Arapongas (PR): formação pedagógica reúne 1.100 professores

A semana foi de diálogo, trocas e construção conjunta do conhecimento em Arapongas, município parceiro da Editora Opet no norte do Paraná.

Lá, na segunda e terça-feira (10 e 11), nada menos do que 1.100 professores da Educação Infantil e dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental participaram de uma formação pedagógica para fortalecer a utilização das coleções e ferramentas digitais Sefe, com foco no segundo semestre. O trabalho envolveu 27 profissionais da Editora, que trabalharam com os educadores.

“Esta agenda faz parte do nosso cronograma anual. Neste período de recesso escolar, nossos professores e professoras participaram desse importante momento para aprimorar ainda mais a metodologia aplicada em sala de aula”, ressaltou a secretária municipal de Educação de Arapongas, Cristiane Rossetti (foto/SMCS Arapongas).

Arapongas e a Editora Opet são parceiros desde o ano passado, e a formação continuada trabalhou com temas associados às coleções “Entrelinhas para Você” e “Caminhos e Vivências”, além dos recursos da plataforma educacional digital Opet INspira.

Momento Estratégico

A importância desse momento é destacada pela diretora geral de ensino de Arapongas, Vandréa Vital Cestari. “A formação pedagógica para o segundo semestre é uma ferramenta importante para o desenvolvimento do planejamento semestral”, observa.

“É um momento único, em que todos os professores que lecionam no mesmo ano se unem, trazendo suas experiências próprias, expectativas e anseios. Mas, também é essencial para aprender cada vez mais sobre o uso do material, tirar suas dúvidas e aprender ainda mais sobre o sistema.”

Confira fotos da formação!

(*) – Com informações da Comunicação Social da Prefeitura Municipal de Arapongas.

Editora Opet chega a Maragogi e inicia parcerias públicas no Estado de Alagoas

O sistema de ensino Opet para a área pública acaba de chegar a Alagoas! Na segunda e terça-feira (10 e 11), a Editora Opet implantou oficialmente os materiais e ferramentas Sefe na rede municipal de ensino de Maragogi.

O município do extremo norte alagoano, que é reconhecido nacionalmente como um dos melhores destinos turísticos de praia do Brasil, também vem se destacando na educação. De 2022 para 2023, saltou da 95ª para a 8ª posição entre os 102 municípios do Estado no Índice de Qualidade Educacional de Alagoas 2023 (IQEAL), divulgado em junho pelas secretarias estaduais da Educação e do Planejamento.

A parceria com a Editora Opet reforça essa trajetória de crescimento. A partir do segundo semestre letivo, os professores e os estudantes do Ensino Fundamental passam a utilizar as coleções “Caminhos e Vivências” (1º ao 5º ano – Anos Iniciais) e “Ser e Viver” (6º ao 9º ano – Anos Finais). Passam a contar, também, com o apoio e o acompanhamento pedagógico da Editora Opet na formação pedagógica dos professores. E, também, com os recursos e as avaliações diagnósticas do Programa inDICA.

“Nós estamos avançando e, com certeza, com o trabalho e as formações oferecidas pela Editora Opet, vamos avançar ainda mais em relação à qualidade da nossa educação”, diz o secretário municipal de Educação de Maragogi, José Arthur Cavalcante Bezerra.

A meta da secretaria, afirma o secretário, é fazer com que o município esteja entre os três melhores do Estado no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), com as crianças alfabetizadas na idade certa. E os materiais Opet foram escolhidos para participar desse processo.

“O material foi escolhido por critérios técnicos e por meio de licitação. O que nos chamou a atenção, especialmente, foi a boa qualidade. E os excelentes conteúdos pedagógicos”, observa. “Posso afirmar que os professores ficaram entusiasmados e muito felizes com o sistema de ensino.”

O secretário municipal de Educação, José Arthur Cavalcante Bezerra (à direita), o prefeito Fernando Sérgio Lira Neto, gestores e a representante da Editora Opet, Vanessa Lima Martins, durante a implantação do sistema de ensino.

Melhores expectativas

O supervisor regional da Editora Opet responsável pelo trabalho com Maragogi, Glaylson Rodrigues, está animado com a implantação. “É um novo município parceiro em um Estado, Alagoas, onde a marca Opet ainda não havia chegado”, observa. “Assim, nossas expectativas são as melhores, assim como as dos professores e dos gestores maragogienses. Estamos muito felizes em participar desse momento e desse fortalecimento da educação de Maragogi”.

