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Inteligência artificial, viagens espaciais, Física, Química, Engenharias, Biotecnologia… todas estas áreas estão “bombando” em 2025 e seguirão assim. E todas elas compartilham um elemento: o uso extensivo da Matemática, em cálculos, algoritmos, medidas, projeções e mais. O que significa que o domínio desse componente curricular é, mais do que nunca, estratégico. Para os países, ele representa desenvolvimento e poder; para as pessoas, possibilidades de crescimento profissional e pessoal.
✔️ DESAFIO EM TEMPO DE DECLÍNIO DA APRENDIZAGEM
E aqui está o paradoxo: embora a Matemática tenha sido essencial ao longo de toda a História, seu domínio se torna cada vez mais crucial no mundo moderno. No entanto, observa-se um declínio global na aprendizagem do conteúdo curricular, inclusive em países que por muito tempo se destacaram como líderes globais em educação, como a Finlândia. Isso indica que os estudantes de hoje dominam menos conceitos matemáticos do que as gerações anteriores.
Avaliações internacionais como o PISA (Programme for International Student Assessment), promovido pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), e o TIMSS (Trends in International Mathematics and Science Study), da IEA (International Association for the Evaluation of Educational Achievement), mostraram que, salvo no caso de alguns países da Ásia, houve uma queda significativa no nível de acerto dos estudantes, o que indica uma aprendizagem deficiente.
✔️ E O BRASIL NESSA HISTÓRIA?
No caso específico dos estudantes brasileiros que participaram da última edição do PISA, em 2022 (a próxima edição acontece neste ano), apenas 27% (pouco mais de um a cada quatro) alcançaram o nível 2 de proficiência, considerado adequado – nele, a pessoa tem capacidade de usar conceitos de Matemática no dia a dia. A média dos países da OCDE, nesse nível, chegou a 69%.
No caso dos níveis 5 e 6 de proficiência – considerados os mais altos de domínio do conhecimento –, apenas 1% dos estudantes brasileiros chegou lá; a média dos países da OCDE foi de 9%.
✔️O QUE ESTARIA PROVOCANDO ESSA RETRAÇÃO NA APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA?
Não há uma resposta fechada. Há, sim, a percepção de elementos que podem ajudar professores e gestores em relação aos objetivos que pretendem alcançar e, também, às habilidades e competências que devem ser desenvolvidas, nos estudantes e nos docentes, para a melhoria da aprendizagem da Matemática na prática.
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✔️ VAMOS DESTACAR ALGUNS DELES
📌 A pandemia da Covid-19 provocou um impacto duradouro na Educação Básica, enfraquecendo a aprendizagem de muitos estudantes, prejudicando o ensino presencial e reforçando as desigualdades educacionais em todos os países. Esse impacto pode e deve ser percebido por meio de avaliações diagnósticas da aprendizagem e revertido a partir da aplicação de planos de intervenção que foquem as lacunas de aprendizagem e atuem individualmente, estudante a estudante.
📌 Em muitos países – entre eles, o Brasil – há falhas na formação dos docentes de Matemática. O “remédio” essencial para essa situação é investir de forma permanente em formação continuada, com recursos que valorizem o entendimento do componente curricular dentro da realidade vivida, invistam no interesse e na criatividade dos professores e lhes forneçam meios para planejar e desenvolver aulas que animem, aproximem, engajem e atraiam os estudantes – e que tenham como resultado a aprendizagem verdadeira.
📌 No caso brasileiro, o fortalecimento da formação docente passa, também, por buscar caminhos para estimular os estudantes das licenciaturas em Matemática. Apenas para se ter uma ideia, a licenciatura em Matemática é a segunda com maior percentual de desistências no país – 68% dos estudantes abandonam a graduação –, ficando atrás, apenas, da graduação/licenciatura em Física (72%). Isso implica uma carência crítica de professores graduados em Matemática nas redes de ensino. Ainda que esses docentes não sejam os únicos autorizados a dar aulas de Matemática na Educação Básica, eles podem colaborar muito, também em relação ao aporte de recursos de ensino nos próprios contextos formativos.
📌 O ensino da Matemática deve ser modernizado, com metodologias e recursos que caminhem no sentido do protagonismo do estudante e da aplicabilidade. Alguns exemplos interessantes: metodologias ativas, aprendizagem baseada em problemas, aprendizagem por projetos e gamificação. Isso não significa enfraquecer os currículos (muito pelo contrário!), mas fortalecer o ensino – começando pela Matemática básica, que é essencial – a partir de exemplos práticos e aplicações.
