Imagens, textos, roteiro, arte sequencial e histórias envolventes sobre os mais diferentes temas, de super-heróis a temas históricos e literários. Há mais de cem anos, desde que surgiram, as histórias em quadrinhos são um caminho certo para o entretenimento e para uma conexão muito especial com a cultura. Em tempos mais recentes, elas também passaram a fazer parte do arsenal de recursos pedagógicos utilizados por professores em todo o mundo. Em especial, como objeto de leitura e interpretação. Seus limites, porém, não param por aí. Que tal pensar na hipótese de fazer com que professores e alunos produzam suas próprias histórias em quadrinhos? E que tal fazer isso usando recursos digitais, que dinamizam o facilitam o processo?
Pois é exatamente esse o caminho que está sendo seguido pela equipe pedagógica da Editora Opet, que participou recentemente de um curso para a produção de HQs digitais com o professor Marciel Oliveira Rocha, da Nuvem Mestra. A Nuvem Mestra é parceira da Editora Opet na implementação das ferramentas Google Workspace for Education, utilizadas por cerca de 140 mil estudantes e professores que utilizam as coleções Sefe e Opet Soluções Educacionais.
Esse aprendizado, é claro, será replicado nas formações pedagógicas para que professores parceiros de todo o país também possam “mergulhar” no universo criativo e pedagógico das histórias em quadrinhos.
“Nossa equipe de assessores e supervisores está em constante aprendizado, justamente para oferecer esses recursos aos nossos professores parceiros”, explica a gerente pedagógica da Editora Opet, Cliciane Élen Augusto. “E fazemos isso com uma antecedência considerável em relação às formações pedagógicas, que é justamente para abranger todas as possibilidades de uso, os níveis mais adequados de aplicação, as dificuldades e as vantagens.” No caso das histórias em quadrinhos digitais, elas entrarão na programação das formações pedagógicas a partir do segundo semestre.
Gênero textual – Os quadrinhos são um gênero textual apontado pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) dentro dos objetivos de aprendizagem, práticas de aprendizagem e habilidades nos três níveis de ensino – Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio. Cliciane acredita que as HQs são especialmente interessantes para os Anos Iniciais do Ensino Fundamental, etapa que abrange, entre outros conhecimentos, a alfabetização.
Nessa etapa, o diálogo texto-imagem proposto pelos quadrinhos, em especial no formato online, pode ser muito enriquecedor. “Tudo depende da abordagem e da ênfase que se dá aos elementos que envolvem essa forma de comunicação”, observa.
Outro aspecto destacado pela gerente pedagógica da Editora Opet é o fator afetivo que nos conecta aos quadrinhos. “Essas histórias permitem revisitar uma memória afetiva que é tanto dos estudantes quanto dos professores. Afinal, são poucas as pessoas que não tiveram contato – e não se divertiram – com os quadrinhos.”
Ferramentas – E a equipe pedagógica da Editora se divertiu – e aprendeu bastante – com a formação. “É diferente trabalhar com essas ferramentas. É sempre um formato muito lúdico, muito prazeroso”, observa Cliciane. Segundo ela, o trabalho pedagógico envolveu ferramentas e aplicativos gratuitos, que permitem trabalhar de forma descomplicada.
Uma dessas ferramentas é o Pixton, desenvolvido em parceria por instituições como o Departamento de Educação de Nova Iorque, as escolas públicas de Chicago e as universidades de Harvard, Michigan e Stanford. “O acesso é bem fácil e, apesar de o site estar em inglês, ele é muito amigável e pode ser aprendido e utilizado rapidamente”, explica Cliciane.
Com o Pixton, é possível criar histórias em quadrinhos do zero, selecionando todos os elementos – como personagens e cenários – com muitas possibilidades de edição. “O Pixton é apenas uma entre muitas opções com que vamos trabalhar em nossas formações”, antecipa. E os professores interessados em começar já podem encontrar tutoriais interessantes disponíveis na internet, como o desenvolvido pelo Espaço de Apoio ao Ensino Híbrido da Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR), em São Paulo – clique aqui e acesse!
Cliciane reforça a necessidade de, neste momento de ensino remoto, conhecer e acessar novas formas de engajamento e encantamento dos estudantes. “Proporcionar boas histórias, por exemplo, é algo importante. E os quadrinhos nos fornecem essa possibilidade de uma forma muito rica por meio das imagens, personagens e enredo. E também da memória afetiva que nos conecta aos quadrinhos.”