Bullying na escola: sinais, consequências e intervenção

“Bullying” é uma palavra que assusta só de a gente ouvir. E assusta porque está ligada a sofrimento e preocupação. Sofrimento de quem é alvo, sofrimento de quem provoca, preocupação dos familiares e dos professores em resolver o problema e proteger as pessoas afetadas.
A solução passa, é claro, pelos cuidados em relação à situação concreta, ao caso de bullying que já está acontecendo. E passa, também, pela implementação de estratégias preventivas. Que fortaleçam a empatia, a diversidade, o acolhimento e a convivência pacífica. Um movimento que deve nascer na família e na escola, tendo como meta a sociedade e a vida de cada um!

Um problema grave e desafiador

Muitas vezes, casos de bullying terminam com a mudança escolar do estudante que sofre as agressões, ou seja, com uma ruptura em relação ao ambiente em que ocorre a opressão. Isso, claro, após várias medidas ineficazes, como a suspensão do agressor. Funciona? Para a situação imediata, sim. Mas, infelizmente, não resolve o problema.
Esse cenário nos traz uma conclusão pouco animadora: muitas escolas ainda não estão preparadas para lidar com situações de bullying no ambiente educacional, que acaba se firmando como algo “corriqueiro” ou mesmo como parte de uma “cultura” – um erro muito sério.
Além dos perigos imediatos do bullying na escola, temos muitas consequências que permanecem. Traumas sofridos por estudantes vítimas de bullying costumam culminar em baixo rendimento escolar, baixa autoestima, sofrimento psicológico e até em morte. Por isso, é fundamental, que responsáveis e educadores fiquem atentos aos sinais que as crianças e os adolescentes dão, pois os efeitos psicológicos do bullying na escola são muito fortes.

Conhecendo o problema

É fundamental conhecer o oponente ou o desafio que se vai enfrentar para, assim, superá-lo. Isso, é claro, ocorre com o bullying. O termo tem origem na língua inglesa e deriva da palavra “bully”, que significa “valentão”. É usado para identificar a prática de atos violentos de ordem física ou emocional, intencionais e repetidos, contra uma pessoa.
As práticas que caracterizam o bullying podem partir de uma criança ou adolescente, mas, normalmente, partem de duplas ou até de grupos. Ou seja, além dos atos, o fato de ser praticado por mais de um indivíduo faz com que a vítima se sinta ainda mais fragilizada diante das intimidações, humilhações e maus-tratos.
Ele se manifesta em ambientes presenciais, como a escola, e também no cenário digital – em ambos os casos, de modo insidioso e cruel.
Via de regra, as vítimas de bullying possuem um perfil específico. Quem mais sofre bullying são aqueles estudantes considerados “frágeis”. Essa ideia de fragilidade se sustenta na possibilidade de comparação e de diferenciação. Há vários marcadores – os mais comuns são:
● Renda;
● Orientação sexual;
● Religião;
● Origem geográfica ou étnica;
● Aparência;
● Timidez e baixa autoestima;
● Transtornos como os do espectro TDAH;
● Destaques positivos, como em relação a notas ou comportamento.

Tipos de bullying quanto à materialidade

Quando falamos em “materialidade”, estamos nos referindo à forma como o bullying acontece, como ele se manifesta. Alguns tipos de bullying, como veremos, deixam sinais físicos na própria vítima; outros, não – o dano, porém, é semelhante:
1. Físico: aproximadamente 3% dos jovens sofrem bullying físico, tipo que envolve atos violentos direcionados ao corpo, como chutes, rasteiras e outras agressões.
2. Verbal: o mais comum, no entanto, é o bullying verbal, que, como informa a Revista Saúde, é relatado por 13% dos estudantes.
3. Escrito: as ofensas e ameaças, nesse caso, acontecem por meio de mensagens escritas e desenhos em papéis ou riscados em paredes, carteiras etc., normalmente anônimos.
4. De dano material: cerca de 5% dos estudantes informaram sofrer um tipo de bullying que se manifesta por danos, subtração ou destruição de seus materiais, brinquedos, roupas ou outros objetos de uso.
5. Cyberbullying: na era digital, o bullying migrou para as redes sociais e para as caixas de e-mail. Como os jovens estão muito imersos nesse universo – e como ele alcança um número extraordinário de pessoas –, seu potencial lesivo é especialmente alto.

Tipos de bullying quanto à interação psicológica

Os tipos de bullying também variam segundo a forma como a vítima é atacada:
1. Moral: difamar alguém – xingando, ofendendo, rebaixando moralmente, atribuindo falsamente erros ou desvios ou destacando maldosamente características físicas e de comportamento – constitui o que chamamos de bullying moral;
2. Social: o bullying social é aquele em que as pessoas agredidas são ostensivamente excluídas, ignoradas ou “sabotadas” por seus pares.
3. Psicológico: temos, também o bullying psicológico, que, como informa o Instituto Paranaense de Terapia Cognitiva, é aquele que “não envolve confronto físico, uma vez que a vítima constantemente sofre intimidações ou chantagens, além de ser frequentemente alvo de calúnias e boatos, bem como de perseguições no que diz respeito à orientação sexual, religião ou peso. É um grande fomentador do desenvolvimento de transtornos psicológicos, pois toca em pontos muito específicos, criando gatilhos”.

Impactos do bullying no longo prazo

O bullying muitas vezes tem consequências sérias sobre a vida de quem é vítima. E isso ocorre porque a infância é uma fase em que a criança está em pleno desenvolvimento cognitivo. Os acontecimentos desse período são a base das estruturas psíquicas que se seguirão para a adolescência e a vida adulta.
Logo, ao sofrer bullying, essa estrutura, que ainda está em formação, é afetada. E, não sendo ela formada da maneira adequada, pode, no futuro, gerar sentimentos como:
● Baixa capacidade de enfrentar situações desafiadoras;
● Resposta passiva a qualquer ataque;
● Dificuldade em confiar nas pessoas;
● Alimentação de uma visão negativa de si mesmo;
● Percepção de que a agressividade responsiva – geradora de bullying – é um caminho aceitável de interação.

Identificando sinais de bullying

Crianças que sofrem bullying podem apresentar várias mudanças de comportamento, bem como a recusa em ir para a escola. Além disso, os sinais mais comuns em crianças que sofrem bullying são:
● Dor de estômago;
● Dor de cabeça;
● Falta de apetite;
● Gagueira;
● Hiperatividade;
● Náuseas;
● Tensão muscular.

Sinais psicológicos de que um estudante pode estar sofrendo bullying na escola:
● Baixa concentração;
● Desinteresse repentino;
● Redução de desempenho em diversas atividades;
● Agressividade;
● Desobediência;
● Dificuldades nas relações interpessoais;
● Hipersensibilidade;
● Impaciência;
● Insegurança;
● Introversão súbita;
● Medo ou choro excessivo;
● Pesadelos e terror noturno;
● Baixa autoestima;
● Tristeza que pode evoluir para depressão;
● Níveis elevados de ansiedade, o que é compreensível, já que a escola passa a ser um meio hostil;
● Sintomas psicossomáticos, queixas físicas sem causa orgânica, mas associadas à ansiedade e ao estresse.

Como combater o bullying de forma efetiva?

A promoção das competências socioemocionais, como auto­estima, empatia e tolerância à frustração, é um importante aliado, já que podem ajudar tanto no combate quanto na prevenção do bullying escolar.
Nesse contexto, escola e família devem trabalhar juntas. Entenda!
Segundo a Car­ti­lha Bullying, do Conselho Nacional de Justiça, a escola é corresponsável nos casos de violência. Por isso, cabe a ela acionar os familiares, bem como o Conselho Tutelar e os órgãos de defesa da criança e do adolescente, se for o caso.
Os educadores precisam estar preparados para ir além dessas medidas. Isso passa por implementar planos de contingência com participação de todos: funcionários, alunos e comunidade escolar. O que envolve:

● Capacitar funcionários e orientar pais;
● Explicar aos alunos;
● Estar presente no recreio;
● Discutir soluções e ouvir a vítima;
● Acionar autoridades.

O papel da família

Primeiro de tudo, para a criança contar à família o que acontece com ela, é preciso que ela se sinta segura para fazer isso. Então, criar um ambiente de acolhimento no lar é fundamental para que os responsáveis tenham uma relação transparente com os pequenos.
Dito isso, alguns cuidados devem ser tomados quando a criança contar o ocorrido:
● Não incentivar a mesma reação; a ideia é quebrar o ciclo de violência e evitar novas atitudes agressivas.
● Mostrar equilíbrio em ouvir e falar sobre o assunto.
● Tomar cuidado para não minimizar ou supervalorizar os fatos.
● Não pressionar a criança ou fazer perguntas muito diretas. Deixe-a falar livremente e, posteriormente, leve as informações para os educadores – assim, eles poderão tomar as medidas cabíveis.
● Evitar colocar a criança na posição de coitada/frágil demais, isso pode prejudicar sua autoestima no espaço escolar. Em vez disso, mostre a ela como criar mecanismos para superar a situação e evitar novos casos como esses.
● Mostrar à criança que o bullying é algo errado e preocupante, mas que tem solução.

Materiais de apoio para ensinar sobre o bullying na escola: uma parceria com a Opet INspira

O bullying na escola causa sérios prejuízos a quem sofre a violência. Indica, ainda, questões que precisam ser resolvidas em algum aspecto da vida do agressor. E isso porque quem agride também está mergulhado em uma situação séria de desequilíbrio e sofrimento – praticar bullying não é normal, muito pelo contrário!
Deve-se investigar, então: quais são os motivadores de quem pratica o bullying? O que esse jovem quer demonstrar? O que ele deve aprender em relação à convivência e ao acolhimento? Como acolhê-lo, enfim, para que ele “baixe as armas” em relação a pessoas que ele considera mais fracas e merecedoras de seus ataques?
O fato é que o bullying deve combatido previamente, a partir da construção de uma cultura de paz e convivência. Por meio da inserção de atividades que visem a conscientização e a empatia entre os estudantes, bem como a observação contínua dos professores. E, por fim, é importante ter em mente a melhor maneira de combater o bullying é prevenir que ele aconteça.
As atividades e demais práticas propostas aqui podem ser implantadas em um cenário em que se deseja combater e eliminar uma situação de bullying já existente. Mas, aplicá-las antes de surgir um caso desse na escola é a melhor garantia de um ambiente seguro aos estudantes.
A Editora Opet, responsável pela Opet INspira, plataforma de objetos educacionais, possui uma série de livros no catálogo Sefe que fornecem uma grande contribuição aos educadores nessa missão de construir uma escola segura, empática e livre de violência.
Para usar nossos materiais, é preciso que a escola tenha um login de acesso. Dessa forma, além dos materiais, é possível encontrar ainda diversos materiais e ferramentas digitais para o desenvolvimento de várias das atividades lúdicas indicadas aqui.
Temos uma série de ferramentas inclusivas, graças ao nosso menu com funcionalidades de acessibilidade e que facilitam o desenvolvimento de projetos e outros tipos de trabalho em grupo. Isso é algo muito importante para criar uma cultura escolar pautada no respeito e na diversidade de pessoas e pensamentos, bem como no desenvolvimento de habilidades sociais.
Juntos, vamos combater o bullying na escola!

