As Olimpíadas… de antes das Olimpíadas!

Ruínas do Philippeion, no santuário de Olímpia. Os antigos jogos olímpicos aconteciam aqui.

“Citius, Altius, Fortius”: você conhece estas três palavras? Elas vêm do latim e significam, literalmente, “mais rápido, mais alto, mais forte” – e são o lema das olimpíadas da era moderna!

Mas, por que “olimpíadas”? E por que “da era moderna”? Nesse artigo, vamos descobrir as “olimpíadas por trás das olimpíadas”, isto é, os jogos que inspiraram as modernas olimpíadas.

Antes de começar, é importante observar que jogos, brincadeiras e disputas que envolvem corpo e mente estão presentes em todas as civilizações, e não apenas na grega. Eles são parte do que nós, humanos, somos! Das Américas à África, da Ásia à Oceania, as pessoas jogam e competem seguindo regras há muito tempo – e isto tem muita relação com a aprendizagem.

🤼 Jogos de hoje, jogos de ontem

Pierre de Frédy, barão de Coubertin.

A ideia de jogos esportivos modernos nasceu com o francês Pierre de Frédy (1863-1937), barão de Coubertin, e se inspirou nos antigos jogos olímpicos gregos, disputados no santuário de Olímpia em honra a Zeus. Além dos jogos de Olímpia, havia outros santuários que também promoviam jogos associados à devoção, como os de Delfos e Corinto.

Os primeiros jogos olímpicos antigos teriam sido disputados no ano de 776 a.C. e envolviam representantes – homens jovens e homens mais velhos – de cidades-Estado gregas. No início, eles se resumiam a uma corrida, mas, com o tempo, passaram a envolver cinco grupos de modalidades: corridas, lutas, pentatlo (corrida, disco, salto em distância, dardo e luta), provas atléticas e provas hípicas. Muitas das provas, aliás, inspiraram os esportes olímpicos modernos – a começar pelos de arremesso.

Discóbolo, lançador de disco. Roma, séc. II.

Como se pode perceber, os antigos esportes olímpicos estavam diretamente relacionados às habilidades marciais. E, também à conduta esperada dos guerreiros, começando pela deferência às divindades.

⚔️ E é verdade que, durante os jogos, as guerras paravam?

Sim. Pelo menos, entre as cidades-Estado gregas, cujas populações veneravam o mesmo panteão de deuses. E os jogos seguiam um cronograma – eram disputados de tempos em tempos, com programações que se estendiam por dias e incluíam sacrifícios e rituais religiosos.

Kotiros, a coroa de ramos de oliveira dada aos campeões dos jogos olímpicos.

🏆 We are the champions, my friends…”

Ao contrário do que acontece nas olimpíadas modernas, nos jogos gregos não havia uma relação entre o evento, os atletas e a publicidade (até porque não existia publicidade!) com essa associação massiva entre nomes, marcas e dinheiro que conhecemos. Mesmo assim, há muitas semelhanças!

Em um primeiro momento, os atletas vencedores recebiam uma fita, que era amarrada à sua cabeça; depois, eram coroados com o kotiros – uma coroa de ramos de oliveira (que representava a imortalidade alcançada pela vitória) colhidos da árvore plantada no templo de Olímpia. Em outros jogos gregos, como os de Delfos e Corinto, as coroas eram de louro e (veja só) de aipo!

Ao regressar a suas cidades, esses campeões – como acontece hoje em dia – tornavam-se celebridades. Havia leis que permitiam que eles construíssem estátuas como reconhecimento pela vitória em Olímpia. E os políticos – coisa que também conhecemos – aprovavam leis concedendo prêmios em dinheiro, isenções fiscais e até cargos públicos honorários. Tinha até “musiquinha” para homenageá-los! Na verdade, eram poemas – chamados epinícios -, muitas vezes encomendados a autores famosos como Píndaro (522–443 a.C.). Enfim: todo mundo queria estar perto dos campeões!

Teodósio I, o “matador” dos jogos olímpicos clássicos.

🕯️ Por que pararam?

Como os antigos jogos gregos – olímpicos, ístmicos (Corinto) ou píticos (Delfos) – estavam ligados à religião, eles entraram em declínio quando o Cristianismo ganhou força nos territórios da Grécia, que, então, eram parte do Império Romano. Em 393 d.C., o imperador Teodósio I – que, treze anos antes, havia declarado o Cristianismo a religião oficial de Roma, proibindo as antigas religiões – extinguiu os jogos.

💡 Eles voltaram!

Com o surgimento dos Estados Modernos na Europa, no século XV, muitos governantes – e também artistas e pensadores (estamos falando do Renascimento) – voltaram seus olhos ao passado em busca de origens, modelos e identidade. E encontraram Roma, Grécia e suas concepções de mundo.

Esse bem pode ter sido o “regresso” dos jogos olímpicos, que acabou determinado de fato pelo barão de Coubertain, que em 1896 promoveu a primeira olimpíada (de verão) da Era Moderna. E ela foi realizada onde? Em Atenas, na Grécia!

🏊 Para saber mais

Destacamos alguns endereços interessantes para quem quer saber mais sobre as olimpíadas e sua História:

Portal oficial da Olimpíadas de Paris 2024

Areté – Centro de Estudos Helênicos

Deutsche Welle (DW) – 1896: Primeiros Jogos Olímpicos da Era Moderna

BBC – The history of the Olympic Games (em inglês)

As modernas olimpíadas começam na Grécia!

Do espaço sideral ao quarto de dormir: como a Corrida Espacial transformou nossas vidas!

“Um pequeno passo para o homem, mas um gigantesco salto para a humanidade…” – neste dia, há exatos 56 anos (em 20 de julho de 1968), os seres humanos pisavam pela primeira vez em um outro corpo celeste. Foi quando a nave Apollo 11 chegou à Lua e encantou boa parte da humanidade. O contexto era o da Guerra Fria, em que estadunidenses e russos disputavam a hegemonia dos corações e das mentes. E, na corrida ao satélite, os americanos chegaram na frente.

Quase seis décadas depois – depois de um bom tempo de “desinteresse” por colocar gente lá -, países e até empresas voltam a olhar para o nosso satélite natural. Para tanto, estão desenvolvendo novas tecnologias – e, é claro, estão utilizando várias das tecnologias que nasceram justamente graças à Corrida Espacial.

Nesta pequena reportagem, vamos listar cinco dessas tecnologias transformadoras. Do espaço para a sua casa, para o seu trabalho, para a sua escola! Sem esquecer de que, na raiz de cada uma dessas soluções, está o conhecimento – ele pode até nascer da inspiração e da genialidade, mas depende necessariamente da EDUCAÇÃO.

🚀 As “Tecnologias do Espaço”… que estão aí com você!

