Prêmio Ação Destaque: a etapa dos pareceristas

Recentemente, a Editora Opet divulgou a lista dos 279 trabalhos aprovados para leitura pelos pareceristas do 14º Prêmio Ação Destaque. Esses profissionais são os responsáveis pela atribuição das pontuações a cada um dos projetos. As pontuações definem os finalistas que virão a Curitiba para a etapa final do prêmio.

Mas, quem são os pareceristas e como eles julgam os trabalhos? E, não menos importante: quando a lista dos finalistas será divulgada?

🕵️‍♀️ Uma etapa envolvente

A gerente pedagógica da Editora, Cliciane Élen Augusto, é organizadora do Ação Destaque há vários anos. Ela conta que a leitura avaliativa dos trabalhos é uma das etapas mais envolventes do prêmio.

“É uma fase que começa assim que a lista dos trabalhos aprovados para leitura é divulgada. Nós chamamos especialistas em educação parceiros da Editora e que tenham conhecimentos específicos da categoria que vão avaliar. São profissionais que conseguem fazer uma análise consistente da relação entre teoria e prática pedagógica”, observa.

📝 Leitores e pontuações

Cada trabalho é lido por nada menos do que três pareceristas – o que, para um universo de 279 trabalhos, significa um total de 837 leituras. Nelas, os pareceristas atribuem uma pontuação ao projeto.

Essa pontuação é construída a partir de referenciais rigorosos. “Os critérios de avaliação são bem claros. Na verdade, estão descritos no regulamento do Ação Destaque”, explica Cliciane. “Ou seja, o participante que leu o regulamento e construiu seu projeto observando esses critérios alcançará, com certeza, uma pontuação mais próxima da pontuação máxima”.

A construção da nota também se apoia em rubricas, que são detalhamentos dos critérios. Essas rubricas permitem aos pareceristas refinarem as notas. E é justamente por isso que as pontuações dos projetos não são notas cheias.

“A nota de cada projeto é construída a partir das respostas a estas três perguntas: ele conversa com o critério? Ele é significativo? Ele, enfim, se destaca dentro da educação?”, sintetiza Cliciane.

E quando sai a lista dos finalistas?

Chegamos, então, à pergunta crítica: quando o resultado final, com a divulgação dos trabalhos finalistas, será publicado? “Os pareceristas têm até o final deste mês para fazer as leituras. Eles, aliás, estão trabalhando a todo vapor nisso neste exato momento”, informa Cliciane. 

Essa etapa inclui, além da leitura e da construção da pontuação, um momento de comparação de todas as notas dos projetos. Ele permite identificar trabalhos que somaram a mesma pontuação em uma mesma categoria e, a partir de critérios técnicos ainda mais refinados, definir um desempate.

🤴 A “cara” dos projetos deste ano

Ao examinar os projetos de 2024 em uma primeira leitura, Cliciane identificou um perfil ao mesmo tempo consciente e propositivo. Ou seja: os professores e gestores aprovados na etapa de ingresso souberam indicar exatamente o que pretendiam com seus projetos.

“Isso é muito bom porque denota a intencionalidade que norteia esses trabalhos. Porém, ainda identificamos algumas fragilidades em relação aos critérios e à percepção do papel da relação família-escola, que é um dos fundamentos do Prêmio Ação Destaque e do trabalho da Editora. Alguns projetos não trazem ou trazem esse elemento de forma insuficiente, enquanto outros trabalham bem com a questão”, pondera.

Cliciane ainda observa que, em razão das regras do Prêmio que passaram a vale neste ano – e que incluem a impossibilidade de participação de finalistas da edição de 2023 –, observou-se um processo de renovação. “Está nascendo uma nova geração de participantes do Ação Destaque, que traz uma perspectiva de construção e de reconstrução. E a gente cresce junto, nas dúvidas e nos acertos. A todos os participantes aprovados para leitura, só posso desejar boa sorte – seus trabalhos estão sendo avaliados com todo cuidado por um time de primeira qualidade. Assim, boa sorte!”.

Fique ligado! Em breve, traremos mais novidades sobre o 14º Prêmio Ação Destaque!

Encantar para a História: 21 de abril, Dia de Tiradentes

“Tiradentes ante o Carrasco”, de Rafael Falco (1951). Centro Cultural da Câmara dos Deputados.

