Comemoradas neste mês, as populares e tradicionais festas juninas – associadas, inicialmente, à tradição católica dos santos Antônio, João e Pedro – carregam significados históricos e culturais importantes, que mesclam elementos de várias tradições da Europa, Ásia, África e América. Esses significados são manifestados a partir de danças, músicas, comidas típicas, trajes, fogueiras e brincadeiras, elementos-chave dessa celebração.
Esses elementos são excelentes pontos de partida para levar aos estudantes uma série fantástica de temas, da história à astronomia, das habilidades corporais à moda!
Em tempo de pandemia, como já aconteceu no ano passado, as festas devem ser adaptadas para garantir a saúde de estudantes, professores e famílias. A ideia é transportar o “arraiá” para o mundo virtual e abusar das lives, encontros a distância, projetos educacionais e comemorações em casa, sem aglomeração. Com os recursos oferecidos pela Editora Opet – na plataforma educacional Opet INspira e no Google Workspace for Education –, as festas não perdem o brilho!
Origem e evolução da festa junina
As celebrações juninas de hoje não se parecem em nada com as festas que lhes deram origem. Antes de se tornar um evento religioso cristão, as festas realizadas no mês de junho em todo o território europeu e em parte da Ásia eram pagãs, ou seja, anteriores ao cristianismo. Na época, os povos do Hemisfério Norte organizavam essas celebrações para comemorar a chegada do verão – quando os dias se tornam mais longos e o tempo esquenta – e homenagear os deuses da natureza e da fertilidade a fim de obter boas colheitas.
As comemorações eram muito antigas. Com a expansão do cristianismo pela Europa, África e parte da Ásia, essas festas acabaram sendo incorporadas e ressignificadas pela Igreja. Saíram os velhos deuses, entraram os santos apóstolos, que passaram a ser homenageados.
Portugal e Brasil: o início das comemorações em nosso país
No Brasil, as festas juninas foram trazidas pelos portugueses durante a colonização. Entre nós, elas ganharam elementos das culturas africanas e indígenas – nas danças, cores, comidas –, o que produziu festas riquíssimas e com características diferentes nas diferentes regiões do país.
Sobre os santos
O início da festa junina é dia 12 de junho, véspera da comemoração de Santo Antônio, o chamado “santo casamenteiro”. São João, o “santo festeiro”, é comemorado nos dias 23 e 24. Já São Pedro, apóstolo considerado o primeiro papa da Igreja Católica, é comemorado dia 29, último dia de festa.
Características das festas juninas em cada região do país
Confira as diferenças e semelhanças entre as festas juninas do Brasil!
Sul
No Sul, a região mais fria do país, a fogueira de grimpa – os ramos secos da araucária, que caem no outono – não pode faltar! Nem as delícias típicas da região, como o pinhão, o arroz de carreteiro e o quentão. Tem também os doces de amendoim, a cocada, a pipoca, a canjica e o arroz doce. Tudo isso com todos sentados à mesa durante toda a noite, como manda a tradição gaúcha.
Sudeste
No Sudeste, a pamonha e o milho verde são “figurinhas carimbadas”. O quentão e o vinho quente ajudam a aquecer, e a música sertaneja agita a festa. Tem ainda a quadrilha e o casamento caipira; as encenações engraçadas; os trajes em chita e xadrez e os rostos com bigode ou sardas desenhados.
Centro-Oeste
Como o Centro-Oeste faz divisa com outros países, o arraial da região sofre influências de outros lugares, especialmente do Paraguai. Nas comidas típicas, por exemplo, não pode faltar a sopa paraguaia, um tipo de bolo de queijo. Tem também farofa de banana; revirado cuiabano; Maria Izabel; caldo de feijão; paçoca de pilão; pixé (paçoca de amendoim com açúcar) e escaldado. Na música, além do sertanejo, do forró e dos desafios de rimas de violeiros, escuta-se a polca paraguaia.
Norte
A festa junina na região Norte é um pouco ofuscada pelo Festival Folclórico de Parintins, que gira em torno de uma lenda sobre a morte e ressurreição de um boi. Mesmo assim, ocorre a festa junina. As comidas servidas nas barracas dos arraiais são: cuscuz; tapioca; vatapá; pudim; mungunzá; tacacá e doces feitos com frutas da região amazônica. Sobre as danças, além da quadrilha, tem ainda o carimbó, dança típica da região.
Nordeste
É no Nordeste que acontecem as festas juninas mais populares do Brasil. Em alguns lugares, as celebrações chegam a durar incríveis 30 dias! Nos arraiais das cidades não faltam quadrilhas, zabumba e forró pé de serra. Além disso, os moradores de várias cidades enfeitam suas casas com bandeirinhas e acendem fogueiras na praça.