Educação mais relevante

A professora Maria da Apresentação Barros Vidal Pires é diretora de Ensino de Maragogi e participou diretamente de todo o processo relacionado aos novos materiais e ferramentas educacionais. Para ela, a chegada do sistema de ensino da Editora Opet deve tornar a educação municipal mais relevante, cidadã e cultural.

“Acredito que, a partir dele, é possível melhorar ainda mais as práticas escolares aqui no nosso município”, avalia. “Queremos avançar cada dia mais no nosso processo de ensino-aprendizagem.”

Química poderosa! Plataforma Opet INspira ganha Tabela Periódica interativa

A Editora Opet acaba de lançar um recurso educacional digital (RED) fantástico na plataforma educacional INspira: uma Tabela Periódica Interativa com acesso via desktop, tablet ou smartphone, repleta de objetos educacionais originais que facilitam a aprendizagem de Ciências e de Química. Ou melhor: que encantam os estudantes dos Anos Finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio para a área estratégica e desafiadora de Ciências da Natureza e suas Tecnologias!

A Tabela Periódica, explica Michelly Vieira, analista de tecnologia educacional responsável pelo acompanhamento do projeto, é fruto da dedicação e do conhecimento de especialistas no ensino de Química e dos profissionais dos setores de Tecnologia Educacional (TE) e Editorial da Editora Opet.

Um produto original, planejado e construído com o cuidado e o conhecimento que caracterizam o trabalho Opet, e que também conta com recursos de acessibilidade (Menu Acessibilidade e o Hand Talk).

Além do átomo

De forma lúdica, atraente e intuitiva, a Tabela Periódica incorpora, organiza e inter-relaciona uma série de recursos digitais – podcasts, textos, vídeos explicativos e animações – que fornecem dados, propõem perguntas e estimulam a investigação. Esses recursos são integrados à proposta pedagógica Opet e permitem ao estudante e ao professor explorar cada um dos 118 elementos químicos – e ir além.

“Ao acessar a Tabela, o usuário pode comparar os elementos, conhecer suas propriedades e descobrir como eles estão presentes no dia a dia das pessoas. Por ser interativo, o recurso estimula a aprendizagem por meio da investigação a cada clique”, observa Michelly.

… muita informação!

Para acessar a Tabela Periódica, é preciso ter um login e uma senha da plataforma educacional digital Opet INspira. E chegar ao recurso é muito fácil: basta ingressar, localizá-lo no menu principal, clicar e pronto!

Instantaneamente, o usuário verá a tabela periódica e, à esquerda, um menu com acesso a podcasts sobres os grupos químicos (Hidrogênio, Metais Alcalinos, Metais Alcalinoterrosos, Metais de Transição, Grupo Boro, Grupo Carbono, Grupo Nitrogênio, Caldogênios, Halogênios, Gases Nobres, Lantanídeos e Actinídeos) e sobre a classificação química. Também no menu, ele encontrará uma série de vídeos curtos com foco em curiosidades associadas aos elementos químicos.

De olho na tabela

Focamos, então na própria tabela: ao direcionar o cursor e clicar sobre o elemento químico, o usuário terá acesso a uma série de informações, a começar por uma representação gráfica, em animação, do conjunto núcleo-eletrosfera, acompanhada da ficha técnica (com classificação, número atômico, símbolo, peso atômico etc.).

Além disso, cada elemento traz textos com a descrição do elemento, aplicações e curiosidades e uma bibliografia que permite aos estudantes e aos professores irem além em seus estudos e na preparação das aulas.

“A Tabela Periódica é mais uma ferramenta que oferecemos para ampliar as possibilidades de ensino e aprendizagem. O recurso permite que os usuários identifiquem e respondam questões do cotidiano ao explorarem os diferentes objetos integrados”, sintetiza Michelly.

Sem dificuldades para usar

Em caso de dúvida, os usuários podem acessar o tutorial em vídeo do recurso. Basta clicar sobre o ícone do robô que fica do lado direito, embaixo, na tela da própria Tabela Periódica – não tem erro!

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RED Opet INspira: da eletrosfera… ao sistema solar!

Do micro ao macro: na plataforma educacional Opet INspira, os usuários também se conectam a outro RED superpoderoso: um Sistema Solar interativo que pode ser acessado em tablets, smartphones ou desktops. Para acessar, basta ir ao menu principal da plataforma Opet Inspira e encontrar o ícone “Sistema Solar”. Clicou, está dentro!