“Brasil, final do século XVIII. A maior colônia portuguesa era, também, uma das grandes produtoras mundiais de ouro, extraído principalmente nas terras da capitania de Minas Gerais. Um ambiente de imensa riqueza e de enormes tensões sociais, que ganharam força com as revoluções nos Estados Unidos e na França. O cenário perfeito para uma rebelião de consequências imprevisíveis…”.

Essa bem que poderia ser a narrativa de abertura de daqueles seriados históricos do streaming repletos de aventuras, heróis, vilões, tesouros, romances, traições e muitas reviravoltas. Poderia ser, mas é mais, muito mais: é História! A nossa história, que celebramos hoje, no Dia de Tiradentes – o “Mártir da Inconfidência”.

O primeiro Dia de Tiradentes

Tiradentes Alferes”, de
José Wasth Rodrigues (1940)
.

A data foi instituída como feriado no início da República, ainda no governo Deodoro da Fonseca (no Decreto 151-B), para marcar aquele que seria o primeiro movimento de independência da colônia em relação a Portugal – a Inconfidência ou Conjura Mineira. Um movimento que não tinha a pretensão de tornar independente todo o território nacional, mas que, isto sim, apontava para o futuro país e da própria América Latina.

E o 21 de abril passou a fazer parte do calendário cívico nacional – com paradas, fanfarras e estátuas. E Tiradentes, o único inconfidente executado pela Coroa Portuguesa, enforcado e esquartejado, entrou para o imaginário nacional – em filmes, pinturas, músicas e até em moedas e cédulas – como um personagem cabeludo e barbudo, semelhante às representações de Jesus Cristo.

Tiradentes… muito além de Tiradentes

Ouro Preto: monumento erigido na praça central da cidade, onde a cabeça de Tiradentes foi exposta como alerta à sociedade mineira.

A figura de Joaquim José da Silva Xavier – militar, tropeiro, mineiro e um cirurgião dentista competente para os padrões da época – pode ir muito além das representações que dele são feitas há mais de um século no Brasil. Na verdade, sua trágica história – ele foi o único a ser executado de um grupo de várias pessoas, muitas das quais acabaram condenadas ao desterro – evoca uma série de perguntas:

Como era o Brasil Colônia no final do século XVIII e qual o papel econômico das Minas Gerais neste período?

  • O que queriam, de fato, os inconfidentes?
  • Quem era, afinal, Tiradentes?
  • Por que ele foi o único a ser executado?
  • Quem foram os outros participantes da conjura e o que aconteceu com eles?
  • Qual o verdadeiro alcance territorial e social da Inconfidência Mineira?
  • E a sociedade colonial, como reagiu ao movimento?
  • Como os inconfidentes viam a escravidão?
  • Qual o papel das mulheres na Inconfidência?
  • Para Portugal – que havia sofrido com o catastrófico terremoto de Lisboa em 1755 -, qual a importância do Brasil em 1792?

Essas são algumas das perguntas que nascem de Tiradentes e de seu dia. E que podem ser o ponto de partida para uma aproximação de alto nível – em estudo e encantamento pelo tema –  da Inconfidência Mineira, da História brasileira do período colonial e da chamada “Era das Revoluções”, que começa no final do século XVIII e se estende até a primeira metade do século XIX (abrangidos pela habilidade EF08HI05 da Base Nacional Comum Curricular, a BNCC).

Para isso, é importante estabelecer um bom planejamento e, principalmente, fazer uma curadoria educacional de qualidade, integrada aos materiais didáticos e recursos digitais. E que dê ao tema – e ao processo de ensino-aprendizagem – toda a cor que ele merece. Um tema fantástico, que merece ser conhecido e vivenciado pelos estudantes.

Deixamos aqui algumas sugestões para incrementar o trabalho docente – são recursos que podem inspirar ainda mais as aulas de História:

Multimídia:

Museu da Inconfidência Mineira – O portal oficial do Museu da Inconfidência, instalado na antiga Casa de Câmara e Cadeia de Ouro Preto (MG), traz vídeos, fotos, notícias e um campo virtual de pesquisa do acervo da instituição.