Educar para Competências e habilidades

“Competência”: eis aí uma palavra poderosa. Quando percebemos que alguém é competente ou quando sentimos que somos competentes para fazer alguma coisa, ficamos satisfeitos. E, quando percebemos a incompetência – a nossa ou a dos outros –, ficamos irritados ou assustados. E isso porque, em muitas situações, ter competência é vital.

Mas, se alguém pedisse para você definir “competência”, você saberia fazer isso?

 Fácil: em termos gerais, competência é a capacidade de fazer alguma coisa ou desempenhar plenamente uma função. É algo que se aprende, que é desenvolvido por meio de estudo e, principalmente, pela prática. E que, muitas vezes, precisa ser alimentado e atualizado.

A escola é um dos melhores ambientes para o desenvolvimento de competências. É lá que os estudantes vão conhecer, aprender, exercitar, errar e acertar, com apoio dos professores. É lá que eles terão suas competências avaliadas em um ambiente seguro e especialmente estabelecido para isto. E é lá, também, que elas serão associadas às habilidades.

A BNCC e as Competências

Publicada em 1997, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) colocou as competências “no mapa”, fazendo com que elas assumissem sua merecida importância no contexto da educação. Esse documento, que possui um caráter normativo e estruturante, passou a focar uma aprendizagem menos “conteudista” e mais focada na formação das crianças e adolescentes para os contextos da vida em sociedade.

Então, confira as possibilidades de um ensino por competências aliado ainda ao desenvolvimento de habilidades. Antes de adentrar na aplicação desse modelo de ensino, porém, é preciso avançar nos conceitos de competências e habilidades. Então, vamos lá!

 O que são competências?

Ao procurarmos o termo competência no Dicionário Aurélio, vamos nos deparar com três definições:

  • Faculdade concedida por lei a um funcionário, juiz ou tribunal para apreciar e julgar certos pleitos ou questões.
  • Qualidade de quem é capaz de apreciar e resolver certo assunto, fazer determinada coisa; capacidade, habilidade, aptidão, idoneidade.
  • Oposição, conflito, luta.

 

Quando falamos sobre competência no contexto escolar, bem como no da BNCC, o nosso foco deve ser a seguinte definição:

Competência no contexto escolar: qualidade de quem é capaz de apreciar e resolver certo assunto, fazer determinada coisa; capacidade, habilidade, aptidão, idoneidade.

Então, fica claro que educar por competências significa ir além da transmissão de conhecimentos acumulados – é, principalmente, conectar estes conhecimentos à razão e ao fazer.

 A importância de desenvolver competências

Quando falamos em desenvolver competências, a ideia é garantir que o estudante seja capaz de utilizar os conhecimentos para resolver problemas. É isso que o torna capaz de atuar em sociedade.

Não podemos nos ater à educação por competências no sentido profissional. É claro que esse setor da vida é essencial. Em um cenário em que, devido ao rápido avanço tecnológico, as coisas mudam rapidamente, ensinar competências relacionadas a eventos que vão enfrentar na carreira é primordial.

Desenvolvimento de competências: um modo de educar para a vida

Porém, a educação baseada em competências vai mais longe: ela tem a ver com ajudar o estudante a desenvolver habilidades que o tornem capaz de conduzir todas as áreas de sua vida com sucesso.

Afinal, nossos relacionamentos pessoais, nossa capacidade de gerenciar emoções e projetos de estudo, por exemplo, estão tão ligados às competências que desenvolvemos como às nossas possibilidades profissionais.

Há pouco, falamos sobre as habilidades. E, aqui, entra outro elemento importante da educação por competências. Podemos dizer que o ato de tornar o indivíduo capaz de “apreciar e resolver certo assunto, fazer determinada coisa” está fundamentado no desenvolvimento de habilidades.

Podemos dizer, então, que essa é uma maneira de educar para a vida.

Então não há educação por competências sem educação focada no desenvolvimento de habilidades.

Para ficar mais claro a relação entre os termos, vamos ao conceito de habilidades. 

O que são habilidades e como elas se relaciona com as competências?

Competência significa desenvolver no estudante a capacidade de saber que sabe e, sabendo disso, saber ainda utilizar seus conhecimentos aliados aos recursos e ferramentas disponíveis para solucionar qualquer questão que lhe vier à mão.

Já as habilidades são tudo aquilo que um indivíduo sabe fazer. Se sabemos ler e escrever, podemos dizer que temos habilidades de linguagem. Nós, educadores, temos ainda a habilidade de ensinar, sabemos como funciona o cérebro humano e, com base nisto, criamos estratégias para facilitar ao estudante a compreensão do conteúdo.

Mas, para aplicar essa habilidade, é preciso desenvolvermos outras e outras, como manusear ferramentas, utilizar aplicativos, etc.

Adquirimos uma habilidade à medida que dominamos um processo. Então, esse termo se refere à aplicação prática de algo que sabemos fazer. Por fim, a competência vem quando essas habilidades são utilizadas e unificadas em prol de uma situação que precisa ser alterada.

 Ensino por competências a partir da Base Nacional Comum Curricular – BNCC

Você se lembra que falamos sobre a BNCC ajudar os educadores no processo de educar com foco em desenvolver nos discentes as competências?

Pois bem, esse documento, que estabelece os tipos de aprendizagens que devem ser ensinadas e em qual fase do ensino fazer isso, define que competências, no âmbito educacional, são a:

Capacidade de mobilizar habilidades, atitudes, recursos, valores e conhecimentos para solucionar problemas e diversas outras demandas da vida cotidiana e, futuramente, do trabalho.

E informa que as 10 competências gerais para serem trabalhadas na escolha e que precisam ser desenvolvidas nos estudantes da educação básica são:

  1. Conhecimento
  2. Pensamento científico, crítico e criativo.
  3. Repertório cultural.
  4. Comunicação.
  5. Cultura digital.
  6. Trabalho e projeto de vida.
  7. Argumentação.
  8. Autoconhecimento e autocuidado.
  9. Empatia e cooperação.
  10. Responsabilidade e cidadania.

Esses 10 elementos citados pela BNCC podem ser resumidos na definição que citamos acima: “Qualidade de quem é capaz de apreciar e resolver certo assunto, fazer determinada coisa; capacidade, habilidade, aptidão, idoneidade”.

Acontece que essa frase precisou ser destrinchada em 10 elementos para que as competências pudessem ser trabalhadas em níveis. Todas são trabalhadas em todas as etapas, mas em níveis de compreensão distintos.

 Competências e Ensino Médio

Além das competências gerais, existem também as competências específicas de cada área de conhecimento. No Ensino Médio, a área de Linguagem e suas Tecnologias demanda, por exemplo, o desenvolvimento de uma competência específica.

Veja a seguir o que diz a BNCC sobre isso:

Compreender as línguas como fenômeno geopolítico, histórico, cultural, social, variável, heterogêneo e sensível aos contextos de uso, reconhecendo suas variedades e vivenciando-as como formas de expressões identitárias, pessoais e coletivas, bem como agindo no enfrentamento de preconceitos de qualquer natureza”.

Perceba que não basta desenvolver uma habilidade em linguagem. É preciso que, ao saber sobre os processos de linguagem, o estudante saiba compreendê-los dentro de um contexto geopolítico, histórico, cultural, social, etc.

É essa competência que o tornará apto para aplicar suas habilidades de linguagem em função de uma alteração de contexto, de resolução de problemas.

 Ensino Médio: fase de consolidação e preparo

O desenvolvimento de competências é especialmente importante no Ensino Médio, pois é nele que se concretizam todas as demais competências trabalhadas até esta etapa da Educação Básica.

Mas, mais do que isso, sendo essa a última etapa escolar, trata-se também de um momento em que, de fato, o estudante está indo para esse mundo que falamos durante o artigo. Um mundo em constante mudança, onde todas as suas relações pessoais, acadêmicas ou de trabalho dependem das competências desenvolvidas até então.

 A BNCC, o novo Ensino Médio e as Competências

A BNCC indica as competências importantes para cada área do ensino. As competências são gerais, aquelas comuns a todas as fases, e específicas, voltadas ao Ensino Médio.

As competências específicas para o Ensino Médio referem-se às 4 áreas da BNCC. São elas:

  • Linguagens e suas Tecnologias.
  • Matemática e suas Tecnologias.
  • Ciências da Natureza e suas Tecnologias.
  • Ciências Humanas e Sociais Aplicadas.

 

Mas, a coisa não fica por aí. As competências no Ensino Médio também precisam abarcar elementos como:

  • Protagonismo do estudante.
  • Mundo do trabalho.

Ou seja, elas também ajudam o discente em relação aos acontecimentos do presente, às situações que estão acontecendo no “agora”, como o vestibular e o ENEM, eventos que costumam tirar o sono de muitos jovens.

Percebe como o desenvolvimento dessas competências no Ensino Médio possui uma natureza distinta das demais fases?

 Desenvolvimento de competências e Educação Ativa: entenda a relação

Fato é que, seja no Ensino Médio, seja no Fundamental I ou II, o ensino orientado a competências convida o estudante a deixar sua posição passiva nas aulas e adotar uma postura ativa.

E, nisso, temos contribuído bastante. Nossos materiais e recursos são construídos para ajudar os educadores na elaboração de aulas em que se utilizam as metodologias ativas.

Tais métodos envolvem desenvolvimento de projetos, pesquisas, uso de tecnologias e aplicativos. Além disso, nossos livros didáticos e paradidáticos estão repletos de sugestões de atividades que seguem a mesma linha: deixar o discente ser protagonista do próprio aprendizado.

 Opet INspira: conheça nosso acervo de recursos educacionais digitais para um ensino orientado a competências

Na plataforma educacional Opet Inspira, os educadores encontram um acervo de conteúdos para criar suas aulas. Entre as ferramentas disponibilizadas estão:

  • Material didático.
  • Objetos educacionais digitais como vídeos, áudios e apresentações.
  •  
  • Banco de imagens.
  • Histórias infantis.