🛰️ Sistema de navegação por satélite – Aplicativos de localização como o Waze e o Google Maps, que você utiliza para encontrar lugares ou os melhores caminhos de um ponto a outro, estão diretamente relacionados à tecnologia de satélites surgida durante a Corrida Espacial. Eles só são possíveis graças à existência de redes de satélites que “triangulam” dados referenciais em relação a uma fonte receptora (que usa tecnologia de rádio) e, assim, podem determinar sua localização. Atualmente, existem dois sistemas de navegação por satélite disponíveis, o GPS (dos Estados Unidos) e o GLONASS (da Rússia); além deles, outros dois estão sendo implementados: o Galileo (da União Europeia) e o Compass/BeiDou (da China). Saiba mais no site da NASA (em inglês).

💤 Espuma viscoelástica – Saca o famoso “Travesseiro da NASA”, aquele que é vendido em portais e programas de tevê? Pois saiba que, com a devida licença poética, ele “é da NASA” mesmo! Explicando: na verdade, o material de que são feitos esses travesseiros – e também colchões, assentos de motos, cadeiras de escritório, estofados – foi, realmente, desenvolvido por cientistas ligados à NASA nos anos de 1960. Buscava-se, então, um material capaz de dissipar energia. Ele seria utilizado nos assentos das espaçonaves para suportar grandes cargas (como o empuxo e os trancos do lançamento de um foguete, por exemplo) e proteger os corpos dos astronautas. Esse material tinha como base o poliuretano e, além de absorver quantidades fenomenais de energia, ainda se moldava ao corpo dos astronautas, ajudando a dissipar a carga toda. Hoje, o dito cujo está bem perto da cabeça de muita gente, nos “travesseiros da NASA”!

👶 Comida enriquecida para bebês – Não, os astronautas não comiam “papinha para bebês”, daquelas de vidrinho que encontramos nos supermercados. Mas, comiam algo parecido! Explicamos: na verdade, boa parte dos alimentos enriquecidos para bebês possui incorporação de ácidos graxos (macromoléculas lipídicas encontradas em alimentos de origem animal e vegetal), substâncias extremamente importantes à vida por seu papel energético e de suporte orgânico. Esses ácidos foram adicionados por cientistas nos alimentos levados às missões espaciais. Na medida em que os astronautas não podiam cultivar, caçar ou cozinhar no espaço – no futuro, quem sabe, isto será possível –, eles deveriam ter acesso a alimentos altamente nutritivos em dimensões reduzidas (por conta do espaço limitadíssimo das naves e estações espaciais). Das naves, esses alimentos enriquecidos chegaram às gôndolas dos supermercados!

🥦 Hidroponia avançada – Hidroponia, você sabe, é o cultivo de espécies vegetais exclusivamente em água. Para que esse cultivo funcione, a água deve possuir todos os nutrientes para o desenvolvimento da planta. Um método que, como podemos comprovar nos supermercados, dá muito certo!  E que também tem a mão dos cientistas espaciais, que se encarregaram de levá-lo a um novo patamar. Por quê? Pensando, é claro, na possibilidade de cultivo em ambientes reduzidos (como estações espaciais ou bases em outros corpos celestes) ou em solos incapazes de dar suporte às plantas. Hoje, a hidroponia não é mais apenas uma opção alimentar “bacana”; além de suas possibilidades espaciais, ela também se mostra interessante para a alimentação humana na própria Terra e em projetos de recuperação ambiental.

🕹️ Joystick – Aí, sim! Quem se amarra em jogos eletrônicos sabe a importância do joystick, ferramenta de comando e direcionamento que se baseia na composição dos eixos x e y para a movimentação de objetos e elementos digitais. A invenção do joystick é anterior à corrida espacial – ele foi criado na década de 1920, no contexto da aviação –, mas acabou sendo aprimorado por conta da necessidade de condução de artefatos espaciais. Nesse processo, teve uma “mãozinha” dos cientistas da eletrônica e da informática, e é um elemento central nas missões espaciais. E, certamente, nas mãos de milhões de jogadores em todo o mundo. Em tempo: em 2020, o joystick da missão Apollo 12 foi vendido por US$ 36 mil em um leilão.

Neste artigo, vimos uma pequena amostra da contribuição dos avanços em tecnologia espacial para o nosso cotidiano. Uma contribuição gigantesca, que vai da engenharia de materiais aos métodos de gestão de grandes projetos, dos avanços em biomedicina às pesquisas em combustíveis. Sensacional!

🚀✐ Do espaço sideral à sala de aula

Na Educação Básica, a Corrida Espacial – e tudo o que vem com ela, de seu contexto histórico à Física associada à trajetória dos foguetes – é tema de diferentes unidades de conhecimento e objetivos de aprendizagem enunciados pela Base Nacional Comum Curricular. É um tema presente – a analisado em profundidade nos nossos materiais didáticos e recursos educacionais digitais!

A Corrida Espacial – e suas relações como a Geopolítica, a História do século XX e os avanços tecnológicos – é um tema relevante do Ensino Médio. Ele é discutido em detalhes na Coleção Diálogos e Interações, do Novo Ensino Médio Ígnea.

08 de julho: Dia Nacional da Ciência: vivendo a ciência na escola

O Brasil celebra hoje, 08 de julho, o Dia Nacional da Ciência. O dia marca a criação, em 1948, da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Uma data que poderia e deveria ser mais lembrada: afinal, o Brasil foi e é berço de cientistas importantes, como Bartolomeu Gusmão (1685-1724), Oswaldo Cruz (1872-1917), Alberto Santos Dumont (1873-1932), Bertha Lutz (1894-1976), César Lattes (1924-2005), Nise da Silveira (1905-1999) e Miguel Nicolelis (1961) – para ficar em alguns.

Segundo os dados mais recentes, o Brasil ocupa a 13ª posição no ranking de produção científica, que é contabilizada pela publicação de artigos. Uma posição importante, mas que poderia ser muito melhor tomando-se em conta o tamanho do país, a relevância internacional do Brasil e o tamanho de sua comunidade acadêmica.

Em outras palavras: é preciso estimular e investir ainda mais em ciência. Um esforço que deve partir, por um lado, do governo – em programas de fomento à pesquisa, à inovação e à fixação e atração de cientistas – e também da própria sociedade.

E, é claro, da escola, que também deve perceber, nas pessoas de seus gestores e em seus docentes, as possibilidades e as oportunidades de instigar, estimular e envolver os estudantes a partir da Educação Infantil. Isso, certo, se estende aos materiais didáticos e recursos educacionais digitais, que devem instigar os estudantes e estimular o protagonismo e a aprendizagem.