A ferramenta é 100% intuitiva e conta com recursos de acessibilidade (Menu Acessibilidade e o Hand Talk). Ela traz dois níveis de informações que se complementam:

. A primeira tem a ver com a visualização do sistema solar a partir de diferentes pontos do espaço. Imagine-se dentro de uma nave espacial situada em uma distância capaz de abarcar o sol e os oito planetas, de Mercúrio a Netuno (lembrando que, desde 2006, Plutão deixou de ser considerado um planeta e passou à condição de “planeta anão”, segundo a União Astronômica Internacional – UAI).

Usando o sistema de navegação, é possível observar o sistema de diferentes ângulos, no chamado “modo livre”, e perceber as órbitas, as velocidades e os tamanhos; se preferir, é possível optar pelo “modo fila”, que coloca os astros alinhados, o que também permite comparações.

. O segundo nível de informação pode ser acessado com um clique nos ícones dos astros situados na parte de cima da tela. Ao clicar, o usuário recebe informações básicas e, com mais um clique, entra em uma tela com informações completas, galeria de imagens e os dados mais recentes de pesquisa sobre o astro.

Então, prontos para viajar pelo Sistema Solar? Vamos lá!

Formação presencial reúne mais de 300 professores em Guapiaçu (SP)

Nesta semana, o município de Guapiaçu – um importante parceiro Opet na região de São José do Rio Preto (SP) – reuniu 305 professores e gestores para sua primeira formação presencial com a equipe pedagógica da Editora Opet.

O trabalho, que pela Opet foi coordenado pelo supervisor regional Fernando Corrêa, levou uma equipe de 13 formadores ao município.

Ao longo dos dois dias, na segunda e na terça-feira (03 e 04), eles trabalharam uma série de temas, com foco na Educação Infantil, Ensino Fundamental (Anos Iniciais e Anos Finais), Especialidades, Atendimento Educacional Especializado (AEE) e, também, nos gestores.

Na noite de segunda-feira, foi realizado um Encontro com Familiares (EFAM) dos alunos da rede municipal, com foco nos estudantes dos Anos Finais do Ensino Fundamental. A conversa, com o tema “É tempo de brincar!”, foi conduzida pela assessora pedagógica Márcia Ribeiro.

Planejamento e resultado

“Essa formação pedagógica foi pensada com cuidado, no sentido de estreitar a parceria. A ideia é aproximar os professores dos recursos analógicos e digitais do sistema de ensino e fazer com que esta aproximação gere ganhos de aprendizagem no segundo semestre”, explica o supervisor Fernando Corrêa.

Ele reforça que um aspecto bastante trabalhado foi o das boas práticas educativas. Os professores não apenas são convidados a conhecer a importância dessas práticas, como também são convidados a compartilhar suas próprias boas práticas.

Durante a formação em Guapiaçu, cada segmento da educação trabalhou com um tema. Foram abordados temas como criatividade, diversidade cultural, avaliações, o papel do professor como designer de experiências de aprendizagem, jogos – do livro didático à inteligência artificial e, no caso dos gestores, acolhimento e escuta sensível como cultura escolar.

Em relação à temática, Fernando explica que ela é o resultado de um trabalho prévio intenso da equipe da Editora e dos gestores municipais.

“A equipe pedagógica pesquisa e analisa temáticas pertinentes e, a partir daí, constrói planejamentos que formam malhas formativas. Elas incorporam demandas específicas de cada município, de cada rede de ensino. A partir daí, há um alinhamento com os parceiros e é construída a proposta de formação.”

Engajamento e resultados

Denis Angelo dos Santos é supervisor de Escola da secretaria municipal de Educação de Guapiaçu e foi um dos gestores responsáveis, no município, pela formação. Ele avaliou o momento formativo como extremamente positivo.

“Os professores até agradeceram por esse momento. Eles estavam muito engajados, especialmente pela dinâmica trazida pelos facilitadores, que fez com que o evento fosse muito cativante. Nós só ouvimos elogios”, conta.

Um dos fatores para esse sucesso, observa, foi a soma entre teoria e prática.

“Os facilitadores se colocaram em pé de igualdade com os professores, o que é importante. E as oficinas trouxeram o ‘mão na massa’, o fazer. Isso favoreceu muito o evento.”