Tais ferramentas são fundamentais para que os estudantes utilizem suas habilidades a fim de resolver problemas e, consequentemente, desenvolver as competências que citamos acima e que a BNCC tanto valoriza.

 Recursos para professores que querem ajudar os estudantes no desenvolvimento de competências:

A Opet INspira, plataforma de recursos educacionais, disponibiliza aos professores recursos como:

  • Ferramentas para aulas inclusivas, como teclas de navegação, leitor de página, funções para alterar o tamanho do texto e do cursor, espaçamento de texto, contraste, entre outros.
  • Conteúdos que auxiliam no desenvolvimento de avaliações, sequências didáticas, trilhas de aprendizagem e roteiros de estudos.
  • Tutoriais em formato de vídeo e PDF.

A Opet INspira está em constante atualização para garantir que o docente cumpra seu compromisso com a aprendizagem ativa, um ensino capaz de desenvolver nos estudantes as competências necessárias para todos os aspectos de sua vida.

Como despertar o Protagonismo?

Admirável mundo novo: recursos e práticas que instigam e geram protagonismo

“Eureka!”: essa palavra, que significa “Descobri!”, foi exclamada há 23 séculos pelo matemático grego Arquimedes de Siracusa. Desde então, ela simboliza a alegria da descoberta e, principalmente, o protagonismo de quem quer aprender. E é justamente sobre esse protagonismo, esse envolvimento verdadeiro do estudante no processo de ensino-aprendizagem, que vamos tratar.
Como, afinal, antigos e novos recursos, especialmente os digitais, podem tornar os estudantes os protagonistas do conhecimento? Qual o papel do professor nesse processo? Vamos saber mais focando algumas possibilidades.

 

Sala de aula invertida

A sala de aula invertida não é, exatamente, um recurso educacional recente. Ele, porém, ganhou força e muitas possibilidades com a chegada da internet. A ideia é interessante: a partir de premissas e instruções transmitidas pelo professor, levar o estudante a desvendar e a se aprofundar na pesquisa de temas em casa, e a mostrar na escola suas descobertas, dúvidas e caminhos de pesquisa.
Temos, aqui, um investimento direto no protagonismo do estudante. Ele, é claro, não irá a campo, para a pesquisa, sem orientações prévias dadas pelo professor (O que se deseja? Como fazer?). No entanto, terá a oportunidade de desenvolver os próprios caminhos de pesquisa; aprenderá a perguntar e a se perguntar sobre os assuntos; ganhará conhecimentos ampliados sobre um determinado tema. E poderá até expô-los digitalmente, em um blog ou uma página de rede social. Exemplos? Investigar e explicar o ciclo da água, o surgimento das cidades modernas, a escravidão no Brasil etc.
Em síntese – quando o estudante se depara com a necessidade de aprender algo novo, nos moldes da sala de aula invertida ele trabalha com os seguintes elementos:
● Habilidades de pesquisa.
● Capacidade de fazer boas perguntas.
● Raciocínio lógico.
● Discernimento (em relação à qualidade e à veracidade do material encontrado).
● Gestão de tempo e da atenção.

Nesse processo, cabe ao professor orientar, receber e auxiliar o estudante na “entrega” de suas descobertas e conclusões. Nas orientações, por exemplo, ele pode e deve trabalhar com temas da educação midiática, como a checagem de informações e a escolha de fontes confiáveis. E também pode estimulá-lo a apresentar esses conhecimentos a partir de suas próprias habilidades digitais, em recursos que vão do TikTok aos podcasts. Vamos ampliar essa discussão a seguir.

 

Novas práticas e a ampliação das possibilidades de ensino-aprendizagem

Como vimos, a sala de aula invertida é interessante, especialmente, por seu “chamado ao protagonismo”. Ao colocar o estudante no papel de investigador, o professor estimula o desenvolvimento de habilidades de grande importância para a própria humanidade.
Além da sala de aula invertida, porém, há outros recursos – digitais ou não – que podem fazer com que as aulas brilhem e o aprendizado seja prazeroso e significativo! Vamos conhecê-los de forma sintética:
● Aprendizagem baseada em problemas: ao utilizar a estratégia do ensino por meio de problemas, o educador propõe um problema do mundo real, considerando o nível de conhecimento da turma e o conteúdo estudando, para que os discentes possam analisar e encontrar uma solução. Por exemplo: a partir de informações prévias, os estudantes podem propor soluções para a conservação dos recursos hídricos de uma cidade ou região.
● Aprendizagem baseada em projetos: o projeto pode ou não ser uma continuação do ensino por problemas. Nele, o docente propõe também um problema desafiador, que estimule a imaginação e, a partir disso, os estudantes desenvolvem um projeto que solucione tal questão.
Em ambos os casos, é possível trazer outras táticas instigantes de envolvimento e participação dos estudantes. Entre elas, estão:
● Robótica.
● Gamificação (uso dos conceitos dos jogos em atividades no ambiente físico, como etapas, pontuações, prêmios, avatares e desafios).
● STEM (projetos que unam conceitos de Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática para solucionar problemas).
● Representações tridimensionais.
● Fotografia.
● Atividades audiovisuais como podcasts; vídeos ou publicações em sites e blogs.
Um modelo híbrido de ensino, a distância ou de sala de aula invertida aplicado em conjunto com metodologias como problemas e projetos, conduz o estudante para o desenvolvimento de habilidades como:
● Debater ideias.
● Fazer previsões.
● Planejar.
● Experimentar.
● Coletar e analisar dados.
● Tirar conclusões.
● Comunicar ideias e descobertas.
● Desenvolver projetos.

 

Protagonismo e as novas tecnologias

Nas últimas décadas, as tecnologias digitais entraram na vida das pessoas. Se, antes, elas estavam restritas aos laboratórios e às instalações militares, hoje estão nas nossas mãos. E são extremamente poderosas: um único smartphone de 2022, por exemplo, possui mais tecnologia que os computadores usados pela NASA para colocar os primeiros seres humanos na Lua, há pouco mais de cinquenta anos!
A aceleração tecnológica, é claro, também chegou à educação. Algo que, no caso da Educação Básica, ganhou tração e visibilidade nos últimos dois anos e meio, com a pandemia da Covid-19. Boa parte dos professores, que utilizava as tecnologias digitais de forma comum – para trocar mensagens, acessar redes sociais e se informar –, mergulhou em usos até então inéditos, no planejamento e desenvolvimento de aulas. Foi um avanço civilizatório, que acabou incorporado ao dia-a-dia da educação.
A Editora Opet viveu ativamente esse processo, aprendendo e se antecipando em muitas situações: desenvolveu a plataforma educacional Opet INspira, um recurso poderoso, amigável e integrado às coleções e às suas propostas didático-pedagógicas, e firmou uma parceria estratégica com a Google Workspace for Education para o pleno desenvolvimento das aulas online.
Esse sistema de aulas remotas – que inclui, também, as formações pedagógicas feitas com professores das redes pública e privada de todo o país, assim como os encontros com familiares (os chamados EFAM’s) e gestores – contempla milhares de pessoas. Além disso, investiga permanentemente novas formas de educar, buscando somar estas inovações a um olhar humano, protagonista e inclusivo.
Na plataforma, há opções de materiais para atividades online, a distância e híbridas. Entre os recursos estão materiais didáticos digitalizados e objetos educacionais como vídeos, áudios, apresentações, quizzes, banco de imagens, jogos, simuladores e histórias infantis. Essas ferramentas também permitem a elaboração de aulas inclusivas – afinal, as tecnologias digitais ampliam as possibilidades nesse sentido também.

Brincar é ir além!

Você já parou para pensar para que servem os brinquedos e as brincadeiras? Eles, é claro, servem para divertir, entreter e aproximar pessoas. Mas, para além disso, possuem uma função extraordinária, relacionada ao desenvolvimento cognitivo e ao aprendizado. Brincar, enfim, não é só brincadeira – é muito mais! Vamos saber?

Brincadeiras, movimento e Psicomotricidade: que tal começar por aqui?

A psicomotricidade é de suma importância para o desenvolvimento infantil, pois está relacionada aos movimentos, aos aspectos cognitivos e à conexão com o mundo interior e exterior da criança. Entenda alguns dos benefícios das brincadeiras que envolvem a Psicomotricidade:

  • Equilíbrio: ajuda a criança a aprender manter o corpo firme e estável enquanto caminha, dança, corre ou faz qualquer outro tipo de atividade.
  • Consciência corporal: as crianças passam a dominar o seu corpo e a entendê-lo dentro do espaço, adquirindo, também, noção espacial.
  • Consciência espacial: as crianças aprendem a ir de um ponto a outro sem se perder, construindo memórias e fazendo relações. Brincadeiras como a de esconde-esconde são um bom exemplo.
  • Coordenação parcial e global: com as atividades que trabalham a psicomotricidade, a criança aprende a fazer movimentos diversos, sejam eles lentos ou em velocidade.

Por isso, é tão importante propor brincadeiras que envolvam a movimentação corporal. E tem mais: além de as brincadeiras corporais ajudar nas emoções, elas também contribuem para o desenvolvimento de habilidades cognitivas fundamentais. Assim, sugerimos algumas brincadeiras: 

Esconde-esconde: brincadeira estimula consciência corporal e espacial

Além de trabalhar o movimento e, portanto, a psicomotricidade, essa brincadeira ajuda as crianças a estimularem sentidos como visão e audição. Quanto à psicomotricidade, há um ganho quanto ao desenvolvimento do equilíbrio, da velocidade e, é claro, da noção do espaço. Sem contar que a brincadeira ajuda na percepção do mundo.

Coordenação motora? Amarelinha!

Coordenação motora talvez seja o grande ganho proporcionado pela Amarelinha. Ela também promove a consciência corporal e o equilíbrio, intimamente ligados à coordenação motora. Além disso, brincadeiras como essa auxiliam no desenvolvimento da musculatura, do sistema cardiorrespiratório e de ossos saudáveis.

Pular corda: coordenação, equilíbrio, ritmo e socialização em uma única brincadeira

Outra brincadeira que contribui bastante para a coordenação motora corporal é pular corda. Veja só quantas são as possibilidades de brincar!

  • Reloginho;
  • Cabo de guerra;
  • Laçar o bezerro;
  • Equilíbrio;
  • Pular num pé só;
  • Pular no ritmo de cantigas.
  • Sair e entrar no ritmo das batidas da corda.

Ao pular corda, a criança pula, salta, canta e, dependendo da atividade, segue o ritmo de coreografias e trabalha a habilidade de antecipação. E tudo ao mesmo tempo! Uma atividade poderosa, que tem reflexos positivos sobre o sistema cardiorrespiratório.

