A pandemia da Covid-19 trouxe dúvidas, incertezas, insegurança e a necessidade de mudanças. Na educação, essas mudanças foram especialmente intensas: as aulas, até então presenciais, passaram a ser remotas e, após um ano e meio, migraram para um modelo híbrido e cercado de cuidados sanitários.
Por conta disso, os protagonistas – professores, estudantes, gestores e familiares – precisaram se adaptar, muitas vezes com um custo emocional importante. Estresse, ansiedade, incertezas e medo passaram a “frequentar mais” a vida de muita gente.
Pensando nisso, a Editora Opet desenvolveu e colocou em prática o Programa Acolhimento, para ajudar os parceiros das escolas públicas e privadas. Um trabalho cuidadoso, especialmente pensado para receber, acolher e auxiliar as pessoas neste momento tão desafiador.
“O Programa Acolhimento, que é uma ação prevista dentro do nosso atendimento pedagógico, nasceu de uma situação concreta da pandemia”, conta a coordenadora pedagógica da Editora Opet, Silneia Chiquetto.
“Recebemos o pedido de um município onde, infelizmente, a Covid-19 foi especialmente impactante, com a perda de professores, gestores e pessoas próximas, inclusive dos estudantes. Na época, estávamos preparando as ações pedagógicas regulares, as formações e o assessoramento, e eles nos solicitaram que, antes de mais nada, trabalhássemos o lado socioemocional. Imediatamente, começamos a agir.”
Para isso, a Editora chamou uma psicóloga que trabalha com a equipe pedagógica e ela fez uma apresentação aos professores e gestores da rede municipal. Ao mesmo tempo, a equipe pedagógica da Editora recebeu formação específica, de aprofundamento, para trabalhar com os aspectos socioemocionais – uma mobilização pelo e para o acolhimento.
As supervisoras pedagógicas Marina Cabral Rhinow e Rúbia Cristina da Costa entraram na ação e desenvolveram planejamentos específicos, com focos em temas como as habilidades socioemocionais, o retorno ao modelo híbrido/presencial dentro dos protocolos sanitários e o acolhimento de toda a comunidade escolar, dos professores às famílias dos estudantes.
“Em todo esse trabalho, focamos na questão da vida, da nossa própria importância e da importância do outro. Do valor do humano, que, aliás, é uma das premissas da Editora Opet”, observa Silneia.
Até o momento, cerca de dez municípios parceiros da Editora já participaram do Programa. Essa participação surgiu de pedidos dos próprios gestores ou, então, por indicação da Editora, quando os assessores e supervisores pedagógicos sentiram a necessidade de oferecer o apoio.
Silneia acredita que a necessidade de acolhimento deve seguir. “Nós tivemos dois anos atípicos, que exigiram muita resiliência. E os próximos dois anos devem, também, ser atípicos. Estamos vivendo um momento de transição”, avalia. “É preciso seguir investindo no acolhimento e na empatia em todos os níveis dentro da escola.”
A coordenadora reforça que o Programa Acolhimento está aberto a todos os parceiros interessados, dos segmentos público e privado. “Sempre que o nosso parceiro precisar de um momento coletivo de atenção, de uma fala mais afetiva, com foco nas habilidades socioemocionais, vamos entrar em ação. Examinando cada caso, ajustando à necessidade e oferecendo o atendimento.”
O caso de Pitanga – Localizado no centro geográfico do Paraná, o município de Pitanga é parceiro da Editora Opet e participou do Programa de Acolhimento para o segundo semestre. Seu secretário municipal de Educação, Alfredo Schavaren, explica que a equipe percebeu a necessidade de se fazer um acolhimento diferenciado dos professores para as atividades.
“Vivemos uma situação difícil em relação à pandemia, que veio se estendendo desde o ano passado. Fatores como as aulas remotas, a dificuldade de adaptação a este novo modelo, a ausência dos alunos das salas de aula e o próprio medo da pandemia colaboraram para pressionar as pessoas”, observa. “Daí, sentimos a necessidade de acolher e motivar a nossa equipe de professores.”
“Nós pedimos à Editora Opet esse encaminhamento e fomos prontamente atendidos. Para que, juntos, pudéssemos preparar o psicológico para o retorno, inclusive às atividades presenciais”, explica. Ele agradece a receptividade do supervisor regional da Editora para Pitanga, Nelson Bittencourt, que se prontificou a ajudar, e o retorno positivo de parte da Opet.
E quais foram os resultados? “Posso dizer que foi muito bom. A ação nos aproximou ainda mais e deu a motivação, a estabilidade emocional e o impulso pedagógico necessários para o retorno”, avalia Alfredo.
“E isso, para nós, era o mais importante: mostrar aos professores que eles não estão desamparados, que não estão sozinhos, a despeito de todas as dificuldades que possam surgir. Estamos juntos!”.
A cada dia, os alunos vão retomando a rotina das aulas, agora em modelo híbrido, com toda a segurança necessária em tempos de pandemia. “Esse retorno dos estudantes também é resultado do acolhimento”, pontua o secretário.
Ele destaca que a Editora está sendo fundamental no processo de passagem do ensino remoto para o de formato híbrido. “A gente só tem a agradecer a todos da Editora Opet, do Sefe, por fazer o pedagógico acontecer da melhor forma. Para nós, é uma alegria ter essa parceria”, finaliza.
Braços abertos – Fabrício Fontana é secretário municipal de Pinhalzinho, município do Oeste catarinense parceiro de longa data da Editora Opet. Ele e sua equipe perceberam a necessidade de se implementar ações de acolhimento da comunidade escolar neste momento de retorno.
“Desde o ano passado, a comunidade vem vivendo momentos de apreensão, de incertezas e de um cotidiano irregular. A escola vive os mesmos problemas – a pandemia mexeu muito com a vida das pessoas. Por conta disso, em Pinhalzinho decidimos iniciar um trabalho de acolhimento, de ações psicossociais, e buscamos o apoio da Editora Opet”, conta.
Segundo o secretário, a receptividade da Editora à ideia foi imediata, e o município foi atendido dentro do Programa, com um encontro online sobre acolhimento. “A partir dessa primeira ação, pudemos levar mais conforto e segurança para os nossos professores e para a nossa equipe”, explica.
O retorno dos participantes, observa, foi muito bom, o que deve levar a rede municipal a continuar com ações contínuas de acolhimento. “É uma ação que se reflete no dia a dia. É uma pausa, um momento de se abrir, olhar para outras direções, oferecer pequenos gestos. E é muito importante que nós, como educadores, façamos esse trabalho de aproximação. Inclusive, para que possamos voltar à normalidade e sair melhores de todo esse processo.”