🔬 Possibilidades de avanço

São muitas as possibilidades de avanço e de protagonismo, a começar pelas ciências conectadas à emergência climática e à transição energética, nas quais o Brasil pode ocupar um lugar de grande destaque. A biodiversidade presente nos cinco biomas brasileiros é outro elemento de grande interesse científico, assim como a agropecuária, que exige uma produção cada vez mais sustentável. O setor industrial pede, ainda, desenvolvimento científico em áreas como as da Química, da Matemática, dos Materiais e da Inteligência Artificial (IA), para ficar em alguns setores que se destacam no cenário atual.

⚗️ Como as escolas podem estimular a formação de cientistas

Existem vários caminhos que as escolas podem utilizar para estimular o interesse pela ciência e a formação de futuros cientistas:

🧠 08 de julho: Dia Nacional da Ciência – para que a ciência esteja na ordem do dia… todos os dias!

Recomposição de Aprendizagem na Educação Privada

Com a pandemia da Covid-19, escolas, professores e gestores de todo o mundo se viram às voltas com um desafio até então desconhecido: o da continuidade da oferta do processo ensino-aprendizagem fora do ambiente escolar (tradicionalmente organizado em turmas e na modalidade presencial), com aulas em casa e apoio em meios digitais ainda frágeis e pouco dominados em suas capacidades para aulas remotas. A resposta a esse desafio gerou dois efeitos importantes para a educação.

Um mundo novo

O primeiro, positivo, foi o da percepção de que os meios digitais podem ser componentes de peso no processo educacional; tanto que, após a pandemia, ganharam força ideias e práticas associadas ao ensino híbrido e ao ensino remoto. Dados da edição mais recente do Censo da Educação Superior (MEC/INEP), por exemplo, mostram que 81% dos alunos ingressantes em cursos de licenciatura em 2022 estudam na modalidade de EAD. Sem contar a criação de políticas públicas como a das Escolas Conectadas, do Governo Federal, que disseminam fortemente a implementação e utilização das tecnologias como aliados à educação.

Muitos desafios

O segundo efeito, negativo, diz respeito a uma queda generalizada nos níveis de aprendizagem, que teve como causas o contexto psicossocial da pandemia, as dificuldades decorrentes do processo acelerado de reorganização da educação, as dúvidas resultantes do ingresso super-rápido das tecnologias digitais e os próprios limites da 100% educação digital, que ainda estão sendo percebidos.

Apenas para se ter uma ideia desse impacto – que se faz sentir até hoje -, pode-se citar os últimos números do PISA (Programme for International Student Assessment, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE), que avalia estudantes de 15 anos de 81 países, dentre eles o Brasil. A edição de 2022 da avaliação mostrou uma queda dramática na pontuação média (de 10 pontos em Leitura e 15 pontos em Matemática) dos participantes. Quedas que se fizeram sentir mesmo em sistemas educacionais avançados, como os da Alemanha, Islândia e Noruega.

A chegada da recomposição da aprendizagem

Esses números acenderam uma luz vermelha entre os gestores da educação. E acabaram colocando em evidência uma ideia que há muito tempo faz parte do ideário educacional: a da recomposição da aprendizagem.

O objetivo da recomposição é restaurar, reorganizar, reconstruir e acelerar a aprendizagem, com o foco mais específico no desenvolvimento das habilidades previstas e não totalmente alcançadas pelos estudantes. Por seu caráter processual, ele não se confunde com a recuperação tradicional, que é pontual.

Em um cenário ideal – que é o buscado pela recomposição –, a aprendizagem deve: (1) corresponder ao período letivo dos estudantes, (2) ter qualidade e (3) ser resiliente e sustentável – ou seja, deve assegurar que as aprendizagens futuras sejam construídas dentro do previsto na educação regular, sem a necessidade de novas recomposições.

A recomposição de aprendizagem visa diminuir o déficit educacional do estudante relacionado às habilidades. Ela vem com uma proposta da melhoria da distorção ano/série, fenômeno que foi um dos destaques negativos do último Censo Escolar.

E as escolas privadas?

As escolas privadas, evidentemente, não estiveram imunes aos efeitos educacionais da pandemia. Como mostrou o Ideb de 2022, os níveis de proficiência de seus estudantes em Português e Matemática dessas instituições foram seriamente impactados. A variação, nas etapas, foi de:

. Anos Iniciais do Ensino Fundamental: relativa estabilidade em Português (-0,6) e queda de 3 pontos em Matemática;

. Anos Finais do Ensino Fundamental: queda de quase 5 pontos em Português e de 10 pontos em Matemática;

. Ensino Médio: queda de 7 pontos em Língua Portuguesa e 11 pontos em Matemática. (Fonte: Ideb/Revista Exame)

E, ainda que a pandemia tenha acabado, seus efeitos, como já sinalizamos, permanecem, em especial porque a educação é um processo no qual as habilidades e a aprendizagem se articulam ao longo da formação; algumas lacunas são supridas, outras permanecem ocultas até que apareçam em um contexto de novas aprendizagens e outras, ainda, abrem “fendas” que são percebidas a partir do ponto deficitário. Vale lembrar ainda que os estudantes que iniciaram a escolarização em meio a pandemia concluirão a Educação Básica em 2031.

Finalidades estratégicas

A recomposição da aprendizagem deve ser observada com respeito por todas as escolas, sejam elas públicas ou privadas, por um motivo essencial: é dever das instituições – ético e legal – oferecer todas as condições, a todos os estudantes, para a aquisição das habilidades previstas para a etapa de ensino.  

O Brasil está levando a questão tão a sério que, recentemente, lançou o Pacto Nacional pela Recomposição das Aprendizagens. Trata-se de uma política pública construída de forma colaborativa pelo Ministério da Educação (MEC) com os entes nacionais representados pelo Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e pela União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime).

No caso específico das escolas privadas, o compromisso com a recomposição da aprendizagem é acompanhado de outros efeitos. O primeiro deles diz respeito à reputação da instituição, uma vez que os resultados da aprendizagem serão sentidos e repercutirão adiante, nos próprios estudantes (e nas famílias), e também em processos avaliativos como o Enem e os vestibulares. As escolas cujos alunos alcançam as maiores notas nessas avaliações possuem, por certo, padrões de aprendizagem mais sólidos, construídos desde a Educação Infantil e consolidados na Educação Básica.

Um segundo efeito é de caráter econômico, e diz respeito ao investimento feito pelos familiares. Sendo o objetivo e a finalidade da escola oferecer aprendizagem de alta qualidade a partir de um serviço prestado à família – e que tem como personagem central o estudante –, ela deve se esforçar ao máximo para garantir esta prestação. A recomposição da aprendizagem entra, então, como um elemento crucial para o sucesso dessa relação.

Um terceiro efeito diz respeito à sustentabilidade do processo educacional: ao suprir lacunas de aprendizagem por meio da recomposição e elevar o nível geral de aprendizagem – estudante a estudante -, a instituição projeta um futuro em que a própria recomposição seja menos necessária. Com menor necessidade de processos de recuperação, menos reprovações e a possibilidade de expansão e fortalecimento da própria aprendizagem. 