Denis também destacou a importância do encontro entre profissionais de educação de diferentes escolas.

“Foi um momento de troca de figurinhas, acolhimento e crescimento profissional” – com resultados promissores. “Agora, esses professores vão voltar do pós-férias engajados, querendo fazer coisas novas, aplicando os aprendizados com os alunos, a educação só tem a ganhar com esse tipo de formação docente.”

Pontos fortes no atendimento

Para a coordenadora municipal de Educação de Guapiaçu, Denise de Fernando, os pontos mais fortes do trabalho desenvolvido com a Editora Opet são o contato direto e a dedicação no atendimento. “Temos a honra de contar com a parceria com a Opet”, diz ela. “Espero continuidade, integração, melhoria de IDEB, diminuição da defasagem entre alunos que sofreram com a pandemia e qualidade de ensino.”

Informação e sucesso: os dados da avaliação e a transformação da aprendizagem

Nos últimos anos, a avaliação diagnóstica cresceu muito em importância na educação brasileira, passando a fazer parte da realidade de gestores e professores das redes pública e privada de ensino.

Sancionada e indicada em leis ou documentos normativos como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (no Art. 24, V, a) e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a avaliação diagnóstica é um instrumento preciso, técnico e efetivo para a melhoria da aprendizagem dos alunos da Educação Básica.

Uma boa avaliação diagnóstica – construída a partir de parâmetros sólidos, cujos dados são lidos tecnicamente para gerar um diagnóstico preciso – é capaz de transformar a educação.

“É exatamente isso que buscamos com o inDICA”, explica Silneia Chiquetto, que coordena as atividades programa de avaliação da Editora Opet. “É uma ação conjunta das redes de ensino e da equipe da Editora Opet. Nós desenvolvemos a ferramenta avaliativa que será aplicada pelos professores nas escolas, oferecemos a formação pedagógica, fazemos a leitura e a interpretação das informações e entregamos aos parceiros os resultados. Com esses subsídios, é possível avançar na aprendizagem.”

Retorno à sala de aula

O ciclo da avaliação, observa Silneia, se completa quando os dados “retornam à sala de aula”, como um plano de intervenção ou como elementos de ajuste do planejamento e da prática docentes.

“Na verdade, esse é um ciclo contínuo, que pode ser formatado em termos anuais, para uma evolução permanente da aprendizagem”, explica Silneia. “O essencial, porém, é fazer a conexão entre os resultados, o planejamento e a ação.” E é exatamente isso que os parceiros do inDICA estão fazendo.

Vamos tomar como exemplos dois parceiros do programa: São Pedro do Turvo, município paulista de oito mil habitantes situado na região de Marília, e Chapecó, município do extremo oeste catarinense de 250 mil habitantes. Redes de ensino de dimensões diferentes, com realidades específicas e o desafio de fortalecer a aprendizagem. E que já estão trabalhando com os resultados com foco no segundo semestre.

Em ambos os municípios, a realização da avaliação mobilizou as equipes da educação municipal – gestores e professores, além, é claro, dos estudantes que fizeram as provas e de suas famílias. Pela Editora, o trabalho envolveu a equipe do inDICA – Silneia Chiquetto e Cláudio Takayasu, que fizeram o acompanhamento das aplicações e da devolutiva, e Antonio Maluf, que esteve à frente da geração dos resultados, geração de acessos e da operacionalização da plataforma inDICA.

São Pedro do Turvo (SP)

Em São Pedro do Turvo, os resultados da primeira avaliação diagnóstica, realizada nos dias 27 e 28 de abril, serão utilizados no planejamento das ações. Lá, os estudantes do 5º ano do Ensino Fundamental foram avaliados nos componentes de Língua Portuguesa e Matemática.

A supervisora municipal de São Pedro do Turvo, professora Joseane Pedroso Antonangelo, explica que os dados obtidos com a avaliação são estratégicos para a educação municipal. “O objetivo do nosso município é voltar a ter o melhor IDEB do oeste paulista, que, antes da pandemia, era de 7,7”, explica.

Joseane ressalta que, em relação aos ganhos de aprendizagem – algo essencial, que se reflete diretamente no valor alcançado pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) –, o município pretende garantir que os alunos se fortaleçam. “Queremos que eles dominem as habilidades necessárias para dar prosseguimento aos estudos, com competência, seja na rede pública ou na rede privada”, observa.