“Impressões Rebeldes – Inconfidência Mineira” Plataforma colaborativa coordenada por Luciano Figueiredo, professor do Instituto de História da Universidade Federal Fluminense (UFF), apresenta a Inconfidência Mineira (e outras rebeliões brasileiras entre 1500 e 1825) a partir de seu enredo e de seus personagens.

“Série Inconfidência Mineira – Rádio UFOP Série de cinco podcasts sobre a Inconfidência Mineira, com duração de seis minutos cada, desenvolvida pela Fundação Educativa de Rádio e TV Ouro Preto e Universidade Federal de Ouro Preto. Aborda temas importantes e interessantes como a participação das mulheres na Inconfidência, o envolvimento da maçonaria e as lendas que surgiram a partir do movimento e das condenações.

Conjuração Mineira: a conspiração – Conteúdo especial sobre a Inconfidência Mineira produzido pela Empresa Municipal de Multimeios da Prefeitura do Rio de Janeiro – MultiRio.

“De lá para cá – Tiradentes – Programa desenvolvido pela Tevê Brasil em 2012, vai entender como Tiradentes se tornou o maior herói brasileiro e como a história dele ajudou a moldar o ideal brasileiro de República. Com os historiadores José Murilo de Carvalho e Mary Del Priore, o advogado Paulo Guilherme Mendonça, autor do livro “O Processo de Tiradentes”, e o poeta Domingos Guimaraens.

Livros:

“A devassa da devassa – A Inconfidência Mineira: Brasil e Portugal 1750-1808”, de Kenneth Maxwell. Publicado em 1977, tornou-se um clássico dos estudos da Inconfidência. Focaliza o episódio a partir do ponto de vista dos movimentos sociais e econômicos do século XVIII.

“O Tiradentes: uma biografia de Joaquim José da Silva Xavier”, de Lucas Figueiredo. Escrito por um jornalista consagrado pelos prêmios Esso e Jabuti, traz a vida do “mártir da Inconfidência” a partir de um olhar contemporâneo, mais próximo do cotidiano e afastado das representações de Tiradentes como herói.

“Tiradentes e a Inconfidência Mineira”, de Carlos Guilherme Mota. Escrito por um dos principais historiadores brasileiros, traz uma visão ampla da Inconfidência e de seu personagem-símbolo, com foco em leitores mais jovens.

O professor curador e o sucesso na escolha de recursos educacionais digitais

Você sabia que, na origem, a palavra “curadoria” significava “olhar com cuidado” ou “zelar”? Pois é: em Roma, o curator – curador – era o responsável por cuidar de um patrimônio ou de alguém. Em tempos recentes, ela passou a indicar a seleção dos trabalhos de um artista, feita por um especialista, para oferecer uma experiência impactante e interessante ao público.

Na medida em que o professor é responsável pela mediação entre o estudante e o mundo, ele também é um curador. Uma missão que, a cada dia, se torna mais complexa. Isso porque, com a revolução digital, a quantidade de informações e recursos disponíveis para a educação se tornou praticamente infinita. Uma fonte extraordinária, mas que só se converte em ganho para a educação quando acessada a partir de critérios – isto mesmo, de curadoria!

🙌 Quem é o curador?

Matheus Alves de Paula é licenciado em Ciências Biológicas e doutorando em Educação pela PUCPR. Na Editora Opet, atua como assessor pedagógico e desenvolve um trabalho consistente em relação à curadoria de conteúdos impressos e digitais em educação, com foco nos planejamentos e na utilização efetiva destes recursos pelos professores parceiros.

Ele observa que, antes de olhar para o “oceano de informações” da internet e para a curadoria, é interessante perceber os professores a partir de certos recortes, sem generalizações.

“Nas nossas formações pedagógicas, percebemos que há interesse e esforço de integrar os recursos digitais às aulas. Os professores querem acessar esses recursos e percebem que isto é o esperado pelos estudantes, que são nativos digitais. Mas, que professores são esses?”.

Em termos sistemáticos, as perguntas são:

  • Com que nível de ensino eles trabalham?
  • Com que infraestrutura contam?
  • Qual seu grau de formação e sua familiaridade com os meios digitais? 

Cada professor busca recursos de acordo com a idade e interesses do seu público. Os do Ensino Médio, por exemplo, geralmente acham mais fácil incorporar tecnologia, já que os estudantes dessa faixa etária costumam estar mais ligados no digital”, observa Matheus.