📌 As recentes limitações ao uso de tecnologias digitais em sala de aula no Brasil, estabelecidas pela Lei 15.100/2025, trouxeram desafios aos professores e aos gestores; desafios que também se relacionam ao ensino e aprendizagem da Matemática. Afinal, elas gerariam uma oportunidade para a promoção de outros recursos que estimulem o raciocínio matemático básico?
Aqui, é interessante fazer uma análise mais crítica do momento e da lei. Ela não veio para “banir” a tecnologia – algo que seria improdutivo e impossível –, mas para regular seu uso a partir de critérios de intencionalidade pedagógica e papel na aprendizagem. Isso, aliás, está na letra da lei:
“Art. 2º – Fica proibido o uso, por estudantes, de aparelhos eletrônicos portáteis pessoais durante a aula, o recreio ou intervalos entre as aulas, para todas as etapas da educação básica.
§ 1º – Em sala de aula, o uso de aparelhos eletrônicos é permitido para fins estritamente pedagógicos ou didáticos, conforme orientação dos profissionais de educação”.
Ou seja: o poder pedagógico das tecnologias digitais está mantido e é até realçado, inclusive em relação à Matemática. Falando sobre esse componente curricular, autores como Ferreira, Campos e Wodewotzki (2013, p. 162) observam que a tecnologia deve ser vista “como parte de uma estratégia colaboradora na medida em que, graças à implementação de algoritmos, viabiliza o trabalho com problemas diversos que envolvem diferentes níveis de complexidade algébrica e grande quantidade de dados”.
Eles também destacam o papel da tecnologia na facilitação do contato com os elementos que compõem a Matemática, uma vez que ela permite a visualização de imagens e pode converter conceitos e ideias abstratas em tarefas, desafios e jogos que engajam e geram sentido. O lúdico, aqui, cumpre um papel muito importante. Além de ser um objeto sociocultural em que a Matemática está presente, o jogo é uma atividade natural no desenvolvimento dos processos psicológicos básicos; supõe um “fazer sem obrigação externa e imposta”, embora demande exigências, normas e controle (Brasil, 1998, p. 47).
O que significa que propostas tecnológicas – e também analógicas, com o resgate de formas tradicionais (desde que não “engessadas” ou desprovidas de sentido para quem aprende) – são primordiais para o desenvolvimento do raciocínio lógico-matemático.
Portanto, não é o “limitar” do uso da tecnologia que contribui para esse desenvolvimento, mas a intencionalidade em cada proposta diversificada, que é desenhada a partir de uma avaliação diagnóstica clara e precisa e de um planejamento que (re)dimensione as práticas pedagógicas.
📌 O olhar dos professores e dos gestores para eventos que promovem o interesse e o engajamento em relação à Matemática – como a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) e a Olímpiada Brasileira de Matemática (OBM) – também é algo muito interessante. Eventos como esses possuem a capacidade de, ao mesmo tempo, valorizar a área do conhecimento, promover os estudantes individualmente, fortalecer os laços do grupo e elevar o nome da instituição ou rede de ensino.
📌 E os sistemas de ensino? O papel dos sistemas de ensino – como o da Editora Opet – é fundamental para fortalecer o aprendizado da Matemática. Começando pela oferta de materiais didáticos – as coleções e suas expansões em objetos digitais educacionais (ODEs) –, passando pela metodologia de ensino moderna, pelo apoio à formação continuada dos professores (com recursos que os estimulam e inspiram) e pela avaliação diagnóstica precisa e de alta qualidade na Educação Básica.
No caso das coleções da Editora Opet, elas oferecem – por exemplo – jogos matemáticos que trazem o lúdico à aprendizagem, situando os estudantes no centro deste processo, como protagonistas.
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REFERÊNCIAS:
BRASIL. MEC. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Matemática. Brasília: MEC/SEF, 1998.
CAMPOS, C. R.; JACOBINI, O. R.; WODEWOTZKI, M. L. L.; FERREIRA, D. H. L. Educação estatística no contexto da Educação crítica. Revista Bolema, v. 24, nº 39, p. 473- 494, ago. 2011.
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