E como o Programa inDICA impacta no planejamento da educação municipal? “O trabalho é de fundamental importância”, sintetiza a supervisora. “Ter nossos pontos fracos e fortes apontados por uma empresa externa, que não está emocionalmente envolvida com o processo educacional, nos dá segurança para os próximos passos, traçando as metas e estratégias.”

Apresentação dos resultados e dos parâmetros de avaliação para a equipe gestora de São Pedro do Turvo.

Chapecó (SC)

Chapecó, o maior município do oeste de Santa Catarina e um dos principais polos econômicos do sul do Brasil, aderiu ao inDICA em 2022. “O Programa inDICA é uma ferramenta inovadora no sentido de avaliação diagnóstica e formativa para aprendizagem do estudante”, observa Astrit Tozzo, secretária municipal de Educação de Chapecó. “Quando inserido no contexto de planejamento global do currículo, resulta em indicadores para o docente ajustar suas práticas e orientar a melhoria do desempenho dos estudantes.”

O gerente do Ensino Fundamental da rede municipal de ensino de Chapecó, Marcelo Frank Dal Piva, explica o alcance da avaliação do inDICA. “A avaliação diagnóstica do programa nos possibilitou um diagnóstico cognitivo de cada instituição educativa, de cada turma e de toda a rede de ensino. Isso localizou as fragilidades e potencialidades da aprendizagem dos alunos”, conta.

Segundo ele, com base nos dados concretos e nos itens apontados pelo inDICA, os gestores estão planejando as intervenções e as mobilizações necessárias da comunidade escolar. “Essa mobilização abrange ações metodológicas, formações e aquisição de materiais, entre outras possibilidades.”

A etapa avaliativa deste ano em Chapecó foi realizada nos dias 28 e 29 de março e envolveu nada menos do que 13,5 mil estudantes do 1º ao 9º ano do Ensino Fundamental – Anos Iniciais e Finais.

“Os dados obtidos nessa avaliação e na avaliação anterior são extremamente importantes. A partir deles, conseguimos avaliar o percurso já trilhado e fazer as reconduções e encaminhamentos pedagógicos necessários. Um trabalho que é pensando de forma conjunta, caso a caso, com as instituições educativas”, observa o gestor.

As expectativas, garante, são as melhores possíveis. “Ao trabalhar com dados e referenciais concretos e pontuais dentro dos percursos educativos, construímos nossos planos e suas estratégias de forma mais significativa e assertiva.”

Plano de intervenção

A coordenadora do inDICA na Editora Opet, Silneia Chiquetto, explica que o objetivo principal dos dados e indicadores obtidos na avaliação é auxiliar a equipe pedagógica em um repensar do planejamento que já está em andamento, para produzir um plano de intervenção.

“É importante observar que o plano de intervenção não parte do zero – ele se inscreve no próprio planejamento dos professores”, explica. “Mais do que uma escrita de práticas e ações, o plano propõe e promove uma mudança de postura do professor frente a práticas e ideias que ele já tem em relação à sua turma. É uma caminhada, algo que não se faz do dia para a noite. A ideia é avançar cada vez mais na busca da qualidade na aprendizagem e na educação”, observa.

(*) – Com informações e fotos da Comunicação Social de Chapecó.

Programa inDICA: formação mais flexível para professores e gestores!

Mais flexível! A partir de julho de 2023, o Programa inDICA, da Editora Opet, passa a oferecer uma nova modalidade de formação pedagógica para os professores e gestores participantes das avaliações diagnósticas. Além dos modelos presencial e online, eles também poderão fazer a formação para o inDICA em formato EAD. Essa formação, assíncrona, tem mesma duração dos demais modelos, que é de 16 horas.

Com a nova modalidade, os participantes podem organizar o tempo da formação de acordo com suas possibilidades. “Essa foi uma demanda que nasceu dos próprios parceiros do programa”, explica a coordenadora do inDICA, Silneia Chiquetto.

E o que abrange a formação?

O novo modelo – que é integralmente produzido, conduzido e atualizado pela equipe do Programa inDICA e dos demais departamentos da Editora Opet –, abrange os mesmos conteúdos das formações presencial e online.