“Mas, quando você olha para a Educação Infantil, a história muda porque há a questão da idade das crianças. Elas estão cada vez mais em contato com as telas e com o digital, e precisamos pensar, primeiro, em desenvolver suas habilidades analógicas. Já os professores do Ensino Fundamental têm um leque mais amplo de tecnologias que podem usar, levando em conta tanto a facilidade de uso quanto os objetivos educacionais por trás da escolha de cada ferramenta.”

👩🏻‍💻 Desafios e como enfrentá-los

Em relação às limitações – e aqui, a observação vale para professores e gestores responsáveis pelas formações –, é preciso observar a realidade desses docentes. “Em minha jornada como assessor pedagógico, percebo que o desafio está nas formações inicial e continuada desses professores. A formação continuada, aliás, é algo com que trabalhamos diretamente em nosso trabalho na Editora Opet”, explica Matheus.

No caso da formação inicial, analisa, de modo geral as graduações precisam ampliar suas práticas para o uso das tecnologias digitais em sala de aula. Uma situação que, em termos estruturais, poderia ser reduzido pelo fortalecimento dos currículos.

E que, em temos individuais, pode ser minorada a partir de especializações ou cursos de curta duração. E, também, nas formações pedagógicas realizadas na parceria com o sistema de ensino – algo que a Editora Opet oferece.

👩🏻‍🏫 O professor curador

Na medida em que, na educação, a curadoria antecede o universo digital – “o professor sempre foi um curador”, reforça Matheus –, é importante que os docentes a encarem como um processo associado ao planejamento e à intencionalidade, que são componentes centrais da docência.

Todo professor precisa planejar sua prática, além de observar as habilidades e competências a serem desenvolvidas pelos estudantes, e pensar nos objetivos da aula. E, como estratégia, começar pelo material didático, expandindo para os recursos analógicos e digitais. A escolha criteriosa das ferramentas para ajudar os estudantes a crescerem, dentro e fora da sala de aula é, efetivamente, a curadoria.”

📏 O que vem primeiro, planejamento ou curadoria?

Tecnicamente, o planejamento viria primeiro. Mas, não é o que muitas vezes acontece na prática – quando, por exemplo, o professor se depara com um recurso fantástico que “sabe” que vai utilizar na próxima aula. “O importante é observar se o recurso é acessível para o estudante, e se o professor possui habilidade para utilizá-lo e as condições necessárias para aplicá-lo em sala.”

Além disso, o essencial é a intencionalidade, a clareza de objetivos em relação às ferramentas ou recursos digitais. “Usar um monte de ferramentas legais em situações que não se conectam estraga o planejamento e, pior, pode matar o interesse dos estudantes naquilo que se quer destacar. Sem planejamento e intencionalidade pedagógica, ou o recurso será mal explorado, ou não fará sentido para o estudante.” 

🚀 Por onde começar a curadoria?

Pelo planejamento, sempre. Matheus dá duas dicas preciosas para uma boa curadoria:

  • O recurso, digital ou não, deve substituir uma atividade tradicional. E o estudante precisa ser protagonista na utilização desse recurso. Ao planejar, é preciso ter em mente que é o aluno que vai usar aquilo para construir seu conhecimento, e não ficar só assistindo passivamente. 
  • O uso do recurso deve ser planejado. Pode ser no começo, no meio ou no fim da aula, ou até misturando esses momentos. Cada recurso precisar de um tempo específico durante a aula – e planejar isto é essencial.

🧑🏽‍💻 E a curadoria dos estudantes?

Esta é uma grande “sacada”: o professor curador trocar informações com os estudantes, que possuem conhecimentos importantes sobre as tecnologias e recursos digitais. “Eles estão sempre explorando e consumindo informações. Então, quando um estudante consegue relacionar a minha fala com alguma situação cotidiana, trazendo isso para sala de aula, seja na forma de exemplo, como sugestão, é preciso escutar e valorizar essa contribuição.”

Nesses momentos, o estudante vira um co-curador do aprendizado, junto com o professor – uma parceria preciosa, que também tem a ver com protagonismo.