Como começa a recomposição?

A Recomposição se conecta diretamente ao Plano de Intervenção. É ele que dá materialidade à recomposição por meio de ações e práticas estabelecidas em um Planejamento. E esse Planejamento é construído a partir de indicadores de qualidade da educação obtidos a partir da Avaliação Diagnóstica. Ou seja: tudo começa pela obtenção de dados e pelo diagnóstico preciso das lacunas de aprendizagem.

O Programa inDICA – Gestão da Educação, do Ígnea, oferece todos os recursos para a melhor avaliação diagnóstica da aprendizagem. Um programa que soma conhecimento, experiência, recursos digitais, formação pedagógica e resultados detalhados e precisos, com foco na evolução da aprendizagem nas escolas privadas. Deixamos o convite: CONHEÇA!

🎯 InDICA: para recompor a aprendizagem – e fazer brilhar a educação!

Segundo semestre à vista! Planejamento, alinhamento e propostas inovadoras

Pensar, construir, inovar, compartilhar, motivar somar, alinhar, oferecer… quando o tema é planejamento pedagógico, esses verbos estão muito presentes. Afinal, educar envolve tudo isso e mais! E eles assumem outra dimensão quando o planejamento diz respeito à formação de professores, mais exatamente dos professores parceiros Sefe e Ígnea.

Nesta semana, na terça-feira (28), o time do Pedagógico da Editora Opet – assessores, supervisão, coordenação e gerência pedagógica – esteve reunido para a primeira apresentação dos esboços dos planejamentos das formações pedagógicas do segundo semestre. É o primeiro resultado material de um trabalho iniciado há mais de um mês, e que envolve muito estudo. Foi um momento de exposição breve e objetiva das ideias de cada assessor pedagógico – responsável pela construção de um planejamento –, recepção crítica e construtiva destas ideias, alinhamento e troca de experiências.

Estratégico

“Essa apresentação é muito importante para que possamos chegar nas formações docentes do segundo semestre com um plano de trabalho alinhado e consistente. Um plano que atenda às demandas das escolas e enriqueça as possibilidades de trabalho com as coleções e ferramentas educacionais digitais”, observa Cliciane Élen Augusto, gerente pedagógica da Editora. Nas apresentações, os assessores pedagógicos mostram os temas dos planejamentos, suas ideias, os objetivos principais e os caminhos para alcançá-los.

O sucesso de um planejamento está na resposta do professor que participa da formação. Seja ela uma reflexão significativa, uma contribuição para a sua prática docente ou um questionamento no sentido de avançar no processo de ensino e aprendizagem, por exemplo. É isso que buscamos – e que começa em encontros como esse, na formação dos assessores pedagógicos”, destaca Cliciane.

Temas na vanguarda

Para Marina Cabral Rhinow, supervisora pedagógica da Educação Infantil e das Especialidades (Arte, Educação Física e Gestores), os temas trazidos pelos assessores pedagógicos nas apresentações – como o dos usos da Inteligência Artificial na educação, o reconhecimento da importância das interações, do brincar e da ludicidade e a utilização de diferentes metodologias ativas no cotidiano da escola, – mostram o compromisso da equipe em desenvolver uma educação que respeite os olhares dos estudantes de hoje.

“Nossas crianças, nossos estudantes, são personagens do século XXI, e nós devemos levar esses temas, essas questões e essas possibilidades para os professores. A ideia é motivá-los e inspirá-los”, observa.

Marina explica que, a partir das apresentações e do alinhamento, a equipe passará a produzir os recursos que serão utilizados nas formações pedagógicas.

A melhor preparação

Christiane Ribeiro Tavares (foto) é assessora pedagógica para o 2º ano do Ensino Fundamental. No planejamento que apresentou, ela trabalha com quatro momentos, começando pelos documentos oficiais da Educação para essa etapa de ensino – o Compromisso Nacional com a Criança Alfabetizada, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável Nº 4, Educação de Qualidade – e sua relação com os materiais. No segundo, foca a importância das brincadeiras, do cuidado, do uso de materiais diversos e de olhares diferenciados para as crianças. No terceiro, a alfabetização matemática. E, no quarto, o brincar e sua proximidade em relação ao ensino-aprendizagem.

“Esse momento de apresentação faz toda a diferença para o nosso trabalho. As pessoas da equipe nos recebem com um olhar cuidadoso e com afetividade. E elas ajudam indicando os pontos em que podemos melhorar. Conhecer os demais planejamentos também ajuda – eu diria que é a melhor preparação para as formações do segundo semestre”, finaliza.

O time do Pedagógico da Editora Opet. Finalizando os detalhes dos planejamentos para as formações do segundo semestre.

EnemFlix: a plataforma digital Ígnea que vai revolucionar os estudos para o Enem!

EnemFlix é Ígnea – Da esquerda para a direita, o diretor da Editora Opet, Adriano de Souza, o diretor da Tecnodata, Celso Alves Mariano, a presidente do Grupo Educacional Opet, Adriana Karam, e o diretor da Tecnodata, Cesar Bruns.

Agora é oficial: o Grupo Educacional Opet e a Tecnodata Educacional assinaram o contrato de aquisição, pelo Ígnea – sistema de ensino Opet para as escolas privadas – dos serviços da plataforma de estudos EnemFlix.

✅ Desenvolvido pela empresa curitibana Tecnodata, o EnemFlix passa a ser uma exclusividade Ígnea. Como o nome indica, é um recurso digital voltado à preparação dos estudantes do Ensino Médio ao Enem, com um formato amigável e atraente, baseado na arquitetura das plataformas de streaming.

A presidente do Grupo Educacional Opet, Adriana Karam, destaca a importância da incorporação do EnemFlix ao Ígnea. “O Ígnea oferece às escolas privadas uma proposta educacional diferenciada e inovadora, e o EnemFlix é um excelente exemplo disto.”

Adriana observa, ainda, a forma de integração dos conteúdos de estudo no EnemFlix. “Eles são articulados de diferentes formas, tendo como fio condutor um modelo comunicacional lúdico e de alto engajamento. Isso é fundamental para uma boa preparação ao Enem.”

Para Celso Alves Mariano, diretor da Tecnodata, o EnemFlix aproxima as escolas e os estudantes do Enem, mas de um jeito diferente.

“O Enem marcou uma transformação na forma como a aprendizagem é construída – ela passou a ser integrada e conectada ao cotidiano. Ainda há, porém, muita dificuldade em abandonar o modelo antigo de estudos, conteudista. Com o EnemFlix, mostramos que é possível fazer as trilhas de aprendizagem de forma confortável – lúdica, didática, pedagógica e efetiva.” Nesse sentido, reforça, a aproximação com o Ígnea foi ideal. “O sistema de ensino caminha exatamente nessa direção.”