Mais jogos e brincadeiras que trabalham a psicomotricidade e outras habilidades associadas

  • Twister;
  • Pebolim;
  • Patins;
  • Pingue-pongue;

Vale lembrar que a psicomotricidade também envolve aspectos associados ao desenvolvimento da comunicação e da linguagem. Comunicação corporal, motricidade fina e outros… tudo ali, no brincar!

Brincadeiras para trabalhar comunicação, criatividade, fantasia e imaginação

É fundamental trabalhar o imaginário e despertar a curiosidade das crianças. As brincadeiras, principalmente as que envolvem imaginação e fantasia, como o faz-de-conta e as encenações, trabalham dimensões psíquicas, emocionais e físicas.

Elas ajudam as crianças a se perceberem no mundo, entender papéis e aprender sobre interações, socialização, comunicação e expressão de pensamentos e ideias. Sem contar que são cruciais para a saúde mental das crianças. Descubra algumas das atividades que trabalham a imaginação e a partir dela vários outros pontos! 

Pintura é uma das atividades mais ricas para a cognição e as emoções

A pintura é uma atividade superdivertida, que tem o poder de estimular habilidades inerentes ao ser criança. Com ela, é possível trabalhar a comunicação e a criatividade. Ainda mais se a pintura juntar a criançada toda! E, sim, vai sobrar muita tinta pra todo lado, mas nada que algumas folhas de jornal no chão ou um lugar adequado (como um jardim, por exemplo) não resolvam! É uma atividade que também estimula a sensibilidade e aumenta a capacidade de concentração e expressão das crianças.

Momento da leitura: o poder da contação de histórias

Na etapa de alfabetização, é muito comum utilizar a contação de histórias como recurso pedagógico. Mas, contar histórias vai além da aquisição da linguagem. Nesse processo, estão envolvidos a imaginação, a fantasia e a capacidade de interpretar. Um recurso fantástico! Vale a pena, por exemplo, caprichar na leitura por meio de:

  • Imitações;
  • Criar vozes para os personagens
  • Utilizar recursos como instrumentos musicais, ursinhos de pelúcia, fantoches e outros.

E, por falar em fantoches, nada mais poderoso para trabalhar a fantasia, bem como a capacidade de socializar e comunicar, do que as encenações. Teatros tradicionais ou de fantoches podem e devem acompanhar as histórias.

Teatros de fantoches, encenações e mímica

As crianças adoram imitar seus super-heróis favoritos, não é mesmo? Muitas vezes, até possuem roupas e fantasias desses personagens. Então, que tal tornar a atividade ainda mais elaborada?

Uma das atividades para as férias pode ser a proposta de brincar de fantasias, de imitar ou encenar. Isso pode partir da contação de histórias, com a encenação de um conto de fadas, de uma história de filme ou até mesmo de histórias inventadas pelos adultos e crianças participantes. Dentre os benefícios das encenações, estão o estímulo à invenção de personagens e ao desenvolvimento e aprimoramento da capacidade de comunicação.

Opções para criatividade, comunicação e socialização

Jogos de tabuleiro e outros tipos também ajudam muito na imaginação. Veja algumas opções!

  • Jogo Imitatrix;
  • Torre inteligente;
  • Stop;
  • Brincando de Engenheiro;
  • Quem sou Eu.

Brincadeiras e o raciocínio lógico

O raciocínio lógico é necessário em todas as áreas do conhecimento. Ele diz respeito ao pensamento para resolver um problema ou chegar a alguma conclusão.

As brincadeiras e, principalmente, os jogos online ou físicos contribuem para o desenvolvimento do raciocínio lógico, pois, para chegar ao seu fim, as crianças precisam elaborar estratégias, definir soluções e superar desafios.

Sem contar que esse tipo de atividade coloca o indivíduo em várias situações que necessitam resolução de conflitos, colaboração, tomada de decisão e reflexão. Também podemos citar a habilidade de persistência, algo que pode ser adquirido com os jogos e é extremamente importante para qualquer momento da vida.

Para as estimular o raciocínio lógico por meio das brincadeiras, sugerimos opções como:

  • Lego;
  • Mímica;
  • Banco imobiliário;
  • Xadrez;
  • Damas;
  • Quebra-cabeça.
  • Cara a Cara;
  • Jogo da Memória;
  • Dominó;
  • Lince;
  • Cilada;
  • Alquimia;

Jogos de estratégia como os citados acima, ou aqueles que envolvem conhecimentos científicos, como Alquimia, são algumas das melhores opções para ajudar a criança a desenvolver o raciocínio lógico.

Use a tecnologia a favor da educação com a Opet INspira

Por fim, vale destacar os jogos online. Para solucioná-los, a criança utiliza estratégias, lógica e conhecimentos escolares. Sem contar que muitos deles envolvem criatividade e a fantasia. E há várias opções inclusivas.

Na plataforma educacional Opet INspira, por exemplo, as crianças têm acesso a vários jogos educacionais exclusivos, desafiadores e divertidos. A plataforma também traz livros de histórias infantis, atividades, vídeos e áudios. Um recurso fantástico para esse universo incrível do brincar!

Vínculos familiares e o desenvolvimento da criança

 

Durante a infância, as crianças se deparam com diversos fatores de socialização. Todos eles, do ambiente escolar à vizinhança, proporcionam situações que participam de seu desenvolvimento. Nenhuma deles tem tanta influência nesse processo inicial quanto a família, o primeiro contexto de socialização a que os pequenos são submetidos. A família é a responsável pela construção de um ambiente estruturado, seguro e afetivamente caloroso.

É nesse ambiente que os familiares devem ser capazes de supervisionar a ação da criança e do adolescente de modo a que o bem-estar e o desenvolvimento humano deles estejam garantidos.

 

Amor, cuidado e desenvolvimento

O desenvolvimento infantil é beneficiado pelo ambiente escolar e pelas atividades que as crianças desenvolvem neste contexto. Os vínculos familiares, porém, caminham juntos nesse processo e têm uma importância fundamental. A família é o primeiro agente social com quem os pequenos têm contato. É o primeiro “ecossistema” com o qual se deparam e aprendem os primeiros conceitos relacionados à interação, afetividade, cuidado, segurança, normas de convivência e emoções.

Por meio do relacionamento com os familiares, as crianças aprendem sobre seu próprio mundo e sobre si mesmas, uma vez que é por meio desta interação inicial que começam a ter noção de individualidade e a se perceber como seres autônomos e independentes. Isso porque os relacionamentos, inicialmente os familiares, permitem que elas se expressem, que interajam e se afirmem na realidade.

O papel das vivências com a família

Com um choro, uma risada, uma pergunta, as crianças começam a receber algo em troca, como um abraço, um sorriso, uma resposta de atenção. Assim, passam a perceber a importância e o significado de expressar o que sentem, o que querem receber ou o que desejam comunicar. Mais do que isso, aprendem os mecanismos para transmitir tudo isso!

E o que elas “recebem em troca” dessa capacidade, que estão lapidando dia a dia, faz com que percebam informações muito importantes sobre como é o mundo e como é agir nele. Então, um dos papéis fundamentais da família e dos vínculos construídos por ela é propiciar o desenvolvimento inicial da capacidade de construir e expressar pensamentos, ideias e emoções. Algo fundamental para toda a vida.

Quando um familiar age de maneira afetuosa, amorosa e gentil com a criança, está contribuindo para que ela aprenda sobre comunicação, comportamento e emoções. Sem contar que as relações e vínculos familiares contribuem ainda para a formação da própria relação com as crianças, pois, ao agir dessa maneira, o familiar também as está ajudando a se sentirem seguras e protegidas  – e está construindo um relacionamento forte entre eles.

Família, bem-estar, personalidade

Oferecer segurança é crucial também para a formação da personalidade dos filhos. Ao se sentirem ligados à família, percebendo que têm um ambiente seguro e sólido, eles encontram mais segurança para explorar o mundo à sua volta. Crescem sendo indivíduos mais confiantes.

Isso é essencial para a própria criança em termos de personalidade e de aprendizado. Explorar o mundo dá a ela novas vivências, bagagens que a ajudarão a aprender a pensar, se comunicar, reagir e socializar no ambiente escolar.

A família precisa ter em mente que, quanto mais experiências a criança tiver com o seu apoio, mais potencial ela terá para crescer, desenvolver-se e criar bases fortes que vão fundamentar os conhecimentos e as habilidade da próxima etapa da vida.

Comportamento em novos contextos sociais

Outro ponto importante sobre o relacionamento e o vínculo familiar é que, apesar de ser o mais impactante nessa fase da vida, não é o único, pois o relacionamento com os outros também influi no desenvolvimento das crianças.

Aqui, temos que considerar alguns pontos. Primeiro, é que a criança é inserida nesse contexto pela família. Então, é importante que esse processo respeite a individualidade de cada uma delas.

As crianças, vale notar, são normalmente muito observadoras e imitam os comportamentos que observam, principalmente os dos familiares. Por isso, a maneira como cada membro familiar se comporta e se comunica com outras pessoas indica para a criança como ela deve ser e se comportar com os demais. Só isso já mostra, por exemplo, o enorme potencial negativo de atitudes violentas ou da negligência.

Além disso, também mostra ao filho como as outras pessoas vão reagir a cada comportamento. As crianças sabem pouco sobre o mundo, então é por meio dos vínculos e interações familiares e, posteriormente, pela observação, que elas iniciarão seus próprios relacionamentos e encontrarão a própria maneira de se colocar no mundo.

Se as crianças veem relacionamentos gentis e respeitosos, elas aprenderão a ser gentis e respeitosas. Por isso, quando falamos em vínculos familiares e sua importância para o desenvolvimento infantil, não nos atemos apenas às interações entre família e criança. Estamos falando de todo o contexto em que a família está inserida. Inclusive, naquelas relações a que as crianças não estão diretamente ligadas, mas, sim, envolvidas pela observação e convivência.

Brincar é importante para o desenvolvimento e os relacionamentos

Antes, no entanto, de as crianças passarem a interações mais sofisticadas e até a aprender pela observação, elas aprendem pelas brincadeiras. As primeiras interações familiares que contribuem para o desenvolvimento de habilidades emocionais e sociais envolvem o brincar, o lúdico, os jogos.

Brincar é inerente à criança. E, justamente por isso, é a melhor ferramenta para garantir aos filhos a oportunidade de falar, ouvir, explorar, observar, experimentar, comunicar, pensar, movimentar, resolver problemas e aprender com os erros. Todas elas, habilidades essenciais para a vida.

Sem contar que não há maneira mais fácil e poderosa de construir um bom relacionamento com os filhos do que por meio de brincadeiras. Passar um tempo brincando com eles é a melhor maneira de afirmar que são importantes, que fazem parte de um mundo que os acolhe.

