O Dia Nacional da Educação Infantil é um momento importante para refletirmos sobre o papel da escola no desenvolvimento social, emocional, cognitivo e físico das crianças. Um processo que está ligado à construção de uma base sólida para a aprendizagem e o desenvolvimento. E, também, para a formação de pessoas mais empáticas, responsáveis e felizes.
Junto com a família, o professor da Educação Infantil é responsável por ajudar a criança a construir essa base. Mas, para que isso ocorra, é importante que ele entenda como funciona o cérebro do indivíduo na primeira infância (0 a 6 anos).
Assim, ele poderá selecionar e desenvolver práticas pedagógicas, atividades e recursos que estimulem habilidades e comportamentos fundamentais para o desenvolvimento integral da criança.
O Dia Nacional da Educação Infantil
Antes de avançar em nosso tema, é interessante saber por que comemoramos hoje, 25 de agosto, o Dia Nacional da Educação Infantil. A data, oficializada por lei em 2012, homenageia o nascimento de Zilda Arns (em 1934), médica pediatra e sanitarista que fundou a Pastoral da Criança. Zilda faleceu no grande terremoto de assolou o Haiti em 2010, tendo deixado um legado extraordinário para a infância do Brasil e de vários países do mundo. Um verdadeiro exemplo!
Desenvolvimento cerebral da criança
A arquitetura básica do cérebro é construída por meio de um processo contínuo que começa antes do nascimento, ainda durante a gestação, e se mantém até a idade adulta. Apesar da continuidade desse processo ao longo da vida, as primeiras experiências são os eventos que mais afetam a qualidade dessa arquitetura.
Isso ocorre devido à quantidade de conexões cerebrais formadas nesse período. Para se ter ideia, nos primeiros anos de vida, 700 novas conexões cerebrais são formadas… a cada segundo!
Logo, as vivências dos primeiros anos de vida, mais especificamente as da chamada Primeira Infância (0 a 3 anos), são muito impactantes. Elas determinam se esse cérebro terá uma base sólida para a aquisição e o desenvolvimento dos aprendizados, comportamentos, habilidades e emoções que virão a seguir.
A criança, os outros e o meio: interações moldam o cérebro em desenvolvimento
Cada fase do desenvolvimento pede um trabalho específico, buscando sempre a interação da criança com o outro e com seu meio.
O cérebro das crianças de até três anos, por exemplo, se desenvolve a partir da interação entre elas e os adultos. Nessa fase, elas buscam estabelecer contato por meio de balbucios, vocalizações e gestos. É muito importante que os adultos participem e interajam com as crianças. Basicamente, relacionamentos afetuosos e vínculos significativos são os elementos ideais para o desenvolvimento global da pessoa e devem ser trabalhados ao longo de todo o processo de desenvolvimento infantil.
Isso inclui contato, socialização, brincadeiras e jogos sensoriais. Todas essas práticas impulsionam a atividade cerebral da criança. Entenda a seguir, como isso pode ser feito em cada faixa etária!
De zero a dois anos
Até os dois anos, as crianças estão se desenvolvendo da seguinte maneira:
● Descoberta e exploração do próprio corpo;
● Desenvolvimento dos sentidos: visão, olfato, audição, tato e paladar;
● Primeiros passos.
Como nessa etapa o bebê está descobrindo o próprio corpo, boa parte de seu entretenimento se dá com ele mesmo. Mas, para estimular as demais habilidades, pode-se usar:
● Brinquedos que estimulem os sentidos (com cores, formas diferentes e sons, como os chocalhos)
● Atividades que envolvem o corpo ajudam a desenvolver a flexibilidade e o equilíbrio, como dançar e usar brinquedos como o cavalinho de balanço.
De dois a três anos
A partir dos dois anos, as crianças estão desenvolvendo e descobrindo as seguintes habilidades:
● Construção da coordenação motora fina (trabalho que envolve o cérebro, o olhar e as mãos);
● Exploração dos sentidos a partir de diferentes texturas;
● Desenvolvimento da socialização;
● Manifestação de interesse pelo simbólico, o famoso “faz de conta”.