📲 A curadoria e a plataforma Educacional Opet INspira

Na plataforma educacional digital Opet INspira, os professores encontram milhares de objetos, de arquivos em áudio a simuladores, que podem ser objeto de curadoria. Eles estão integrados aos materiais didáticos impressos, o que facilita muito processo, e são abordados nas formações pedagógicas.

“Uma das nossas intenções, nas formações, é mostrar que a plataforma é como uma grande biblioteca, pensada para enriquecer a prática pedagógica”, reforça Matheus. “Professores de Inglês, por exemplo, adoram a plataforma por conta dos áudios e vídeos que podem utilizar com os estudantes. E as professoras da Educação Infantil ficam encantadas com as narrações de histórias disponíveis.”

🧩 Para ir além

Matheus sugere alguns objetos e recursos que podem ser objeto da curadoria pelos professores:

  • Spotify – aplicativo para podcasts e músicas
  • Flippity.net – para criação de scape room (site);
  • Netflix – documentários e filmes (plataforma);
  • Pinterest – para modelos de atividades (pesquisar em inglês e traduzir é uma excelente opção – site);
  • Autodesk instructables – para atividades práticas, invenções, experimentos (site);
  • Sketchfab – para objetos 3D (site);
  • Youtube – para vídeos de curta duração (site);
  • Teachers pay teachers – para atividades lúdicas, com bastante mão na massa, com recursos gratuitos e pagos (site);
  • Wikimedia Commons – para imagens livres de direitos autorais, com creative commons (site);
  • Youtube Audio Library – para áudios (site)
  • Mentimeter – permite a criação de slides interativos com perguntas de variados tipos (nuvem de palavras, questões abertas, pesquisas, enquetes);
  • World Wall – para criação de jogos (site)
  • ChatGPT – mecanismo de inteligência artificial que permite ao professor realizar a curadoria e adaptação de práticas para suas aulas.

Redes sociais também são uma boa opção para o professor realizar curadoria de conteúdos e outros perfis de professores para compartilharem práticas e materiais que poderão ser adaptados às suas salas de aula.

  • Instagram – diversos professores compartilham práticas e relatos de experiências (app);
  • Tiktok – para vídeos curtos e divulgação científica (não só ciências – app)
  • Twitter (X) – para informações e resumos de conteúdos, quando consultados os profissionais das áreas (app)

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Vêm aí os Novos Parâmetros de Qualidade da Educação Infantil

Mudanças, que devem fortalecer a Educação Infantil, afetam a organização, a gestão e o funcionamento das escolas e redes de ensino

Em março, a Educação Infantil (0 a 5 anos) vai ganhar Novos Parâmetros de Qualidade, que passarão a orientar os sistemas de ensino com padrões de referência de organização, gestão e funcionamento das escolas e redes de ensino. O documento está sendo organizado em cinco dimensões:

Gestão da Educação Infantil
Identidade e Formação Profissional
Projeto Político Pedagógico
Avaliação da Educação Infantil e Infraestrutura
Edificações e Materiais

A mudança, que será regulamentada pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), é  resultado de um processo iniciado no ano passado que envolveu especialistas, universidades, grupos de pesquisa e representantes da sociedade civil. E que tem como objetivo garantir qualidade e humanidade em uma etapa delicada da educação, que, no caso brasileiro, envolve múltiplas infâncias, cenários, realidades locais e contextos socioeconômicos desafiadores.

Um documento essencial

“Os Parâmetros são um documento essencial para que não tenhamos retrocessos na primeira etapa da Educação”, avalia Marina Cabral Rhinow, supervisora pedagógica da Editora Opet para a Educação Infantil. “Além de garantir o acesso dos bebês e das crianças bem pequenas às instituições da Educação Infantil, eles garantem a qualidade na educação e nos cuidados.”

Marina observa que a construção de padrões referenciais é fundamental, inclusive por questões de segurança e continuidade. “O conceito de qualidade é subjetivo. Ele é construído historicamente e, por isto mesmo, está sujeito a negociações e ao tempo em que se vive. Daí porque essa discussão ser tão importante. Uma vez que sejam estabelecidos, os parâmetros vão estruturar o gerenciamento das instituições da Educação Infantil.”

O que esperar dos Novos Parâmetros?