Vínculos familiares trazem benefícios para a vida 

Já entendemos que relações afetuosas e seguras entre famílias e filhos contribuem para que as crianças desenvolvam a confiança, a resiliência e a comunicação. Habilidades de que os pequenos vão precisar mais tarde, tanto para a vida quanto para as etapas escolares.

Também contribuem para a formação da personalidade e a construção de relacionamentos fortes e ainda trazem benefícios para a saúde mental das crianças. Por fim, vale destacar que crianças com bons vínculos familiares têm menores chances de problemas de comportamento no futuro.

Ao construir um relacionamento caloroso, positivo e responsivo com seu filho agora, você está ajudando a formar o adulto que ele vai se tornar. É por isso que nós, da Editora Opet, nos preocupamos tanto com a participação da família no processo de ensino-aprendizagem dos pequenos.

Família e escola: dupla indissociável

Nos últimos anos, as escolas vêm sendo desafiadas pela sociedade a oferecer uma educação que forme pessoas competentes, críticas, emancipadas e solidárias. Habilidades essenciais para que sejam bons agentes de transformação no mundo.

E uma educação assim, como é possível e como queremos aqui na Editora Opet, necessita da participação dos familiares na vida escolar dos estudantes.

Como estimulamos os vínculos familiares na educação?

Em parceria com a escola, a família desempenha um papel determinante para o sucesso do processo de ensino-aprendizagem. Especialmente quando estamos falando de uma educação humana e cidadã.

Partindo dessa perspectiva, a Editora Opet trabalha em parceria com escolas e familiares a partir das pesquisas e estudos realizados pela professora Oralda Adur de Souza, doutora em Educação pela UFPR e uma grande autoridade brasileira no tema. Ela é a autora das coleções sobre as relações entre família e escola que oferecemos aos nossos parceiros.

Sem contar que, na plataforma educacional Opet INspira, disponibilizamos uma série de ferramentas para que pais e cuidadores, juntamente com os professores, estejam sempre na “mesma página” no que se refere à educação das crianças. Se você ainda não conheceu, conheça! Entre em contato conosco!

Reforço escolar: conheça as indicações e os benefícios desse recurso pedagógico

Aulas adaptadas, ensino focado em temas específicos, uso de novas metodologias, materiais pedagógicos diferenciados e práticas que respeitam o ritmo de aprendizagem de cada um.

Tudo isso é possível nas aulas de reforço escolar, uma vez que o número reduzido de estudantes permite a entrega de um ensino mais individual e personalizado. 

O reforço escolar é uma ferramenta essencial para promover inclusão e acessibilidade, melhorar o desempenho escolar e garantir a fixação de conteúdos mais complexos. Esse recurso contribui ainda para aumentar a autonomia nos estudos. 

Visto no passado como algo vergonhoso, hoje a realidade é outra. Cada vez mais o reforço vem sendo utilizado para uma série de situações. Entenda melhor a seguir. 

Baixo desempenho não é a única razão para o reforço escolar 

O baixo desempenho em alguma disciplina é o principal motivo que leva os responsáveis a buscar o reforço escolar. No entanto, é importante ter em mente que essa não é a única razão para propor esse recurso.  

Muitas vezes, por exemplo, o estudante até entende o conteúdo, mas não tem segurança quanto ao aprendizado. Isso pode fazer com que ele não vá bem em provas ou apresentações. Como não tem segurança do seu aprendizado, acaba deixando de responder por medo de errar. 

Número reduzido de estudantes facilita um ensino mais personalizado 

Além disso, nas aulas de reforço a quantidade de estudantes é menor. É possível que o professor dê mais atenção a uma criança por vez e ainda desenvolva cronogramas e estilos de atividades adaptadas às necessidades específicas de cada uma delas. 

Práticas de estudo ajudam no desenvolvimento da autonomia 

Normalmente, algumas das práticas que os professores do reforço escolar utilizam para criar um sistema de ensino mais adaptado aos estudantes envolvem esquemas de estudos, como listas, resumos, mapas mentais, entre outras estratégias. 

Então, outro benefício desse recurso é garantir a oportunidade de desenvolver mais autonomia nos estudos.

Mais atenção a estudantes com deficiência ou transtornos de aprendizagem 

Além disso, alguns estudantes precisam das aulas de reforço escolar por terem alguma deficiência que dificulta o aprendizado ou ainda algum transtorno de aprendizagem, como TDAH, dislexia, discalculia e outros. 

Nesse caso, é ainda mais importante adotar estratégias inclusivas que considerem as especificidades de cada caso. 

É comum que essas aulas sejam feitas em parceria com um psicopedagogo. Normalmente, os pais ou responsáveis das crianças que fazem tratamento com esse profissional são orientados a informar os professores sobre os avanços e vice-versa. 

Atualmente, temos muitas estratégias e materiais que contribuem bastante para o processo de ensino-aprendizagem dessas crianças. 

Material para reforço escolar

Não apenas os métodos e práticas de ensino são adaptados no reforço escolar, mas também o material usado. O tipo de material varia de acordo com a idade do estudante e a metodologia adotada, mas, de um modo geral, nas aulas de reforço o professor consegue ter mais tempo e liberdade para levar outras abordagens para as aulas. 

Brincadeiras, jogos, histórias, leituras, cantigas e atividades on-line são algumas das soluções pedagógicas que podem ajudar nesse sentido. Quizzes e atividades gamificadas também são boas práticas. 

Reforço escolar on-line

Dependendo da situação e da idade do estudante, o professor pode sugerir ainda que o reforço escolar seja feito a distância. 

Existem muitas metodologias altamente eficazes quando o assunto é ensino a distância. O professor consegue, por exemplo, criar roteiros de estudo e trilhas de aprendizagem e também propor atividades que demandem pesquisa, investigação e elaboração de projetos. 

Vídeo e áudios são recursos que complementam essa estratégia de estudo a distância. Com a metodologia adequada e uma boa curadoria dos materiais digitais, o resultado do reforço on-line será tão satisfatório quanto o presencial. 

Como saber se há a necessidade do reforço escolar

Um diálogo constante do professor com o estudante é a melhor maneira de saber se realmente é preciso propor o reforço escolar. O professor poderá indicar esse recurso com base em alguns comportamentos do estudante:

● desorganização;

● atrasos ou não entrega de atividades;

● pouca ou nenhuma participação nas aulas;

● falta de interesse por determinada disciplina;

● falta de confiança quando perguntado sobre algum tema abordado;

● esquecimento do conteúdo.

Impactos da falta de reforço escolar 

Quando uma criança com dificuldade em determinada disciplina não recebe o auxílio necessário, isso reflete diretamente em seu futuro. Boa parte do conteúdo do ensino básico serve como base para estudos de áreas específicas. São temas que são introduzidos de forma básica para que sejam aprimorados ou complementados posteriormente em sua formação. 

Porém, um estudante que já tem dificuldade em aprender os assuntos introdutórios terá ainda mais dificuldade nas próximas etapas. Como consequência, naturalmente perderá o interesse pelos estudos. Mais do que isso, à medida que o estudante perde o interesse em aprender ou encontra empecilhos, até mesmo o seu desenvolvimento após a escola fica comprometido, como a vida acadêmica e a profissional.

O reforço escolar é fundamental para que os estudantes recebam uma formação mais completa, que impactará de forma positiva o futuro deles. 

Construindo as aulas do reforço escolar 

Na Opet INspira, plataforma educacional de recursos digitais desenvolvida pela Editora Opet, o professor encontra diversas ferramentas pedagógicas digitais que funcionam muito bem para as aulas de reforço, sejam elas presenciais, a distância ou híbridas. 

Há diversos materiais didáticos, livros paradidáticos e objetos educacionais digitais, como vídeos, áudios, apresentações, quizzes, bancos de imagens e histórias infantis. Todos esses recursos possibilitam a elaboração de aulas totalmente adaptadas às necessidades de cada estudante, sejam elas relacionadas a desempenho ou insegurança em relação ao próprio aprendizado. 

Além disso, as tecnologias educacionais digitais permitem criar estratégias inclusivas para crianças com deficiência ou transtornos de aprendizagem. 

Na plataforma Opet INspira, o professor encontra um Menu de Acessibilidade que dá acesso a funções personalizadas, como teclas de navegação, leitor de página, tamanho do texto e do cursor, espaçamento de texto, contraste, entre outras.

Opet INspira e os recursos para construção de aulas  

Além de todas as ferramentas citadas, também estão disponíveis conteúdos para desenvolver avaliações, sequências didáticas, trilhas de aprendizagem e roteiros de estudo. 

A Opet INspira tem um grande acervo de recursos, que está em constante atualização para que o professor o utilize e consiga proporcionar uma aprendizagem eficaz

Educação Infantil e Alimentação Saudável

A infância é um período tremendamente rico em oportunidades de aprendizagem. É um momento em que o cérebro das crianças está em pleno desenvolvimento, com o nascimento de uma quantidade enorme de conexões neurais. Um excelente momento, por exemplo, para apresentá-las a uma alimentação saudável. Respeitando, é claro, o momento vivido.
O uso de ferramentas e recursos lúdicos, como jogos e brincadeiras, é um bom caminho para ajudar as crianças a aprenderem sobre alimentação saudável. Brincando, elas aprendem e trabalham internamente com informações que serão preciosas para o resto da vida – com muita saúde!
Pensando nisso, selecionamos algumas atividades relacionadas à aquisição de bons hábitos alimentares que podem ser levadas para a Educação Infantil:

Escolhas saudáveis versus escolhas prejudiciais
Esse jogo ajudará a criança a ter percepção sobre quais são, realmente, os alimentos saudáveis. Para aplicá-lo, é necessário imprimir imagens de alimentos saudáveis e não saudáveis. Essas imagens devem ser recortadas para que as crianças possam classificá-las. Na sequência, é hora de explicar para as crianças o porquê de esses alimentos estarem em uma categoria ou outra.

O saco da adivinhação
Essa é uma atividade excelente para aumentar o reconhecimento e a consciência das crianças sobre os diferentes vegetais comestíveis. Basta colocar alguns vegetais – como pepino, batata, couve-flor, brócolis – em um saco de plástico escuro ou pano que será fechado. Daí, usando as mãos para perceber formas e texturas, as crianças vão tentar identificar os vegetais que estão dentro do saco. Mesmo que elas não os conheçam, é uma oportunidade excelente de apresentá-los, destacando seu caráter saudável.