Cesar Bruns, também diretor da Tecnodata, segue a mesma linha de raciocínio. “Em primeiro lugar, ficamos felizes pelo reconhecimento, pela Opet, da qualidade do EnemFlix, que é fruto de muitos anos de trabalho”, diz. “E ficamos felizes em perceber, no Ígnea, a mesma linha de ação no sentido de reduzir o sofrimento dos estudantes e dos mantenedores em relação ao Enem – com inteligência, ludicidade e recursos acessíveis.”

O diretor da Editora Opet, Adriano de Souza, destaca o ineditismo do EnemFlix. “A proposta é muito interessante e vai ajudar as escolas, os gestores e os estudantes na preparação para o Enem. Quem conhece o EnemFlix se encanta! É uma ferramenta envolvente e muito efetiva para os estudos.”

Como funciona o EnemFlix

✅ Pesquisas de mercado recentes (Panorama Mobile Time/Opinion Box, Roku e Hibou, 2023) indicam que entre 70% e 75% dos brasileiros – muitos deles, jovens – são usuários regulares de serviços de streaming. Eles assistem a seriados, reality shows e filmes e também estão familiarizados com os formatos e com a arquitetura dos serviços.

Esses formatos e arquitetura, aliás, foram especialmente concebidos pelos criadores dos serviços de streaming para engajar, envolver e despertar o desejo de ver mais. São, enfim, amigáveis, atraentes e construídos a partir de um conhecimento profundo da psicologia do consumidor.

Partindo dessa percepção, a Tecnodata Educacional aproximou os temas do Enem da linguagem dos serviços de streaming. Nascia, então, o EnemFlix. “A metodologia do EnemFlix melhora a pontuação do aluno e também os conhecimentos dos professores, e pelos mesmos motivos. A interface e layout são inspiradas na NetFlix, disponibilizando os conteúdos em séries, formato que caiu no gosto popular nos últimos anos”, explica Celso Alves Mariano.

Catálogo

✅ A primeira coisa que salta à vista dos usuários do EnemFlix é o “catálogo” da plataforma, formado por cinco séries que abordam os temas, questões e modos de estudo para o Enem: “Eureka!”, “Ninjas!”, “Simulados”, “Escrever Bem Vale 1000 pontos” e “Trilhas de Aprendizagem”.

Cada série, como explica Celso Mariano, tem uma finalidade específica, desenvolvida para melhorar habilidades necessárias para que o candidato tenha um bom desempenho no Enem. “No Brasil, as escolas ensinam os alunos de um jeito, e o Enem avalia o conhecimento por um viés diferente, o que gera frustração em professores e alunos. Muitas escolas, apesar de todos os esforços, encontram dificuldades em preparar seus alunos para o Enem. Outras carecem de professores preparados para essa demanda – lembrando que o Enem e o vestibular são coisas diferentes, com preparações distintas”, observa. “Quem se prepara para o vestibular dificilmente tem um bom resultado no Enem. Mas, quem se prepara bem para o ENEM, dá conta de qualquer vestibular. O problema é que nem escolas e nem professores adotam ou conhecem a matriz do Enem. O Exame Nacional do Ensino Médio se consolidou, e poucas escolas perceberam.” E é aí que entra em ação o EnemFlix.

Conhecendo e decifrando as questões

Na Série “Eureka!”, em vídeos de curta duração, professores de diferentes componentes curriculares discutem as questões do Enem, abordando os conteúdos envolvidos e explicando a relação entre eles. No momento, são mais de 300 as questões analisadas disponíveis, trabalhadas com apoio de recursos gráficos e de texto.

Na série “Ninjas!”, o foco está nas estratégias, truques e pegadinhas do Enem. Eles são decifrados pelos “ninjas” – alunos com desempenho máximo no Enem e grande capacidade de transmissão de informações. Atualmente, essa série traz nada menos do que 900 questões explicadas em detalhes.

A série “Simulados” entrega exatamente o que promete: simulados inteligentes, construídos a partir de um banco com mais de duas mil questões comentadas. O usuário pode fazer quantas provas quiser, filtrando por área de conhecimento, número de questões e nível de dificuldade (fácil, médio e difícil). Os estudantes podem acessar a série nos modos “Aprendizagem”, em que recebem um feedback imediato e completo logo após a resolução, e no modo “Avaliação”, desenhado para avaliar as habilidades e medir o progresso. No modo “Avaliação”, o próprio sistema constrói os simulados, buscando questões em um banco que traz todas as questões do Enem desde 2009. Outro diferencial da série “Simulados” é o feedback dado ao estudante: ao longo do tempo, na medida em que responde às questões, ele tem acesso a um gráfico que demonstra seu desempenho e evolução, indicando qual seu grau de preparo para as provas do Enem.

Uma redação de mil pontos

Um dos maiores desafios enfrentados pelos candidatos ao Enem é a redação. Uma boa redação envolve uma série de elementos, da compreensão precisa do tema à produção de textos claros e precisos. Uma redação de mil pontos, enfim, que faz toda a diferença em relação à nota final da avaliação – e ao futuro! Mas, como chegar lá? Essa foi uma das grandes preocupações da equipe criadora do EnemFlix, que dedicou uma série inteira para a prática de texto: Escrever Bem Vale 1000 pontos.

Os dez episódios de “Escrever Bem Vale 1000 pontos” trazem videoaulas sobre todos os temas-chave relacionados à redação, da importância da caligrafia ao valor dos argumentos. Cada episódio é complementado por uma apostila digital, em formato flipbook, que reforça e aprofunda o tema.

Agora, imagine uma série que reúna todos os conteúdos e transforme você em protagonista! Essa é a proposta de “Trilhas de Aprendizagem”, que propõe sessões de estudo completas. Ao escolher um tema no mapa geral da série, a plataforma monta automaticamente uma trilha de aprendizagem com os melhores recursos relacionados ao assunto encontrados nas demais séries – das aulas em vídeo aos simulados. Um menu especialmente criado para que o estudante aproveite ao máximo os recursos didáticos da plataforma – e se fortaleça para o desafio do Enem!

Trilhas de Aprendizagem

Agora, imagine uma série que reúna todos os conteúdos e transforme você em protagonista! Essa é a proposta de “Trilhas de Aprendizagem”, que propõe sessões de estudo completas. Ao escolher um tema no mapa geral da série, a plataforma monta automaticamente uma trilha de aprendizagem com os melhores recursos relacionados ao assunto encontrados nas demais séries – das aulas em vídeo aos simulados. Um menu especialmente criado para que o estudante aproveite ao máximo os recursos didáticos da plataforma – e se fortaleça para o desafio do Enem!