Essencialmente, uma evolução em relação aos cuidados e à educação na infância, que contemple aspectos cognitivos, afetivos e psicossociais. Os Novos Parâmetros de Qualidade devem fortalecer os princípios já estabelecidos em outros documentos legais direta ou indiretamente ligados à Educação Infantil, como:

As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil – DCNEI
A Base Nacional Comum Curricular – BNCC
A Constituição Federal de 1988 
O Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB

E devem fortalecer, também, as ações pedagógicas na escola, sua gestão e organização.

“Alguns exemplos são a garantia dos direitos de aprendizagem e desenvolvimento, o entendimento da concepção da criança como protagonista e centro do planejamento, assim como as interações e a brincadeira como eixos norteadores das práticas pedagógicas, entre outros aspectos”, observa Marina.

Pontos de interesse especial 

Para a supervisora da Editora Opet, é importante que os novos parâmetros reforcem a visibilidade e a importância da educação dos bebês e das crianças bem pequenas, em todas as suas especificidades. “Como eles podem fazer isso? Garantindo o acesso de todas as crianças às creches. Observando a laicidade da escola pública e respeitando a diversidade, por exemplo, dos povos originários e dos quilombolas. E também a importância da formação inicial e continuada dos professores, gestores e demais colaboradores que atuam na Educação Infantil.”

Um processo que desagua em uma mudança de cultura, de fortalecimento da intencionalidade da Educação Infantil, que deve ser vista como uma etapa da Educação Básica – e não mais como uma “etapa preparatória” para os Anos Iniciais do Ensino Fundamental.

Na Editora Opet

Os Parâmetros Nacionais de Qualidade para a Educação Infantil são um norteador do trabalho da Editora Opet com os parceiros das redes pública e privada. Eles fazem parte da organização das formações dos professores da Educação Infantil e dos gestores. Fazem parte, também, das reflexões para a construção de uma educação de qualidade.

“Quando discutimos, por exemplo, as especificidades dessa etapa de ensino, como a organização de materiais e espaços que oportunizem às crianças investigar, descobrir e exercer seu protagonismo”, explica Marina. “Ou, então, quando orientamos os professores para que utilizem as soluções educacionais Opet a partir dos Parâmetros, localizando-os, relacionando-os e fortalecendo o trabalho.”

Assim que os novos parâmetros forem regulamentados pelo CNE e publicados na área pareceres oficiais do Portal do MEC, eles serão estudados pelos especialistas da Editora, e passarão a ser utilizados na organização das formações pedagógicas da Educação Infantil.

“Ao conhecer, utilizar e dar publicidade aos Novos Parâmetros, nós ajudamos a fazer com que estes parâmetros sejam reconhecidos como documento oficial e balizador da estruturação da Educação Infantil”, destaca Marina. “Além disso, também faz parte do que organizamos para as formações pedagógicas pensar e perceber como as Soluções Educacionais da Editora Opet estão em consonância com as orientações do documento, e como são efetivadas no cotidiano das instituições que atendem os bebês, as crianças bem pequenas e as crianças pequenas.”

Redes sociais e educação: uma parceria possível?

Facebook, Tik-Tok, Instagram, Whatsapp, Youtube… até recentemente, estes nomes não significavam nada. Hoje, estão na boca de 5 bilhões de pessoas – 62,3% da população mundial (We Are Social, 2023). No ano em que o Facebook completa 20 anos, as redes sociais digitais afetam e fascinam porque somos seres sociais: amamos nos comunicar, ver, curtir, compartilhar, conhecer coisas e nos distrair.

As décadas do Facebook também apontam para gerações que frequentaram e frequentam a escola com os smartphones e as redes sociais ali, pertinho. O que gera questões:

👉 Afinal, as redes sociais ajudam ou atrapalham a educação?

👉 Seu potencial de construção do conhecimento é maior ou menor que sua capacidade de distrair e dispersar os estudantes?

Para redes de ensino do Brasil e de países como França, Itália, Finlândia, Países Baixos e Estados Unidos, o uso dos celulares e de redes sociais é prejudicial nos contextos escolares e, portanto, está proibido ou limitado. Outras redes e outros países, porém, não colocam restrições ou não definiram uma regra.

Afinal, que orientação seguir?