Os jogos e brincadeiras para trabalhar nessa fase, que envolvem interação social e com o meio, são os seguintes:
● Jogos de montar e desmontar;
● Brincadeiras com elementos naturais, como água, areia, grama ou terra, para explorar sensações;
● Uso de materiais com texturas diferentes, como madeira, velcro, tecidos, escova e esponja, para explorar texturas;
● Atividades que estimulem o imaginário, a criatividade e a abstração, como teatro de fantoches;
● Brincadeiras que trabalhem o equilíbrio e a flexibilidade, como dança, corrida e outras atividades que permitam às crianças explorar o espaço e o corpo durante a execução.
De três a cinco anos
● Desenvolvimento da criatividade e da imaginação;
● Coordenação motora fina;
● Interesse por personagens e, consequentemente, fantasias e interpretações;
● Imitar situações (uma das etapas do desenvolvimento cognitivo) usando objetos do dia a dia, como telefone, utensílios de cozinha, lousa e outros.
Com as crianças mais crescidas, as opções de atividades lúdicas aumentam bastante:
● Brincadeiras que envolvam chutar, pular, correr, agarrar e controlar objetos ou brinquedos, como a bola;
● Apresentar a criança aos esportes, mesmo que em forma de brincadeiras;
● Atividades que envolvam pintar, esculpir, fazer colagens e utilizar lápis, tintas, e massas de modelar;
● Práticas com brinquedos que simulam a realidade, para que as crianças possam reproduzir as situações do cotidiano que gostam de imitar.
Leitura e contação de histórias: um tipo de interação para qualquer faixa etária
A leitura e contação de histórias são recursos que podem ser utilizados em qualquer fase do desenvolvimento. Ambas as ações também são muito importantes para o desenvolvimento das crianças.
Além de estimular a linguagem oral, contribuir com a aquisição da linguagem e fortalecer a estrutura psíquica e emocional da criança, a leitura é uma grande oportunidade para construção de vínculos e demonstração de afeto.
Ela também desenvolve a atenção, aumenta a concentração, amplia o vocabulário, melhora a memória, trabalha o raciocínio e estimula a curiosidade, a imaginação e a criatividade.
O papel da Educação Infantil no desenvolvimento da criança
O desenvolvimento infantil se dá em diversos espaços, desde a casa da criança e a comunidade em que ela vive até o ambiente escolar. É preciso considerar, no entanto, que nem todos os responsáveis possuem os conhecimentos ou recursos necessários para conduzir os pequenos ao seu pleno desenvolvimento.
Aqui, entra o conhecimento especializado e profissional do educador, que será capaz de estimular o desenvolvimento de habilidades sociais, emocionais, cognitivas e físicas. A educação infantil é um período crucial para estimular nas crianças as habilidades já mencionadas.
Entenda o desenvolvimento infantil e estimule o desenvolvimento infantil
Há uma série de materiais que ajudam o docente a compreender melhor os aspectos do desenvolvimento infantil, as conexões cerebrais que ocorrem nessa fase e como trabalhar da maneira correta com as crianças.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) traz uma parte exclusiva para tratar os objetivos da Educação Infantil. No site do MEC também é possível encontrar muitos materiais de qualidade.
Na Opet INspira, plataforma de objetos educacionais da Editora Opet, também há várias opções para o educador preparar aulas assertivas. Nela, o docente encontra material didático, objetos educacionais digitais como jogos, vídeos, áudios e imagens.
No acervo estão disponíveis ainda ferramentas de apoio para o professor e recursos para o desenvolvimento de trilhas de aprendizagem, roteiros de estudos e sequências didáticas.
Opet INspira e seu papel na Educação Infantil
Falando especificamente da Educação Infantil, a Opet INspira disponibiliza, por exemplo, várias histórias infantis para que o professor possa estimular a leitura nas crianças, trabalhar com contação de histórias, propor jogos de faz de conta e afins.
Sem contar que a plataforma traz a coleção “Entrelinhas para Você”, composta por livros construídos em total consonância com a BNCC. Eles possuem espaços indicativos de brincadeiras, orientações de pesquisa e sugestões de atividades para ampliar as vivências.
Também há recursos complementares, como crachá, alfabeto, jogos, meu diário, calendário anual, reprodução de obras de arte, tabuleiro de jogos, palco para teatro de fantoches, cartões com imagens diversas, contos clássicos e cartazes (chamada, ajudante do dia, tempo, medição das crianças e histórias).
É um conjunto excepcional de ferramentas para auxiliar o educador na construção de aulas que contribuam para o desenvolvimento integral das crianças!