Quer saber mais? Então, confira o vídeo de Celso Alves Mariano com todas as explicações sobre o EnemFlix! E entre em contato conosco para uma apresentação especial!

O professor curador e o sucesso na escolha de recursos educacionais digitais

Você sabia que, na origem, a palavra “curadoria” significava “olhar com cuidado” ou “zelar”? Pois é: em Roma, o curator – curador – era o responsável por cuidar de um patrimônio ou de alguém. Em tempos recentes, ela passou a indicar a seleção dos trabalhos de um artista, feita por um especialista, para oferecer uma experiência impactante e interessante ao público.

Na medida em que o professor é responsável pela mediação entre o estudante e o mundo, ele também é um curador. Uma missão que, a cada dia, se torna mais complexa. Isso porque, com a revolução digital, a quantidade de informações e recursos disponíveis para a educação se tornou praticamente infinita. Uma fonte extraordinária, mas que só se converte em ganho para a educação quando acessada a partir de critérios – isto mesmo, de curadoria!

🙌 Quem é o curador?

Matheus Alves de Paula é licenciado em Ciências Biológicas e doutorando em Educação pela PUCPR. Na Editora Opet, atua como assessor pedagógico e desenvolve um trabalho consistente em relação à curadoria de conteúdos impressos e digitais em educação, com foco nos planejamentos e na utilização efetiva destes recursos pelos professores parceiros.

Ele observa que, antes de olhar para o “oceano de informações” da internet e para a curadoria, é interessante perceber os professores a partir de certos recortes, sem generalizações.

“Nas nossas formações pedagógicas, percebemos que há interesse e esforço de integrar os recursos digitais às aulas. Os professores querem acessar esses recursos e percebem que isto é o esperado pelos estudantes, que são nativos digitais. Mas, que professores são esses?”.

Em termos sistemáticos, as perguntas são:

  • Com que nível de ensino eles trabalham?
  • Com que infraestrutura contam?
  • Qual seu grau de formação e sua familiaridade com os meios digitais? 

Cada professor busca recursos de acordo com a idade e interesses do seu público. Os do Ensino Médio, por exemplo, geralmente acham mais fácil incorporar tecnologia, já que os estudantes dessa faixa etária costumam estar mais ligados no digital”, observa Matheus.

“Mas, quando você olha para a Educação Infantil, a história muda porque há a questão da idade das crianças. Elas estão cada vez mais em contato com as telas e com o digital, e precisamos pensar, primeiro, em desenvolver suas habilidades analógicas. Já os professores do Ensino Fundamental têm um leque mais amplo de tecnologias que podem usar, levando em conta tanto a facilidade de uso quanto os objetivos educacionais por trás da escolha de cada ferramenta.”

👩🏻‍💻 Desafios e como enfrentá-los

Em relação às limitações – e aqui, a observação vale para professores e gestores responsáveis pelas formações –, é preciso observar a realidade desses docentes. “Em minha jornada como assessor pedagógico, percebo que o desafio está nas formações inicial e continuada desses professores. A formação continuada, aliás, é algo com que trabalhamos diretamente em nosso trabalho na Editora Opet”, explica Matheus.

No caso da formação inicial, analisa, de modo geral as graduações precisam ampliar suas práticas para o uso das tecnologias digitais em sala de aula. Uma situação que, em termos estruturais, poderia ser reduzido pelo fortalecimento dos currículos.

E que, em temos individuais, pode ser minorada a partir de especializações ou cursos de curta duração. E, também, nas formações pedagógicas realizadas na parceria com o sistema de ensino – algo que a Editora Opet oferece.

👩🏻‍🏫 O professor curador

Na medida em que, na educação, a curadoria antecede o universo digital – “o professor sempre foi um curador”, reforça Matheus –, é importante que os docentes a encarem como um processo associado ao planejamento e à intencionalidade, que são componentes centrais da docência.

Todo professor precisa planejar sua prática, além de observar as habilidades e competências a serem desenvolvidas pelos estudantes, e pensar nos objetivos da aula. E, como estratégia, começar pelo material didático, expandindo para os recursos analógicos e digitais. A escolha criteriosa das ferramentas para ajudar os estudantes a crescerem, dentro e fora da sala de aula é, efetivamente, a curadoria.”

📏 O que vem primeiro, planejamento ou curadoria?

Tecnicamente, o planejamento viria primeiro. Mas, não é o que muitas vezes acontece na prática – quando, por exemplo, o professor se depara com um recurso fantástico que “sabe” que vai utilizar na próxima aula. “O importante é observar se o recurso é acessível para o estudante, e se o professor possui habilidade para utilizá-lo e as condições necessárias para aplicá-lo em sala.”

Além disso, o essencial é a intencionalidade, a clareza de objetivos em relação às ferramentas ou recursos digitais. “Usar um monte de ferramentas legais em situações que não se conectam estraga o planejamento e, pior, pode matar o interesse dos estudantes naquilo que se quer destacar. Sem planejamento e intencionalidade pedagógica, ou o recurso será mal explorado, ou não fará sentido para o estudante.” 

🚀 Por onde começar a curadoria?

Pelo planejamento, sempre. Matheus dá duas dicas preciosas para uma boa curadoria:

  • O recurso, digital ou não, deve substituir uma atividade tradicional. E o estudante precisa ser protagonista na utilização desse recurso. Ao planejar, é preciso ter em mente que é o aluno que vai usar aquilo para construir seu conhecimento, e não ficar só assistindo passivamente. 
  • O uso do recurso deve ser planejado. Pode ser no começo, no meio ou no fim da aula, ou até misturando esses momentos. Cada recurso precisar de um tempo específico durante a aula – e planejar isto é essencial.

🧑🏽‍💻 E a curadoria dos estudantes?

Esta é uma grande “sacada”: o professor curador trocar informações com os estudantes, que possuem conhecimentos importantes sobre as tecnologias e recursos digitais. “Eles estão sempre explorando e consumindo informações. Então, quando um estudante consegue relacionar a minha fala com alguma situação cotidiana, trazendo isso para sala de aula, seja na forma de exemplo, como sugestão, é preciso escutar e valorizar essa contribuição.”

Nesses momentos, o estudante vira um co-curador do aprendizado, junto com o professor – uma parceria preciosa, que também tem a ver com protagonismo.

📲 A curadoria e a plataforma Educacional Opet INspira

Na plataforma educacional digital Opet INspira, os professores encontram milhares de objetos, de arquivos em áudio a simuladores, que podem ser objeto de curadoria. Eles estão integrados aos materiais didáticos impressos, o que facilita muito processo, e são abordados nas formações pedagógicas.