“A resposta pede cautela dos educadores e da sociedade. Ela passa por assumir critérios e pela intencionalidade pedagógica”, observa Cliciane Élen Augusto, gerente pedagógica da Editora Opet e educadora Google Nível 2.

Os critérios são os preceituados por leis como o Estatuto da Criança e do Adolescente. “O ECA oferece um arcabouço fundamental de proteção que também vale para o contexto digital. Afinal, acessar uma rede é acessar um mundo de possibilidades – imagens, áudios, textos e, inclusive, coisas perigosas”, observa Cliciane.

É importante que familiares e professores tenham em mente que o acesso deve estar disponível a partir de uma certa idade, e que esta disponibilidade não gera autonomia total. “O uso deve ser autorizado com critérios, normas e restrições. Com a supervisão de um adulto responsável e o consentimento da família”, destaca Cliciane. Em relação às redes sociais, Cliciane observa que elas não são indicadas para crianças, que não têm noção do impacto deste recurso em suas vidas.

Mas, e os usos puramente educacionais?

As redes sociais podem ser um recurso educacional valioso. Para isso, pedem do professor o respeito aos critérios já referidos e a intencionalidade pedagógica. O que ele quer construir e como vai engajar seus estudantes a partir do meio digital? Nada impede, por exemplo, que os temas tratados envolvam, também, conteúdos de educação midiática, que auxiliem o estudante a transitar pelas redes sociais com ética e segurança.

“No entanto, é interessante observar que há uma evolução muito grande das ferramentas tecnológicas para a educação. Que, por sua qualidade, desviam o foco de interesse das redes sociais no contexto da sala de aula. Enfim, há recursos educacionais digitais muito bons, que podem engajar e encantar tanto quanto as redes sociais, sem os problemas e os riscos associados às próprias redes”, conclui Cliciane.

Diversão e conhecimento: a era do streaming gratuito para professores e estudantes!

Com conteúdos de alta qualidade, streamings gratuitos se convertem em uma excelente opção para professores e estudantes interessados em ampliar conhecimentos… com muita diversão!

Streamings gratuitos são uma opção acessível decultura e conhecimento para professores e estudantes.

O mundo vive a “Era do Streaming”: são muitas as plataformas de filmes e minisséries, que oferecem boas opções de lazer e de conhecimento.

Pensando em você, professor, selecionamos quatro plataformas de streaming especiais, com conteúdos gratuitos e de alta qualidade.

Nelas, é possível assistir filmes premiados, documentários e shows, acompanhar cursos e até adentrar bibliotecas. E o melhor: com um olhar diferente do olhar encontrado nos streamings regulares. O que garante diversidade, conhecimento e até olhares outros, de outras regiões do planeta.

Para acessar, conhecer, assistir e fazer curadoria para aulas incríveis!

1. Itaú Cultural Play

Desenvolvida pelo Itaú Cultural, a plataforma Itaú Cultural Play oferece produções audiovisuais brasileiras – séries, filmes, programas de tevê – cuidadosamente selecionadas, além das programações de festivais e de instituições parceiras na área da cultura. Para se cadastrar, é preciso ter mais de 18 anos.

2. SESC Digital

Serviço de streaming oferecido pelo SESC São Paulo desde 1996, disponibiliza centenas de produções culturais nos formatos de áudio, vídeo, imagem, documentos, coleções e álbuns em 16 categorias (como “Filmes”, “EAD”, “Literatura” etc.). O acesso é direto e não requer inscrição – basta entrar na plataforma e acessar os conteúdos.

https://sesc.digital/home

3. Arte TV

Construída por instituições culturais europeias e financiada pela própria Comunidade Europeia, a plataforma Arte.tv oferece documentários (pouco mais da metade do menu), filmes, programas jornalísticos e de música, além de espetáculos ao vivo. Os conteúdos são apresentados ou legendados em espanhol – o que estimula a prática do idioma -, com opções em inglês, francês, italiano e polonês.

https://www.arte.tv/es/

4. Retina Latina

A plataforma “Retina Latina” reúne as contribuições das agências públicas de fomento audiovisual do México, Colômbia, Uruguai, Peru, Bolívia e Equador. São curtas e longas metragens de vários gêneros, muitos deles premiados em festivais de cinema e vídeo, em espanhol. O ingresso requer uma inscrição simplificada.

http://www.retinalatina.org