Um cartão por semana
Crie vários cartões com imagens de diferentes alimentos e, no início de cada semana, embaralhe todos eles, tirando apenas um para que a sala possa saber mais sobre este alimento específico. Aqui, a criança também pode participar contando se ela conhece, come, gosta ou não gosta do alimento sorteado.
Esses cartões também podem conter letras em vez de imagens de alimentos saudáveis. Dessa forma, a discussão não precisa ser em torno de uma comida, mas sobre alimentos que começam com a letra do cartão sorteado.

Identifique o estranho
Para esse jogo, o professor deve criar séries com nomes de vegetais usados na alimentação; em cada série, que pode ser de quatro palavras, são incluídos três vegetais e uma palavra “estranha” (um não alimento), como por exemplo “cenoura, batata, gato, cebola”.
A ideia dessa atividade é que as crianças identifiquem nessas séries o termo que não se refere a um alimento.
Para tornar o jogo ainda mais desafiador, use nas séries uma palavra estranha que também seja um alimento, mas não de origem vegetal. Por exemplo, “aipo, pimentão, cenoura, iogurte”. E então, pergunte às crianças por que a palavra estranha não pertence ao resto do grupo.

Crie uma “pessoa vegetal”
Essa atividade pode ser feita, inclusive, após a brincadeira do saco de vegetais. Aqui, as crianças vão utilizar um vegetal para criar um boneco. Elas podem furar, colocar palitos e personalizar o vegetal. Isso as ajudará a entrar em contato com as características do alimento, como formas, cores, cheiros e texturas.

Excursões
As excursões a locais como sítios, hortas fazendas, mercados de alimentos, supermercados, padarias ou açougues são divertidas e educativas. É importante, no entanto, ter em mente qual exatamente é o objetivo que você quer alcançar, ou seja, sobre qual tema gostaria que as crianças aprendessem. Após a excursão, pode-se aplicar, por exemplo, atividades como discussões, desenhos e até a degustação de alimentos (respeitando, sempre, os protocolos sanitários).

Tenha um dia de degustação temática
Fazer um dia de degustação de diferentes tipos de alimentos saudáveis é outro tipo de atividade que ajuda as crianças a aprenderem mais sobre alimentação saudável.
Pode-se ter um dia, por exemplo, para apresentar os diversos tipos de maçã, como as verdes, as vermelhas e as com texturas diferentes. Além disso, a degustação pode ser completada com maçãs secas, purê de maçã e maçãs enlatadas, ou seja, alimentos feitos a partir de maçãs.

Aprendendo sobre comida em diferentes culturas
Essa atividade segue a mesma linha da anterior, mas aqui, em vez de um dia temático a respeito de um único alimento, a ideia é fazer duas temáticas relacionadas à alimentação em diferentes culturas ou sobre datas comemorativas. E o que não falta no Brasil são opções de temas relacionados à cultura, não é mesmo?
O professor pode propor, por exemplo, celebrar a comida mineira, nordestina ou do norte do país. Também é possível levar para as aulas ingredientes da cultura indígena, que tanto influenciam a nossa alimentação até hoje.
Sem contar que datas como Páscoa, Festa Junina e Natal também são ótimos pontos de partida para trabalhar essa degustação temática.

Plante uma horta
Se tiver espaço na escola, fazer uma horta é um tipo de atividade que ajuda muito. A partir dela, as crianças vão aprender sobre as hortaliças, plantas e ervas, bem como sobre a melhor maneira de cultivá-las. A abordagem temática também é uma boa opção aqui. Que tal propor uma horta apenas de temperos ou de plantas específicas?

Músicas, livros e desenhos animados que mostrem alimentos saudáveis
Leve para as aulas histórias e canções que falem sobre alimentos. Quando se trata dos vídeos, por exemplo, não é necessário nem que o tema abordado seja específico sobre boa alimentação, apenas que tenham situações em que as frutas e os vegetais apareçam.

Encontre ideias e recursos para a criação de atividades lúdicas sobre alimentação saudável para a Educação Infantil
A alimentação saudável é um tema muito importante. Assim, você encontrará muitas opções de atividades, até mesmo modelos prontos para downloads em sites oficiais como o do Ministério da Educação – MEC.
O site da “Biblioteca Visual em Saúde (BVS), da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e da Organização Mundial da Saúde (OMS), é um fantástico repositório de informações sobre alimentação e saúde, com aplicabilidade em educação. Acesse www.bvsalud.org.

Acesse recursos digitais para aplicar aulas lúdicas sobre alimentação saudável
Os parceiros da Editora Opet têm acesso, ainda, aos recursos da plataforma educacional Opet INspira, que oferece conteúdos de alta qualidade e ferramentas para o desenvolvimento de aulas vibrantes. Com a Opet INspira, o professor consegue, por exemplo, criar trilhas de aprendizagem e disponibilizar roteiros de estudo!
Recursos como os quizzes permitem, por exemplo, a aplicação de aulas gamificadas ou gincanas. Já os jogos on-line são uma alternativa para que as crianças aprendam brincando.
Há ainda opções de imagens, vídeos e histórias infantis que aumentam as possibilidades lúdicas. Sem contar os livros paradidáticos, que contêm opções de atividades e recursos como cartões, calendários e diários.

Escola: espaço da diversidade cultural

Indígenas, negros, portugueses, imigrantes vindos de outros países da Europa, do Oriente Médio de da Ásia. Em pouco mais de 500 anos, do período colonial ao século 21, o Brasil se tornou um local de encontro de culturas. A partir dessa confluência – nem sempre pacífica, é verdade –, o país construiu uma cultura nacional e também culturas regionais poderosas e coloridas. Um universo que, por sua importância, pode e deve ser mais conhecido e trabalhado pelas escolas, até para que possamos conhecer nossas questões e desafios.

Tratar da diversidade cultural nas aulas é essencial para o entendimento da nossa História, identidade e sociedade. Mais do que isso: garante a habilidade de dialogar com pessoas de diferentes culturas, algo tão comum no mundo globalizado em que vivemos. 

Por isso, é fundamental que, além da diversidade cultural na escola expressa pelos estudantes e profissionais, ela também seja manifestada por meio de aulas, atividades e conscientização sobre o tema.

Algumas definições

Antes de falar especificamente da diversidade cultural nas escolas e a maneira de trabalhar com o tema, é importante entendermos o que ela significa. 

Confira os conceitos de cultura e diversidade – e saiba como eles conversam entre si! 

O que é cultura? O que é diversidade? 

O conceito de cultura é muito amplo – na verdade, ele abarca uma infinidade de conceitos estabelecidos por ciências como a Antropologia. Neste artigo, vamos tratar de cultura a partir da ideia do antropólogo Edward B. Tylor (1832-1917), que é considerado o primeiro cientista a tratar do tema. Segundo ele, cultura é “todo aquele complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e capacidades adquiridos pelo homem como membro de uma sociedade”.

Apesar de não ser uma unanimidade, esse conceito é um dos mais utilizados e funciona como um bom ponto de partida para pensar a cultura no contexto da diversidade. Mas, antes, é necessário definir o conceito de diversidade. 

Diversidade é uma palavra utilizada para denominar algo que é diverso, variado, plural e “diferente”. Ela engloba todos os elementos que apresentam múltiplos aspectos e se diferenciam entre si. 

Entendendo a diversidade cultural

Somando as ideias de cultura e diversidade, podemos chegar a uma ideia de diversidade cultural. O termo se refere ao conjunto de elementos culturais observados em pessoas que estão inseridas e convivendo em um mesmo espaço. Um ambiente diverso culturalmente é aquele onde pessoas possuem diferentes costumes, hábitos sociais, religiões e crenças.

Globalização e a diversidade cultural 

O Brasil é um país culturalmente diverso. Mais do que isso, é um país inserido em um mundo globalizado. E a globalização é outro elemento que exemplifica bem a diversidade cultural. Atualmente, pessoas de diferentes lugares do mundo se conectam por meio da internet, dos transportes, de interesses comuns, de estudos e do trabalho presencial ou remoto. O resultado disso é a troca, cada vez mais comum, entre culturas. Com seus ganhos e, é claro, com suas tensões e estranhamentos também.

Diversidade cultural: a realidade do futuro 

Visto que vivemos em um país diverso por natureza e que o mundo caminha para aproximar cada vez mais as pessoas, é importante trabalhar esse tema em sala de aula. 

Aprender a lidar com as diferenças, ter empatia e respeito são fatores essenciais para o sucesso no mundo que está se formando. Cada vez mais, as trocas de saberes e a socialização entre pessoas culturalmente distintas, com olhares diversos, será uma constante. Não saber lidar com isso pode ser um grande problema em todos os aspectos da vida. 

Importância de implantar a diversidade cultural nas escolas

O convívio com a diversidade cultural é um elemento fundamental para o desenvolvimento saudável de crianças e adolescentes. Em um país como o Brasil, com a globalização, é cada vez mais comum a necessidade de conviver com pessoas de diferentes culturas. Reconhecer, reconhecer-se e trocar experiências e visões de mundo. Vamos conhecer os principais motivos para ensinar a criança a conviver com a diversidade cultural?

Boas relações interpessoais 

A familiaridade e o conhecimento sobre diversas culturas garantem uma melhor relação interpessoal, já que se torna comum a ideia de que existem formas distintas de pensar, sentir, viver e agir. 

Entender o outro e a si mesmo 

Com a diversidade cultural no Brasil, certamente cada criança tem familiares e conhecidos de diferentes locais do país e até de outros países. Então, além de entender o outro, a abordagem da diversidade cultural contribui para que o estudante conheça a própria história e compreenda suas raízes. 

Estimular a compreensão dessa diversidade de culturas desde a infância garante indivíduos mais consistentes sobre si mesmos, bem como mais empáticos e livres de preconceitos quando o assunto é o próximo. 

Habilidades cognitivas, emocionais e sociais

A convivência e a consciência da diversidade cultural ajudam os estudantes a desenvolver: 

● Maior capacidade de adaptação; 

● Habilidades sociais;

● Comunicação;

● Inteligência;

● Criatividade;

● Habilidade de resolução de problemas. 

Afinal, em um espaço com tanta riqueza de pensamento, opiniões e visões de mundo, não faltarão estímulos para o desenvolvimento integral do indivíduo. 

Inteligência Emocional 

A inteligência emocional é outro aspecto beneficiado. Uma educação voltada para o respeito às diferenças desenvolve na criança a capacidade de lidar com pontos de vista opostos aos seus e de se adaptar com mais facilidade a novas situações.

Portanto, adotar a diversidade cultural como tema nas atividades de várias disciplinas é crucial para garantir o pleno desenvolvimento da criança.

