Livros para conhecer e curtir a Proclamação da República

“Proclamação da República” (1893), obra de Benedito Calixto pertencente ao acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo.

Na sexta-feira, 15 de novembro, o Brasil comemora os 135 anos de Proclamação da República. Uma data fundamental para todos os brasileiros, que marca o terceiro grande momento de nossa jornada histórica (os demais são o Brasil Colônia, de 1500 a 1822, e o Brasil Império, de 1822 a 1889). O fato é que grande parte do que somos hoje – das instituições às fronteiras geográficas, das leis à própria democracia – está diretamente conectado à instituição, naquele 15 de novembro de 1889, da República Federativa do Brasil.

LIVROS, LIVROS!

Uma notícia fantástica é a de que, nos últimos anos, o mercado editorial brasileiro redescobriu os temas históricos do nosso próprio país. Além das obras acadêmicas – que são muitas e de excelente qualidade, nascidas nas universidades –, há vários livros que abordam os grandes temas da nossa história – dentre eles, a Proclamação e os primeiros dias da República.

Normalmente escritos em estilo jornalístico, fluido e instigante, esses trabalhos aproximam o público e geram interesse. E, no caso da educação, podem funcionar como um apoio importante na construção do conhecimento e na preparação para avaliações como o Enem e os vestibulares. Como mínimo, são leitura boa, informativa e agradável – e que nos conecta com nossa própria História!

E VAMOS LER

Relacionamos cinco obras que fazem muita gente “se amarrar” na história da Proclamação da República. Vamos lá – e boa leitura!

“1889: Como um imperador cansado, um marechal vaidoso e um professor injustiçado contribuíram para o fim da Monarquia e a Proclamação da República no Brasil”, de Laurentino Gomes – Começamos por uma obra escrita por um dos responsáveis pela renovação do interesse popular na História do Brasil, o jornalista e escritor Laurentino Gomes. “1889” encerra a trilogia que teve como outros títulos “1808” e “1822” – abrangendo o período da chegada da família imperial portuguesa ao Brasil ao fim da monarquia. Nesse trabalho, Laurentino traz os momentos finais do Império brasileiro, descrevendo acontecimentos e personagens com muita cor e riqueza de detalhes. O ritmo é jornalístico, e prende a atenção! Globo Livros, 416 p.

“Essa tal Proclamação da República”, de Edison Veiga –  Nesta obra, do jornalista e escritor Edison Veiga (com trabalhos realizados para veículos como Deutsche Welle, BBC e “O Estado de S. Paulo”), os fatos que desembocaram na Proclamação da República são tratados com uma linguagem irreverente, mas com grande precisão. Ela aborda uma série de fatos e configurações do período pré-republicano, da Guerra do Paraguai (que deu início a um forte movimento militar republicano e abolicionista) à briga entre maçonaria e igreja católica. Uma obra interessante, de leitura rápida!  Panda Books, 84 p.

“A construção das Almas – O imaginário da República no Brasil”, de José Murilo de Carvalho – Aqui, a pegada é um pouco diferente: o livro é mais denso, mas, mesmo assim, não menos interessante. Na verdade, é interessantíssimo! Em “A Construção das Almas”, o mineiro José Murilo de Carvalho (1939-2023) – historiador e membro da Academia Brasileira de Letras (ABL) – aborda os símbolos e imagens que fizeram com que a sociedade “virasse a chave” da monarquia para a República. Os hinos, as bandeiras, as charges, as estátuas e outros elementos que, em relativamente pouco tempo, consolidaram o novo regime no imaginário da sociedade. Instigante! Companhia das Letras, 174 p.

“Os Militares e a República”, de Celso Castro – A presença militar na política é um dado absolutamente relevante da História Brasileira. Uma relação que se estabeleceu ainda no Brasil Império, ganhou força na Guerra do Paraguai e chegou a um ponto fundamental na Proclamação da República – golpe contra a monarquia aplicado por oficiais. Em “Os Militares e a República”, o professor e pesquisador Celso Castro (professor da FGV e um dos maiores especialistas brasileiros em História Militar) vai além dos personagens mais conhecidos, como Deodoro da Fonseca, examinando a vida e as ideias de jovens oficiais que foram essenciais para a mudança de regime político. Um trabalho precioso! Zahar, 208 p.

“Triste República: a Primeira República comentada por Lima Barreto”, de Lília Schwarcz e Spacca – Hora dos quadrinhos! Reúna uma historiadora e antropóloga renomada, autora de best-sellers de História (como “As Barbas do Imperador” e “A Longa Viagem da Biblioteca dos Reis”), e um dos mais reconhecidos cartunistas brasileiros. Faça com que a inspiração dessa parceria seja o carioca Lima Barreto (1881-1922), um dos principais escritores brasileiros da passagem dos séculos XIX para XX. Pronto! Você tem “Triste República”, HQ cujo foco reside no nascimento e nas contradições da República – e como elas se projetam até os dias de hoje. Fantástico! Companhia das Letras, 196 p.  

PARA GOSTAR DE LER

A Proclamação da República é muito mais do que uma data comemorativa. Conhecê-la a partir dos livros é uma boa forma de compreender criticamente as raízes do Brasil moderno e as questões que moldam nossa identidade nacional. Conhecer a nossa história, como você sabe, nos aproxima de quem realmente somos – passado, presente e perspectivas de futuro em um país repleto de desafios e de possibilidades!

Então, aproveite a leitura e descubra o que esses autores têm a dizer sobre nossa República!