Avaliação diagnóstica inicial: um olhar estratégico para o estudante no início do ano letivo

Em 2024, o Brasil possui quase 50 milhões de estudantes matriculados na Educação Básica – uma população maior, por exemplo, que a de países como a Argentina e a Espanha. Esse número, por si, demonstra o tamanho do desafio dos nossos educadores. Um desafio que fica ainda mais aparente quando levamos em conta um fator essencial: a individualidade de cada criança, de cada estudante – suas características pessoais e de desenvolvimento cognitivo, os pontos fortes e as fragilidades em relação aos conhecimentos.

Observar essas diferenças, compreendê-las e incluí-las no planejamento do ano letivo são medidas essenciais – especialmente, nos primeiros dias do novo ano letivo – para a construção de uma educação de alta qualidade, como observa Cliciane Élen Augusto, gerente pedagógica da Editora Opet.

A avaliação diagnóstica inicial

“A avaliação diagnóstica inicial, feita pelo professor e pelo gestor nos primeiros dias de aula, é um investimento de tempo e atenção. E é estratégica porque afeta a educação de todo o ano letivo. Ela mapeia as principais características da criança, do estudante e, principalmente, o que ele traz em relação a conhecimentos prévios”, explica Cliciane. Esses conhecimentos prévios, habilidades e competências podem vir de casa (como no caso do início da Educação Infantil) ou, então, de outro contexto escolar. “Uma simples mudança de turno da criança, por exemplo, realça essas características”, observa.

Também é essencial identificar o que esse estudante traz em termos de bagagem cognitiva, emocional e atitudinal para alinhar as estratégias e, então, traçar os objetivos a serem alcançados individualmente e com toda a turma.

Mas, por que fazer neste momento?

Todo tempo é tempo de avaliar. No entanto, os primeiros dias do ano letivo são cruciais porque permitem uma antecipação. “Muitas vezes, os educadores acabam muito focados nos objetivos do ano, o que é perfeitamente compreensível dada a grandeza da tarefa. No entanto, é estratégico que eles examinem o ponto de partida de cada um de seus estudantes. O perfil social, emocional e de conhecimento de cada um. De posse desses conhecimentos, os docentes podem refinar e fortalecer todo o trabalho pedagógico, tornando-o mais eficaz”, pondera Cliciane.

Dentro do planejamento

E essa avaliação diagnóstica inicial – essa escuta e mapeamento de características e competências – deve fazer parte do planejamento. “Ele deve constar do projeto político-pedagógico da escola e, também, dos planos de ação, mas, especialmente, do planejamento docente”, reforça a gerente pedagógica da Editora Opet.

Momentos críticos

A Educação Básica possui vários pontos de inflexão, como a passagem da Educação Infantil para o 1º ano do Ensino Fundamental, do 3º para o 4º ano, do 5º para o 6º ano e do 9º ano para o Ensino Médio. Em cada um desses momentos, a avaliação diagnóstica inicial assume um papel especialmente relevante.

“Isso porque, nesses casos, também existe um componente emocional, uma vez que as crianças e os adolescentes estão deixando um contexto para ingressar em outro”, destaca Cliciane. “Conhecendo a resposta emocional de cada um, o professor pode trabalhar para fortalecer o trabalho educacional.”

O apoio da Editora Opet

Pelas próximas semanas, a equipe de assessores e formadores pedagógicos da Editora estará em campo para o primeiro grande momento formativo de 2024, que coincide com os primeiros movimentos do ano letivo. “Nessas formações, propomos discussões e reflexões que colaboram para esse mapeamento inicial estratégico”, explica Cliciane. “Elas também permitem entender como essas crianças e estudantes aprendem, e, também, como transformar objetos de aprendizagem em conhecimento, de forma intencional e significativa.”