Como promover aprendizados a partir da história, símbolos e tradições juninas
Os temas relacionados às festas juninas podem ser trabalhados em diferentes componentes curriculares. Confira como!
A ensino de História e a origem das festas juninas
Uma boa alternativa para explicar sobre a origem das festas – paganismo, colheita, deuses, aspectos religiosos – são as gincanas. Elas podem ser feitas a partir de quizzes. Rodas de conversa também funcionam. Nesse caso, experimente utilizar a sala de aula invertida. Cada criança deve pesquisar, em casa, sobre um tema relacionado às origens da festa junina.
No lugar de uma aula expositiva, faça uma roda de conversa para que os estudantes expliquem e debatam sobre os assuntos que cada um pesquisou. Assim, a aula fica mais dinâmica e todos participam.
Outra prática que estimula a imaginação dos estudantes e prende a atenção deles é a contação de histórias. Utilize livros que falem sobre paganismo, Idade Média, lendas, mitos, etc.
Cantigas, músicas e histórias nas aulas de Português
Para as aulas de Português, o professor pode utilizar elementos como:
● Músicas típicas;
● Cantigas (cai, cai, balão; pula fogueira, capelinha de melão);
● “Causos” caipiras;
● Contação de histórias que explicam as origens das festas juninas e as tradições de cada lugar.
Essas atividades estimulam habilidades de escrita, oralidade, interpretação e imaginação.
Especificidades das regiões brasileiras nas aulas de Geografia
Nas aulas de Geografia, os mapas podem ser excelentes para contextualizar as crianças. É interessante falar um pouco sobre as peculiaridades de cada região do Brasil e mostrar vídeos das festas juninas em cada uma delas. Também é importante chamar a atenção dos estudantes para as diferenças entre o rural e o urbano.
Aqui, a roda de conversa e a sala de aula invertida também são ferramentas que funcionam. Peça que, em casa, as crianças perguntem aos pais, avós, tios e demais familiares como eram as festas juninas nas cidades em que eles nasceram e contem em uma roda de conversa.
Danças e brincadeiras típicas em Educação Física
Além das danças, há também muitas brincadeiras presentes nas comemorações, por exemplo:
● Cadeia;
● Corrida de saco;
● Pau de sebo,
● Pescaria;
● Correio elegante;
● Saltar a fogueira;
● Argola;
● Boca do palhaço;
● Cabo de guerra;
● Rabo do burro;
● Bingo.
Tanto as danças quanto as brincadeiras podem ser trabalhadas nas aulas de Educação Física. Os benefícios incluem psicomotricidade, equilíbrio, coordenação motora, cooperação entre as crianças.
Artes
No ensino de Artes, os discentes podem trabalhar ainda mais aspectos como coordenação motora fina, socialização e concentração, bem como criatividade, imaginação e aspectos sensoriais. As possibilidades são inúmeras! Dentre elas, destacam-se as seguintes:
● Teatro caipira;
● Desfiles de trajes típicos;
● Painéis;
● Recorte e colagem;
● Decoração da sala ou festa utilizando diversos materiais;
● Cartões do correio elegante;
● Peixes para a brincadeira de Pescaria.
Matemática divertida na festa junina
Nas aulas de Matemática, as crianças também podem aprender fazendo. Uma atividade que elas tendem a gostar bastante é a de medir a distância entre as barracas na hora da montagem e distribuí-las da melhor maneira. Essa tarefa estimula o pensamento matemático espacial e geométrico. Outra atividade interessante para os estudantes é a de planejar o que será feito com dinheiro arrecadado na festa. Assim, aprenderão sobre lucros, faturamento, custos e descontos.
Já por meio de brincadeiras como o bingo, as crianças aprenderão operações matemáticas, raciocínio lógico matemático e agilidade.
Ferramentas para desenvolver atividades relacionadas aos festejos juninos
A Opet INspira é uma plataforma educacional de recursos digitais desenvolvida pela Editora Opet que disponibiliza ao docente um grande acervo de conteúdos.
Há materiais didáticos, ferramentas de apoio e objetos educacionais digitais como vídeos, áudios, quizzes, banco de imagens e diversas histórias infantis.
São ferramentas, com recursos de tecnologia assistiva ou não, que auxiliam o educador no desenvolvimento de atividades, avaliações, sequências didáticas, trilhas de aprendizagem e roteiros de estudos para seus estudantes.
Um combo perfeito para elaborar aulas de qualquer disciplina e com os mais variados objetivos pedagógicos. Aproveite!