“Uma das nossas intenções, nas formações, é mostrar que a plataforma é como uma grande biblioteca, pensada para enriquecer a prática pedagógica”, reforça Matheus. “Professores de Inglês, por exemplo, adoram a plataforma por conta dos áudios e vídeos que podem utilizar com os estudantes. E as professoras da Educação Infantil ficam encantadas com as narrações de histórias disponíveis.”

🧩 Para ir além

Matheus sugere alguns objetos e recursos que podem ser objeto da curadoria pelos professores:

  • Spotify – aplicativo para podcasts e músicas
  • Flippity.net – para criação de scape room (site);
  • Netflix – documentários e filmes (plataforma);
  • Pinterest – para modelos de atividades (pesquisar em inglês e traduzir é uma excelente opção – site);
  • Autodesk instructables – para atividades práticas, invenções, experimentos (site);
  • Sketchfab – para objetos 3D (site);
  • Youtube – para vídeos de curta duração (site);
  • Teachers pay teachers – para atividades lúdicas, com bastante mão na massa, com recursos gratuitos e pagos (site);
  • Wikimedia Commons – para imagens livres de direitos autorais, com creative commons (site);
  • Youtube Audio Library – para áudios (site)
  • Mentimeter – permite a criação de slides interativos com perguntas de variados tipos (nuvem de palavras, questões abertas, pesquisas, enquetes);
  • World Wall – para criação de jogos (site)
  • ChatGPT – mecanismo de inteligência artificial que permite ao professor realizar a curadoria e adaptação de práticas para suas aulas.

Redes sociais também são uma boa opção para o professor realizar curadoria de conteúdos e outros perfis de professores para compartilharem práticas e materiais que poderão ser adaptados às suas salas de aula.

  • Instagram – diversos professores compartilham práticas e relatos de experiências (app);
  • Tiktok – para vídeos curtos e divulgação científica (não só ciências – app)
  • Twitter (X) – para informações e resumos de conteúdos, quando consultados os profissionais das áreas (app)

LEIA TAMBÉM:

Diversão e conhecimento: a era do streaming gratuito para professores e estudantes!

Vêm aí os Novos Parâmetros de Qualidade da Educação Infantil

Mudanças, que devem fortalecer a Educação Infantil, afetam a organização, a gestão e o funcionamento das escolas e redes de ensino

Em março, a Educação Infantil (0 a 5 anos) vai ganhar Novos Parâmetros de Qualidade, que passarão a orientar os sistemas de ensino com padrões de referência de organização, gestão e funcionamento das escolas e redes de ensino. O documento está sendo organizado em cinco dimensões:

Gestão da Educação Infantil
Identidade e Formação Profissional
Projeto Político Pedagógico
Avaliação da Educação Infantil e Infraestrutura
Edificações e Materiais

A mudança, que será regulamentada pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), é  resultado de um processo iniciado no ano passado que envolveu especialistas, universidades, grupos de pesquisa e representantes da sociedade civil. E que tem como objetivo garantir qualidade e humanidade em uma etapa delicada da educação, que, no caso brasileiro, envolve múltiplas infâncias, cenários, realidades locais e contextos socioeconômicos desafiadores.

Um documento essencial

“Os Parâmetros são um documento essencial para que não tenhamos retrocessos na primeira etapa da Educação”, avalia Marina Cabral Rhinow, supervisora pedagógica da Editora Opet para a Educação Infantil. “Além de garantir o acesso dos bebês e das crianças bem pequenas às instituições da Educação Infantil, eles garantem a qualidade na educação e nos cuidados.”

Marina observa que a construção de padrões referenciais é fundamental, inclusive por questões de segurança e continuidade. “O conceito de qualidade é subjetivo. Ele é construído historicamente e, por isto mesmo, está sujeito a negociações e ao tempo em que se vive. Daí porque essa discussão ser tão importante. Uma vez que sejam estabelecidos, os parâmetros vão estruturar o gerenciamento das instituições da Educação Infantil.”

O que esperar dos Novos Parâmetros?

Essencialmente, uma evolução em relação aos cuidados e à educação na infância, que contemple aspectos cognitivos, afetivos e psicossociais. Os Novos Parâmetros de Qualidade devem fortalecer os princípios já estabelecidos em outros documentos legais direta ou indiretamente ligados à Educação Infantil, como:

As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil – DCNEI
A Base Nacional Comum Curricular – BNCC
A Constituição Federal de 1988 
O Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB

E devem fortalecer, também, as ações pedagógicas na escola, sua gestão e organização.

“Alguns exemplos são a garantia dos direitos de aprendizagem e desenvolvimento, o entendimento da concepção da criança como protagonista e centro do planejamento, assim como as interações e a brincadeira como eixos norteadores das práticas pedagógicas, entre outros aspectos”, observa Marina.

Pontos de interesse especial 

Para a supervisora da Editora Opet, é importante que os novos parâmetros reforcem a visibilidade e a importância da educação dos bebês e das crianças bem pequenas, em todas as suas especificidades. “Como eles podem fazer isso? Garantindo o acesso de todas as crianças às creches. Observando a laicidade da escola pública e respeitando a diversidade, por exemplo, dos povos originários e dos quilombolas. E também a importância da formação inicial e continuada dos professores, gestores e demais colaboradores que atuam na Educação Infantil.”

Um processo que desagua em uma mudança de cultura, de fortalecimento da intencionalidade da Educação Infantil, que deve ser vista como uma etapa da Educação Básica – e não mais como uma “etapa preparatória” para os Anos Iniciais do Ensino Fundamental.

Na Editora Opet

Os Parâmetros Nacionais de Qualidade para a Educação Infantil são um norteador do trabalho da Editora Opet com os parceiros das redes pública e privada. Eles fazem parte da organização das formações dos professores da Educação Infantil e dos gestores. Fazem parte, também, das reflexões para a construção de uma educação de qualidade.

“Quando discutimos, por exemplo, as especificidades dessa etapa de ensino, como a organização de materiais e espaços que oportunizem às crianças investigar, descobrir e exercer seu protagonismo”, explica Marina. “Ou, então, quando orientamos os professores para que utilizem as soluções educacionais Opet a partir dos Parâmetros, localizando-os, relacionando-os e fortalecendo o trabalho.”

Assim que os novos parâmetros forem regulamentados pelo CNE e publicados na área pareceres oficiais do Portal do MEC, eles serão estudados pelos especialistas da Editora, e passarão a ser utilizados na organização das formações pedagógicas da Educação Infantil.

“Ao conhecer, utilizar e dar publicidade aos Novos Parâmetros, nós ajudamos a fazer com que estes parâmetros sejam reconhecidos como documento oficial e balizador da estruturação da Educação Infantil”, destaca Marina. “Além disso, também faz parte do que organizamos para as formações pedagógicas pensar e perceber como as Soluções Educacionais da Editora Opet estão em consonância com as orientações do documento, e como são efetivadas no cotidiano das instituições que atendem os bebês, as crianças bem pequenas e as crianças pequenas.”

