosfera. 

Outros gases decorrentes das atividades econômicas humanas (como o Metano – CH4, Óxido nitroso – N2O, Ozônio – O3) e os Clorofluorcarbonos CFCs), emitidos em grandes quantidades, também contribuem seriamente para o efeito estufa. 

A mudança que estamos vivendo está conectada, ainda, à devastação dos biomas. Isso porque, por meio da fotossíntese, as florestas “sequestram” o Carbono da atmosfera incorporando-o às próprias estruturas orgânicas (troncos, folhas, raízes e frutos) e às de muitos seres vivos que delas se alimentam. O desmatamento desses biomas dificulta esse processo de sequestro de carbono, e causa o efeito reverso contribuindo para o aumento das emissões de CO2 na atmosfera. A presença massiva do dióxido de Carbono na atmosfera intensifica o “efeito estufa”, que retém o calor na atmosfera e, consequentemente, vem impondo um aumento da temperatura ao planeta e efeitos climáticos extremos (chuvas, secas, frio e calor intensos). E é, claro, aumentando a poluição atmosférica das cidades – como vemos na foto.

🌊 As respostas à emergência climática

A emergência climática, porém, não é apenas o fenômeno em si, mas as respostas das sociedades a ele. Já não se trata, inclusive, de como agir para evitar que ela apareça, mas de trabalhar para que seus efeitos não sejam ainda mais severos.

A ONU, por exemplo, trabalha com a meta de aumento máximo da temperatura global em 1,5 grau Celsius até 2030. Segundo os cientistas, essa temperatura marca um ponto de inflexão para a sobrevivência de muitas formas de vida, dos corais (como os da imagem abaixo) aos insetos polinizadores de plantas. Ou seja, aumenta o número de eventos climáticos extremos, provoca mudanças irreversíveis na dinâmica dos ecossistemas e, consequentemente, na sobrevivências das espécies.

🍎 Na sala de aula

Uma reflexão sobre as mudanças ambientais em sala de aula pode abordar diferentes temas, conectando-se, sempre, aos currículos e às habilidades e competências previstas na Base Nacional Comum Curricular, a BNCC, para segmento, ano ou série. Ela pode e deve colocar em diálogo diferentes componentes curriculares, da Química à História, da Biologia à Sociologia.

O tema pode ser trabalhado em toda a Educação Básica – e possui um peso relevante para os estudantes do Ensino Médio, que podem encontrá-lo em avaliações como o Enem. Não basta, porém, apenas conhecer. É preciso criar condições, a partir da reflexão, para que os estudantes construam consciência e ajam para reduzir os impactos da emergência climática.

É possível, por exemplo, envolvê-los em uma discussão sobre o ciclo do Carbono a partir do petróleo; sobre a importância das florestas no sequestro do Carbono; sobre a importância dos corais para a vida marinha e dos oceanos para o sequestro do Carbono; sobre as alternativas que surgem, a partir da ciência e das empresas, para a chamada “transição energética” (que é um tema fantástico, que também pode ser desdobrado); e quais os obstáculos para que o mundo deixe de ser “viciado em petróleo”.

Uma abordagem especialmente interessante – endossada pela própria ONU – é a de se perguntar às pessoas, no caso, aos estudantes, o que eles estão fazendo (e o que podem fazer) para ajudar a reduzir os impactos da emergência climática. As respostas podem ser apresentadas de diferentes maneiras, em seminários, discussões, palestras, redações, podcasts, vídeos, apresentações artísticas e até em visitas.

🧠 Algumas perguntas para o debate

1. A comunicação sobre as mudanças climáticas é suficiente para transformar as sociedades? O que eu sei a respeito e como comunico isto?

2. As pessoas estão se mobilizando e questionando suficientemente seus governos – da prefeitura à presidência da República, passando pelos legisladores – por medidas de redução do impacto climático?

3. Como os meios de transporte impactam o aumento das emissões? Eu posso modificar meus próprios deslocamentos pensando em reduzir esse impacto?

4. Minha escola, minha casa, usa fontes de energia renováveis? Como posso trabalhar para aumentar a eficiência energética?

5. Qual o impacto dos alimentos sobre a emergência climática? Como reduzir esse impacto trabalhando com os hábitos de consumo?

6. Comprar localmente reduz o impacto ambiental das próprias compras e da logística de transporte?

7. Como a minha comunidade gerencia a economia e o desperdício de alimentos?

8. Como funciona a minha relação com produtos recicláveis e descartáveis?

9. Como eu e minha comunidade trabalhamos com o plantio de árvores? Qual a importância dele?

10. O que é OSG – sigla para Environmental, Social, and corporate Governance? Qual seu papel diante da emergência climática?

💡 Algumas fontes de consulta:

Nesses links, você encontra referências de alta qualidade para ampliar as discussões sobre a emergência climática com seus estudantes:

“Emergência Climática”, publicação do Instituto Alana.

Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.

Fundação Oswaldo Cruz, entrevista com o sanitarista Eduardo Hage.

Jornal da USP, “Estratégias para enfrentar os riscos decorrentes da emergência climática no Brasil”

. Mudanças Climáticas, série de matérias especiais produzida pela agência de notícias oficial da República Federal da Alemanha.

Mudanças Climáticas, série de matérias especiais produzida pela BBC, agência de notícias oficial do Reino Unido.

“Guia sobre Educação em Situação de Emergências Climáticas”, da Campanha Nacional pelo Direito à Educação.