Como implantar a diversidade cultural na escola

O Brasil é culturalmente riquíssimo. Esse patrimônio merece ser conhecido e vivido em toda a sua amplitude. Mas, como levar isso para a sala de aula? Esses são alguns temas importantes, que podem e devem ser explorados em uma perspectiva plural:

● História do Brasil;

● Manifestações religiosas; 

● Culinária;

● Tradições;

● Música;

● Festas típicas;

● Manifestações artísticas;

● Lendas;

● Gírias;

● Expressões regionais e outros elementos.

Métodos para ensinar sobre diversidade cultural nas aulas

As metodologias ativas são boas ferramentas para trabalhar esses temas. 

Elas permitem maior interação. Podemos destacar, por exemplo, a Aprendizagem Baseada em Projetos, que garante um aprendizado por meio de pesquisa, investigação, debates entre os estudantes e, enfim, a construção do projeto. 

Rodas de conversa e apresentações também são ótimas ferramentas. Principalmente para tratar de arte, lendas e costumes. 

Tecnologia aliada à diversidade cultural 

A tecnologia também é uma grande aliada na promoção da diversidade cultural na escola. Até porque o cenário de globalização pede também habilidades de uso da tecnologia como ferramenta para a comunicação. 

Letramento digital, gêneros digitais, cyberbullying e outros temas relacionados a Internet, comunicação e diversidade são primordiais nesse contexto. 

Contação de histórias, leitura, filmes e desenhos animados 

Contar histórias que envolvem o nosso folclore é uma forma de abordar e de discutir aspectos regionais e a diversidade. A leitura infantil também é uma ferramenta para trabalhar as lendas. Ela também permite a inserção da diversidade por meio de personagens de etnias, nacionalidades e costumes diversos. O livro infantil “Malala”, por exemplo, é um bom exemplo. 

O mesmo ocorre com os recursos audiovisuais. Eles aproximam a criança dos personagens com características culturais distintas. 

Teatro ou teatro de fantoches

Promover atividades de representação é outra maneira de aproximar os estudantes de personagens diferentes culturalmente ou que fazem parte do nosso folclore. 

Comemorações de datas típicas 

Festa Junina, Dia do Folclore, Carnaval e outras datas como essas são excelentes para abordar a diversidade a partir de atividades como decoração, culinária, danças e músicas. 

Utilize materiais confiáveis na construção de atividades para trabalhar a diversidade cultural na escola 

Como o tema diversidade cultural envolve elementos históricos, religiosos, artísticos e sociais, é importante verificar a veracidade e a forma de abordagem dos conteúdos, que, como já apontamos, deve ser plural. Essa curadoria deve ser feita com todo cuidado, apelando a fontes reconhecidas e a materiais publicados por instituições como o MEC, universidades e a UNESCO.

Plataformas de objetos educacionais como a plataforma da Editora Opet, a Opet INspira, também são fontes excelentes e confiáveis. 

Opet INspira e a diversidade cultural nas escolas 

Na Opet INspira, além de um rico acervo de materiais didáticos, é possível encontrar ainda materiais como:

● Áudios;

● Vídeos;

● Livros infantis;

● Jogos on-line;

● Quizzes para criar gincanas;

● Coleções paradidáticas;

● Livros baseados nas orientações da BNCC, com planos, atividades e exercícios dos mais variados temas. 

Na plataforma Opet INspira, o professor tem acesso muitos conteúdos, que, em muitos casos, podem ser adaptados para uma abordagem ainda mais rica e culturalmente diversa. É a tecnologia a serviço da educação… e de um país culturalmente diverso e receptivo!

 

TDAH, escola e aprendizagem

Hiperatividade e dificuldades de aprendizagem: este é um tema muito comum para profissionais que atuam na educação. Pois ele faz parte da tríade de sintomas que caracterizam o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, mais conhecido como TDAH. 

Mas, afinal, todo portador de TDAH é hiperativo? Crianças com esse transtorno possuem mesmo dificuldade para aprender? É isso que vamos entender a seguir! 

TDAH não é dificuldade de aprendizagem 

Em uma síntese, o TDAH é um transtorno que envolve sintomas de desatenção, hiperatividade e impulsividade. No entanto, ele não tem a ver com falta de inteligência. Até pelo contrário: muitas crianças que têm o transtorno costumam possuir excelentes habilidades.

Mas, por que muitas vezes o TDAH é associado a dificuldades de aprendizagem? Bom, há duas explicações principais. 

No primeiro caso, apesar de o estudante não ter nenhuma alteração cerebral que prejudique a retenção do conteúdo, a dificuldade em prestar atenção gera um baixo desempenho nos componentes curriculares. 

Outro caso bem comum é o TDAH ter comorbidade com outro transtorno, este, sim, de aprendizagem. É frequente, por exemplo, que muitas pessoas tenham também dislexia ou discalculia associada à condição. Nesses casos haverá, sim, prejuízos na aprendizagem, mas não por causa do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. 

Mas, antes de entender como se dão as dificuldades de aprendizagem, é preciso saber quais são os sintomas e a origem delas. 

O que é TDAH e quais são os seus sintomas? 

O sintoma-chave do TDAH, diferente do que muitas pessoas imaginam, não é a hiperatividade. Como diz a Dra. Ana Beatriz Barbosa em seu livro “Mentes Inquietas”, a condição sine qua non para o diagnóstico do TDAH é a desatenção.

Inclusive, aqui, precisamos fazer um adendo, pois, conforme a própria Ana afirma, o termo desatenção pode ser substituído por instabilidade de atenção. E, com isso, derrubamos outro mito sobre o transtorno: o de que pessoas com TDAH não conseguem prestar atenção. 

Pessoas com TDAH são capazes de manter o foco 

Na verdade, o que ocorre é que pessoas com o transtorno não conseguem prestar atenção em coisas de que não gostam ou pelas quais não têm interesse. Por outro lado, conseguem hiperfocar naquilo que desperta interesse e paixão.

É justamente por causa dessa oscilação da atenção que, muitas vezes, as crianças com TDAH costumam ser mal interpretadas. 

Quem nunca ouviu o pai, a mãe ou outro responsável falar que a criança não tem problema com foco e concentração, pois, quando ela está no videogame, desmontando e montando objetos ou realizando determinada atividade, ela se concentra de tal forma que os adultos até esquecem da sua presença? 

Pois é! Em virtude dessa “atenção seletiva”, a criança passa a ser vista como rebelde, malcomportada, etc.

Mas, isso tem uma explicação. Tem a ver com a forma do cérebro dessa criança processar as informações. Veja abaixo como funciona o cérebro de uma pessoa com TDAH.

Alteração cerebral no TDAH

O córtex pré-frontal é a região do nosso cérebro responsável por regular a atividade cerebral. Acontece que, nas pessoas com TDAH, essa área não filtra as informações tão bem. Entenda-se como “informações” todo tipo de estímulo externo: barulhos, conversas, imagens e textos, entre outros.

Por causa disso, a quantidade e a velocidade de pensamentos são bem maiores do que em pessoas que não possuem o transtorno. O que dificulta, portanto, a concentração, já que em pouco tempo a mente da criança vai para outro “lugar”.

Isso explica a desatenção, mas ainda não explica a atenção direcionada apenas para algumas atividades, não é mesmo? 

TDAH e o hiperfoco

A região cerebral que citamos acima, além de filtrar as informações, também é responsável pelo controle da motivação, dos impulsos, da parte motora, da atenção, da capacidade de planejamento e do prazer. 

Tal região é regulada pela dopamina, o principal neurotransmissor afetado no TDAH. Basicamente, há pouca dopamina nesse cérebro e, por isso, o indivíduo vai em busca de atividades que despertam seu interesse. Elas são capazes de estimular a dopamina que lhe falta. 

Então, é por isso que ocorre o hiperfoco em atividades de que as crianças gostam. Tais atividades ativam o seu sistema dopaminérgico, fazendo com que elas se sintam motivadas a manter o foco por horas. 

Agora que já entendemos o fundamento do TDAH, perguntamos: onde entra a hiperatividade? 

Hiperatividade, Impulsividade e o TDAH

Apesar de nem sempre estar presentes, a hiperatividade e a impulsividade são outros dois sintomas bem comuns nesse transtorno. 

A hiperatividade é manifestada pela inquietação motora. A criança não consegue ficar parada, há uma grande necessidade de se mexer, seja correndo para todos os lados ou apenas movimentando continuamente uma perna. 

A impulsividade, por sua vez, é a dificuldade em esperar, seja em uma fila, a vez para falar ou para ter algo prazeroso.

Assim como a baixa disponibilidade de dopamina faz com que a criança não consiga se concentrar em atividades pouco estimulantes, também faz com que os controles motor e de impulso estejam diminuídos. 

Dificuldades de aprendizagem em crianças hiperativas, como resolver?  

Como resultado da hiperatividade, as crianças tendem a não ficar sentadas e acabam deixando de realizar as atividades ou ouvir as orientações do docente. 

Nesse caso, o professor pode optar por trabalhar com projetos que envolvam movimentos. Pode ser teatro, dança, horta, brincadeiras educativas e gamificadas, entre outros. 

Como driblar a desatenção de crianças com TDAH 

Os recursos citados também podem ser boas opções para driblar a desatenção. Normalmente, esse sintoma faz com que a criança perca “pedaços” da explicação, se deixe levar por qualquer estímulo externo e não consiga finalizar as lições. 

Como as atividades descritas acima demandam engajamento, envolvimento e imersão dos envolvidos, é quase certo que vão manter os estudantes focados. 

E, que tal propor jogos on-line e projetos que envolvam o uso de ferramentas digitais no computador? Isso também ajudará a manter a atenção dos educandos. 

Tente ainda vídeos, filmes e contação de história. Todo recurso que envolve o estímulo da imaginação possui alto potencial de despertar o interesse dos discentes. 

Competições saudáveis ajudam as crianças mais impulsivas

A impulsividade é um fator que resulta em mal desempenho social, já que a dificuldade de esperar a vez para jogar, brincar, participar da aula ou responder algo, pode irritar os demais. 

Então, oferecer momentos em que as crianças com TDAH possam colocar isso para fora, de maneira saudável, é uma excelente estratégia. 

Nos jogos e brincadeiras envolvendo quizzes, por exemplo, ganha quem responder primeiro. Assim, não terá problema se a criança responder na frente de alguém, já que essa é a proposta.  

Comorbidades: transtornos de aprendizagem associados ao TDAH

Agora, quando a dificuldade para aprender está relacionada a algum transtorno de aprendizagem associado ao TDAH, é fundamental trabalhar junto aos responsáveis e psicopedagogos, uma vez que quase sempre é necessário o acompanhamento desse profissional. 