Redes sociais e educação: uma parceria possível?

Facebook, Tik-Tok, Instagram, Whatsapp, Youtube… até recentemente, estes nomes não significavam nada. Hoje, estão na boca de 5 bilhões de pessoas – 62,3% da população mundial (We Are Social, 2023). No ano em que o Facebook completa 20 anos, as redes sociais digitais afetam e fascinam porque somos seres sociais: amamos nos comunicar, ver, curtir, compartilhar, conhecer coisas e nos distrair.

As décadas do Facebook também apontam para gerações que frequentaram e frequentam a escola com os smartphones e as redes sociais ali, pertinho. O que gera questões:

👉 Afinal, as redes sociais ajudam ou atrapalham a educação?

👉 Seu potencial de construção do conhecimento é maior ou menor que sua capacidade de distrair e dispersar os estudantes?

Para redes de ensino do Brasil e de países como França, Itália, Finlândia, Países Baixos e Estados Unidos, o uso dos celulares e de redes sociais é prejudicial nos contextos escolares e, portanto, está proibido ou limitado. Outras redes e outros países, porém, não colocam restrições ou não definiram uma regra.

Afinal, que orientação seguir?

“A resposta pede cautela dos educadores e da sociedade. Ela passa por assumir critérios e pela intencionalidade pedagógica”, observa Cliciane Élen Augusto, gerente pedagógica da Editora Opet e educadora Google Nível 2.

Os critérios são os preceituados por leis como o Estatuto da Criança e do Adolescente. “O ECA oferece um arcabouço fundamental de proteção que também vale para o contexto digital. Afinal, acessar uma rede é acessar um mundo de possibilidades – imagens, áudios, textos e, inclusive, coisas perigosas”, observa Cliciane.

É importante que familiares e professores tenham em mente que o acesso deve estar disponível a partir de uma certa idade, e que esta disponibilidade não gera autonomia total. “O uso deve ser autorizado com critérios, normas e restrições. Com a supervisão de um adulto responsável e o consentimento da família”, destaca Cliciane. Em relação às redes sociais, Cliciane observa que elas não são indicadas para crianças, que não têm noção do impacto deste recurso em suas vidas.

Mas, e os usos puramente educacionais?

As redes sociais podem ser um recurso educacional valioso. Para isso, pedem do professor o respeito aos critérios já referidos e a intencionalidade pedagógica. O que ele quer construir e como vai engajar seus estudantes a partir do meio digital? Nada impede, por exemplo, que os temas tratados envolvam, também, conteúdos de educação midiática, que auxiliem o estudante a transitar pelas redes sociais com ética e segurança.

“No entanto, é interessante observar que há uma evolução muito grande das ferramentas tecnológicas para a educação. Que, por sua qualidade, desviam o foco de interesse das redes sociais no contexto da sala de aula. Enfim, há recursos educacionais digitais muito bons, que podem engajar e encantar tanto quanto as redes sociais, sem os problemas e os riscos associados às próprias redes”, conclui Cliciane.

Avaliação diagnóstica inicial: um olhar estratégico para o estudante no início do ano letivo

Em 2024, o Brasil possui quase 50 milhões de estudantes matriculados na Educação Básica – uma população maior, por exemplo, que a de países como a Argentina e a Espanha. Esse número, por si, demonstra o tamanho do desafio dos nossos educadores. Um desafio que fica ainda mais aparente quando levamos em conta um fator essencial: a individualidade de cada criança, de cada estudante – suas características pessoais e de desenvolvimento cognitivo, os pontos fortes e as fragilidades em relação aos conhecimentos.

Observar essas diferenças, compreendê-las e incluí-las no planejamento do ano letivo são medidas essenciais – especialmente, nos primeiros dias do novo ano letivo – para a construção de uma educação de alta qualidade, como observa Cliciane Élen Augusto, gerente pedagógica da Editora Opet.

A avaliação diagnóstica inicial

“A avaliação diagnóstica inicial, feita pelo professor e pelo gestor nos primeiros dias de aula, é um investimento de tempo e atenção. E é estratégica porque afeta a educação de todo o ano letivo. Ela mapeia as principais características da criança, do estudante e, principalmente, o que ele traz em relação a conhecimentos prévios”, explica Cliciane. Esses conhecimentos prévios, habilidades e competências podem vir de casa (como no caso do início da Educação Infantil) ou, então, de outro contexto escolar. “Uma simples mudança de turno da criança, por exemplo, realça essas características”, observa.

Também é essencial identificar o que esse estudante traz em termos de bagagem cognitiva, emocional e atitudinal para alinhar as estratégias e, então, traçar os objetivos a serem alcançados individualmente e com toda a turma.

Mas, por que fazer neste momento?

Todo tempo é tempo de avaliar. No entanto, os primeiros dias do ano letivo são cruciais porque permitem uma antecipação. “Muitas vezes, os educadores acabam muito focados nos objetivos do ano, o que é perfeitamente compreensível dada a grandeza da tarefa. No entanto, é estratégico que eles examinem o ponto de partida de cada um de seus estudantes. O perfil social, emocional e de conhecimento de cada um. De posse desses conhecimentos, os docentes podem refinar e fortalecer todo o trabalho pedagógico, tornando-o mais eficaz”, pondera Cliciane.

Dentro do planejamento

E essa avaliação diagnóstica inicial – essa escuta e mapeamento de características e competências – deve fazer parte do planejamento. “Ele deve constar do projeto político-pedagógico da escola e, também, dos planos de ação, mas, especialmente, do planejamento docente”, reforça a gerente pedagógica da Editora Opet.

Momentos críticos

A Educação Básica possui vários pontos de inflexão, como a passagem da Educação Infantil para o 1º ano do Ensino Fundamental, do 3º para o 4º ano, do 5º para o 6º ano e do 9º ano para o Ensino Médio. Em cada um desses momentos, a avaliação diagnóstica inicial assume um papel especialmente relevante.

“Isso porque, nesses casos, também existe um componente emocional, uma vez que as crianças e os adolescentes estão deixando um contexto para ingressar em outro”, destaca Cliciane. “Conhecendo a resposta emocional de cada um, o professor pode trabalhar para fortalecer o trabalho educacional.”

O apoio da Editora Opet

Pelas próximas semanas, a equipe de assessores e formadores pedagógicos da Editora estará em campo para o primeiro grande momento formativo de 2024, que coincide com os primeiros movimentos do ano letivo. “Nessas formações, propomos discussões e reflexões que colaboram para esse mapeamento inicial estratégico”, explica Cliciane. “Elas também permitem entender como essas crianças e estudantes aprendem, e, também, como transformar objetos de aprendizagem em conhecimento, de forma intencional e significativa.”