Educação Financeira nas escolas
Você já parou para pensar que, entre Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio são mais de 10 anos de Educação Básica, mas que, nesse período, a Educação Financeira praticamente não aparece entre os conteúdos ensinados e aprendidos?
É um cenário preocupante, que, com certeza, compromete a relação da sociedade com as próprias finanças e prejudica o desenvolvimento do país.
Finanças: mais do que números, comportamento
A preocupação diante da falta de uma Educação Financeira é ainda maior quando paramos para pensar que uma vida financeira saudável vai muito além de aprender sobre juros, prazos, tipos de investimentos e sistema monetário. Envolve também habilidades comportamentais, como tomada de decisão, capacidade de planejamento e controle de impulsos. Por isso, é fundamental trabalhar esse tema durante os anos escolares, abordando, a partir dos recursos, ideias para cada fase do desenvolvimento.
Educação Financeira, interdisciplinaridade e BNCC
A Educação Financeira deve ser abordada de forma interdisciplinar, como preconizado pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), documento que descreve aos educadores quais as aprendizagens necessárias a serem desenvolvidas por todos os estudantes durante a Educação Básica. Na Base, o assunto é tratado como tema transversal, ou seja, ele “atravessa” todos os componentes curriculares. Faz sentido: afinal, as finanças estão em muitos aspectos da vida, da matemática à sustentabilidade.
A Educação Financeira foi inserida na BNCC não como componente curricular, mas como tema contemporâneo transversal, compondo o currículo de Matemática.
O que é um tema transversal?
Muitas vezes, um único componente não possui os elementos necessários para abranger determinado assunto. Os temas transversais são assuntos que, para ser compreendidos em sua totalidade, devem ser estudados em diversas disciplinas. A Educação Financeira é um deles.
Como trabalhar a Educação Financeira no espaço escolar
A Educação Financeira está incluída no tema transversal Economia e, além da Matemática, ela pode ser aplicada também em disciplinas como História e Sociologia. Além disso, existem diversos recursos pedagógicos e tecnológicos, bem como métodos de ensino que podem facilitar esse trabalho escolar focado nas finanças.
Educação Financeira na Educação Infantil e a ludicidade
Para ensinar sobre finanças na Educação Infantil, é preciso considerar que a linguagem abordada deve ser lúdica. Trabalhar por meio de jogos, músicas e brincadeiras é a melhor forma de manter a atenção das crianças. Livros infantis que abordem o tema, por exemplo, são excelentes ferramentas. Sendo assim, o professor pode inserir o assunto por meio da contação de histórias. Os jogos on-line também ajudam muito. Neles, além de trabalhar aspectos numéricos, a criança precisará aprender a tomar decisões, algo fundamental para uma futura vida financeira saudável.
Além disso, existem habilidades que, a princípio, podem parecer não ter relação com o tema, mas que são fundamentais para o futuro. Elas ajudarão na capacidade de relacionar, comparar, analisar e planejar. São elas:
● Identificar, descrever, comparar e relacionar elementos de determinados objetos.
● Conhecer noções de grandeza, espaço e medidas.
● Aprender os termos e conceitos relacionados às unidades de medida e noções de tempo, de modo que a criança consiga utilizá-los para as suas necessidades e questões do cotidiano.
● Identificar e descrever quantidades, utilizando as diferentes formas de representação existentes.
● Perceber o que é e a importância de economizar.
Educação Financeira no Ensino Fundamental: a importância da interdisciplinaridade
Para o Ensino Fundamental, a BNCC propõe que o professor aborde os conceitos básicos de economia e finanças. Por exemplo:
● Taxa de juros.
● Inflação.
● Aplicações financeiras.
● Impostos.
Para que essa abordagem interdisciplinar seja bem-sucedida, a BNCC destaca que o tema deve ser associado a outros temas, como dimensões socioculturais, políticas e psicológicas que envolvem as finanças, além de mencionar também aspectos de consumo, trabalho e dinheiro. Essas abordagens podem ser trabalhadas, por exemplo, em História. Sobre isso, a BNCC preceitua o seguinte:
“É possível, por exemplo, desenvolver um projeto com a História, visando ao estudo do dinheiro e sua função na sociedade, da relação entre dinheiro e tempo, dos impostos em sociedades diversas, do consumo em diferentes momentos históricos, incluindo estratégias atuais de marketing” (MEC: BNCC, 2018).
Educação Financeira no Ensino Médio: preparar o estudante para uma vida financeira adulta e consciente
No Ensino Médio, segundo a BNCC, a Educação Financeira deve ser capaz de desenvolver as seguintes competências e habilidades:
Competência específica 3: “Utilizar estratégias, conceitos, definições e procedimentos matemáticos para interpretar, construir modelos e resolver problemas em diversos contextos, analisando a plausibilidade dos resultados e a adequação das soluções propostas, de modo a construir argumentação consistente” (MEC: BNCC, 2018).
Habilidades, segundo a BNCC:
1. (EM13MAT304) – Resolver e elaborar problemas com funções exponenciais nos quais seja necessário compreender e interpretar a variação das grandezas envolvidas, em contextos como o da matemática financeira, entre outros.
2. (EM13MAT305) – Resolver e elaborar problemas com funções logarítmicas nos quais seja necessário compreender e interpretar a variação das grandezas envolvidas, em contextos como os de abalos sísmicos, pH, radioatividade, matemática financeira, entre outros.
3. (EM13MAT503) – Investigar pontos de máximo ou de mínimo de funções quadráticas em contextos envolvendo superfícies, matemática financeira ou cinemática, entre outros, com apoio de tecnologias digitais (MEC: BNCC, 2018).
Para os estudantes do Ensino Médio, as atividades de Educação Financeira podem envolver os seguintes conhecimentos:
● Simular situações cotidianas.
● Elaborar planejamentos financeiro e pensar sobre as melhores decisões a partir deles.
● Ler e debater textos e situações associados à Educação Financeira.
● Entender as principais causas de endividamento.
● Aprender sobre o uso dos cartões de crédito.
● Aprender sobre Previdência.
● Conhecer os principais investimentos e saber escolher os melhores para cada objetivo.
● Conhecer os perfis de investidores.
● Conhecer o caminho para o primeiro emprego.
● Entender conceitos como renda, remuneração, dividendos, lucros.
● Conhecer as armadilhas ligadas ao consumo.
● Décimo terceiro salário.
● Empreendedorismo.
Tudo isso pode ser feito a partir de pesquisas e estratégias de ensino como aprendizagem baseada em problemas, projetos, metodologia STEM e outros.
A Educação Financeira e a Editora Opet
A Editora Opet oferece materiais de alta qualidade sobre Educação Financeira. Eles compõem os livros “O Mundo da Educação Financeira”, livro anual (aluno e professor) dirigido aos estudantes do 5º ano do Ensino Fundamental. A obra oferece propostas preciosas sobre finanças pessoais, familiares, consumo consciente e sustentabilidade. Saiba mais!
Além disso, na plataforma educacional Opet INspira é possível encontrar vários conteúdos – de vídeos a podcasts, de jogos educacionais a quizzes – que podem ser utilizados em abordagens transversais da Educação Financeira. Conheça!