Existem diversas estratégias para ajudar no processo. Para as crianças com dislexia, um bom recurso é optar por fazer avaliação oral em vez de escrita e usar muitas imagens e diagramas para explicar conceitos. Isso serve para estudantes com discalculia.

Recursos educacionais para crianças com TDAH e transtornos de aprendizagem

As atividades e os projetos sugeridos anteriormente podem ser facilmente desenvolvidos a partir de planos de aulas e orientações encontradas em sites como o do Ministério da Educação. Inclusive, também é possível encontrar sugestões para desenvolver recursos pedagógicos que vão auxiliar na criação das ações. 

Além disso, há opções como a plataforma educacional Opet INspira, que disponibiliza diversos objetos de aprendizagem e materiais didáticos.

Opet INspira: soluções educacionais para diversas práticas de ensino

Na Opet INspira, o professor encontra recursos como áudios, imagens, vídeos e histórias infantis ilustradas para trabalhar com contação de histórias, leitura e até teatro. 

Também há jogos on-line, modelos de quizzes para gincanas e ferramentas para gamificar brincadeiras. Sem contar que há um “menu acessibilidade”, em que é possível adaptar algumas funções conforme a necessidade.

 

Vamos saber mais sobre a dislexia?

A dislexia do desenvolvimento é um dos transtornos específicos de aprendizagem mais comuns, e afeta entre 5% e 17% da população. Sua origem, segundo informação da Associação Brasileira de Dislexia (ABD), é neurobiológica, e ela se caracteriza por dificuldades no reconhecimento preciso e/ou fluente das palavras, na habilidade de decodificação e na soletração. 

É importante frisar, no entanto, que esse déficit não afeta a inteligência dos portadores do distúrbio. Pelo contrário: crianças com dislexia possuem uma configuração cerebral capaz de torná-las muito capacitadas para áreas relacionadas ao processamento de informações visuais. 

A boa notícia é que as dificuldades produzidas pela dislexia podem ser superadas. Com práticas pedagógicas adequadas, essas crianças conseguem vencer os obstáculos do transtorno e aprender a ler e escrever fluentemente.

 

Estudantes com Dislexia: principais sinais e sintomas

Os sintomas da dislexia costumam ser difíceis de detectar até que a criança comece a frequentar a escola. Normalmente, o primeiro a detectar os sinais é o professor, na fase de alfabetização, uma vez que o transtorno provoca dificuldades para ler, soletrar e seguir as instruções na sala de aula. Os sintomas podem variar de pessoa para pessoa e também de acordo com a idade, mas há alguns deles que aparecem em quase todos os casos. São eles:

● Confundir letras, principalmente quando elas possuem sons semelhantes, como “f” e “v”, “b” e “p”, “d” e “t”;

● Pular ou inverter a ordem das sílabas durante a leitura ou a escrita;

● Prejuízos na fala;

● Vocabulário pobre, com sentenças curtas e imaturas ou longas e vagas;

● Dificuldade para associar as letras e palavras aos sons por elas produzidos;

● Confundir palavras como sonoridade semelhantes, como macarrão e camarão;

● Erros de ortografia constantes, mesmo depois de diversas explicações e exemplos;

● Leitura lenta;

● Dificuldade em localizar esquerda e direita;

● Dificuldade em manusear mapas, dicionários, listas, etc.;

● Pouco interesse nos estudos. 

 

Dislexia: causas e processo de aprendizagem

As principais funções da linguagem oral – leitura e escrita – são desempenhadas por circuitos neurais acomodados em várias áreas do hemisfério esquerdo do cérebro. Acredita-se que, em pessoas com dislexia, essa região sofre alguma alteração e, por isso, elas passam a demonstrar os sintomas da dislexia.

Muitas crianças com dislexia podem ter dificuldades no processo de aprendizado. E isso não ocorre por incapacidade para aprender, mas porque a leitura é a base para a compreensão de quase todos os componentes curriculares. Muitas delas aprendem facilmente por meio da escuta e podem até ter dificuldades em colocar as ideias no papel, mas possuem boas habilidades orais.

Saber disso não só nos ajuda a compreender as razões da dislexia, mas vislumbrar as possibilidades de trabalho em sala de aula. Há, inclusive, especialistas que acreditam que, em função dessa carência no hemisfério esquerdo do cérebro, as pessoas com dislexia desenvolvem habilidades compensatórias. Vamos entender melhor essa relação:

 

Como funciona o cérebro das pessoas com dislexia

Ao que parece, o cérebro das pessoas com dislexia, em uma tentativa de compensar a falta de circuitos no hemisfério esquerdo, desenvolve com mais afinco habilidades específicas relacionadas ao hemisfério direito. Para ficar mais claro, veja o que diz o neurologista Al Galaburda:

“Inicialmente, circuitos do tipo hemisfério esquerdo que não se formam permitem que circuitos do hemisfério direito povoem sinapses vazias. Depois, como não leem, [os portadores do distúrbio] ficam melhores [mais hábeis] em outras coisas, principalmente porque têm um bom maquinário para isso”.

Então, ocorre que, a princípio, na fase do desenvolvimento infantil, o lado esquerdo do cérebro não se desenvolve como acontece na maioria dos casos. 

Em virtude disso, o cérebro da pessoa com dislexia passa a depender fortemente do hemisfério direito e consequentemente, ao longo do tempo, esse hemisfério passa a ser a parte dominante. 

Tornando-se parte dominante do cérebro, o indivíduo, apesar dos déficits decorrentes da falta de circuitos no lado esquerdo, passa a desenvolver fortes competências e habilidades relacionadas ao lado direito. O hemisfério direito controla as funções não verbais, associadas, por exemplo, ao reconhecimento de padrões visuais ou desenhos e à apreciação da música.

 

Déficits e talentos únicos: dois lados da mesma moeda na dislexia

Podemos dizer que o cérebro de pessoas com dislexia está otimizado para desempenhar melhor um conjunto de funções específicas, o que pode gerar diferenciais. Ronald D. Davis, autor do livro “The Gift of Dyslexia” (“O Presente da Dislexia”), conta que:

“Certa vez, como convidado de um programa de televisão, fui questionado sobre o lado ‘positivo’ da dislexia. Como parte da minha resposta, listei uma dúzia ou mais de disléxicos famosos. A apresentadora do programa então comentou: ‘Não é incrível que todas essas pessoas possam ser gênios, apesar de ter dislexia?’. Ela perdeu o ponto. A genialidade deles não ocorreu apesar da dislexia, mas por causa dela!”.

Segundo o Dr. Brock Eide, outro neurologista: 

“Quando você começa a olhar para essas otimizações, percebe que desenvolver certas habilidades em certas áreas geralmente envolve uma compensação na função de algum outro conjunto cognitivo”. 

Ele observa: 

“Então, o que vimos com essas crianças é que elas foram otimizadas de uma forma que lhes deu dificuldade em certas áreas de função. Mas, também vimos que essas dificuldades geralmente representam o outro lado de outros conjuntos de talentos”.

O ponto, então, é o seguinte: há coisas que as crianças com dislexia podem fazer brilhantemente. E isso só é possível porque elas têm dislexia!

 

Principais habilidades atribuídas a pessoas com dislexia 

Confira, a seguir, alguns dos talentos que podem ser percebidos em crianças e adolescentes com dislexia. Em alguns casos, possuem até estudos que sugerem e explicam o caso!

Pensamento sequencial versus pensamento simultâneo na dislexia

Resolver quebra-cabeças, por exemplo, é uma atividade em que muitas crianças e adolescentes se saem muito bem. Eles são excelentes em identificar formas com precisão e solucionar problemas complexos. 

Podem até não ser pensadores sequenciais, mas têm sucesso em ambientes que permitem e promovem o pensamento simultâneo e a visão global, no qual as ideias não precisam ser conectadas em “linha reta”.

 

Raciocínio espacial brilhante

Alguns estudos vêm demonstrando que jovens disléxicos possuem um talento especial para lembrar de ambientes virtuais, por exemplo. Essa habilidade, se estimulada e desenvolvida, pode torná-los bem-sucedidos em áreas como engenharia, design industrial e gráfico, arquitetura e construção.

 

Habilidade verbal oral e desempenho social

A leitura e a escrita de palavras podem não ser os pontos fortes dos disléxicos, mas a maioria deles é ótimo em ler e interagir com as pessoas.

Além disso, pessoas com dislexia costumam compreender histórias contadas ou lidas muito bem. Entendem e analisam todo o enredo, as ideias e os conceitos.

 

Pensamento visual 

Acredita-se que as alterações que prejudicam áreas da linguagem acabam contribuindo para que as pessoas com dislexia mantenham boas habilidades para captar informações visuais e detectar padrões. Talento que pode ser especialmente útil na Ciência.

Um estudo feito pelo Harvard Smithsonian Center que investigou talentos para a Ciência em pessoas disléxicas mostrou que os astrofísicos profissionais com dislexia eram mais hábeis em detectar anomalias de buraco negro com maior precisão. 

E, outro estudo, no mesmo centro, concluiu que estudantes universitários com dislexia possuem alta capacidade de identificar e memorizar imagens complexas, como imagens borradas semelhantes a raios X.

 

O papel do professor no desenvolvimento do estudante com dislexia

Com o diagnóstico correto, instrução apropriada e o método de ensino adequado, as crianças com dislexia podem aprender a ler com precisão e fluência e ter uma vida de muito sucesso. 

Veja algumas ações do professor que ajudam nesse processo:

● Avaliar a criança oralmente em vez da prova escrita;

● Utilizar audiobooks;

● No computador, optar por fontes não serifadas, que facilitam a decodificação;

● Utilizar elementos visuais nos textos;

● Ensinar as palavras e depois os sons, ou seja, seguir do todo para as partes. Depois de conhecer as palavras, fica mais fácil identificar os fonemas.

Também cabe à escola informar e orientar os responsáveis. Inclusive, indicar o serviço de um psicopedagogo, profissional especializado em transtornos de aprendizagem. 

Além disso, utilizar recursos digitais como os da plataforma Opet INspira pode ajudar bastante na sala de aula.

 

Opet INspira e recursos educacionais para dislexia

A Opet INspira é a plataforma de objetos educacionais da Editora Opet. Nela, o professor encontra ferramentas como áudios, que podem ser de grande ajuda na hora de ensinar crianças com dislexia. Também há um acervo de imagens, vídeos e histórias infantis ilustradas. 

Sem contar que há um “menu acessibilidade”, onde é possível adaptar algumas funções conforme a necessidade. Por fim, o professor encontrará ainda ferramentas para montar trilhas de aprendizagem e roteiros de estudos personalizados para os educandos que possuem dislexia.