Ao longo das 16 horas formativas, os participantes trabalham com os temas gerais relacionados à avaliação diagnóstica e ao Programa inDICA, como a importância da avaliação, seus formatos, resultados com indicadores, o plano de intervenção e os aspectos legais. Trabalham, também, com temas específicos dos componentes curriculares de Língua Portuguesa e Matemática, que são o foco das avaliações no Brasil e que contribuem para a organização do plano de intervenção. Ao final, os professores e gestores são avaliados e recebem uma certificação.

O Programa inDICA

Desenvolvido pela Editora Opet a partir de décadas de experiência com educação, o Programa inDICA é um importante recurso para o fortalecimento da aprendizagem dos estudantes da Educação Básica. Hoje, ele é utilizado por redes de ensino de Estados como Minas Gerais, São Paulo, Ceará, Mato Grosso e Santa Catarina.

Para saber mais sobre a importância da avaliação diagnóstica e sobre o Programa inDICA, CLIQUE AQUI.

Muitos olhares para a Educação:

Jornada Formativa Multirregional reúne professores e gestores do PR e SC em Curitiba

Professores especialistas e gestores de 27 municípios parceiros da Editora Opet no Paraná e em Santa Catarina viveram nesta semana uma experiência enriquecedora de troca de ideias e de construção conjunta do conhecimento. Eles estiveram em Curitiba para participar da 2ª Jornada Formativa Multirregional, que na quinta e sexta-feira (15 e 16) reuniu mais de 150 inscritos. Entre os professores especialistas estiveram os de Arte, Educação Física e Inglês e, entre os gestores, secretários, diretores de escola e coordenadores da Educação Infantil e do Ensino Fundamental.

A jornada formativa multirregional, como explica Fabíola Schiebelbein, coordenadora pedagógica da Editora Opet, é uma oportunidade especial para a troca de conhecimentos e experiências. “Os professores e os gestores trazem suas questões, desafios e soluções, e também dialogam com os formadores da Editora. Eles percebem, por exemplo, que muitas das suas questões, das suas dúvidas, são as mesmas de outros gestores, e que há diferentes possibilidades de resposta. Esses conhecimentos são compartilhados”, observa Fabíola.

Desafios e caminhos compartilhados

Nadia Terezinha Poletto é secretária municipal de Educação de Ponte Serrada, município da região oeste de Santa Catarina que se tornou parceiro Opet neste ano. “O contato mais próximo com a equipe da Editora, assim como com os outros gestores, é algo muito importante”, avalia.

“Muitas vezes, a forma como o gestor de outro município lida com os problemas é diferente, e isto gera reflexão. Essa vivência é muito importante.” Ela considera a parceria com a Editora excelente. “Alcançou e foi além das nossas expectativas. Os professores estão maravilhados!”, conta.

A secretária municipal de Educação de São Sebastião da Amoreira (PR), Francisca Barbosa da Silva Bueno, participou da formação dos gestores da Educação Infantil. “A importância desse encontro, dessa formação, é muito grande. Nós, gestores, devemos estar por dentro de tudo o que acontece na educação municipal – e a Educação Infantil é uma parte muito importante deste contexto”, observa.

“Estou gostando muito da formação. Os temas são pertinentes. E, além disso, nós vemos que as dificuldades são compartilhadas, assim como os caminhos para solucionar os problemas.”

“Essa troca de experiências entre municípios e até mesmo entre Estados, com suas caraceterísticas e desafios, é bem importante”, avalia Glaucia Keila Cabral Santos, secretária municipal de Educação de Carlópolis, parceiro situado no chamado Norte Pioneiro paranaense.

“Da mesma forma, é importante trazer os gestores da secretaria e das escolas para que eles conheçam diferentes realidades da educação, assim como as novas tecnologias educacionais que surgiram durante e no pós-pandemia”, pondera.

Vivências da Educação

Cristiane de Carvalho Aguiar dos Santos é professora de Inglês da rede municipal de ensino de Paranaguá e veio para formação específica do componente curricular. Para ela, o encontro em Curitiba é uma inspiração. “Cada professor mostra o cenário do seu município, fala do seu trabalho, sua realidade, e a partir disto surge uma curiosidade: será que eu poderia levar essas experiências para a minha sala de aula?”, conta.

“Essas trocas até nos dão ideias para projetos como os que apresentamos ao Prêmio Ação Destaque, da Editora Opet”, explica. Cristiane, aliás, foi duas vezes premiada no Ação Destaque, e já está se preparando para a edição deste ano, que acontece no segundo semestre.

A professora Elisângela da Silva Oliveira veio de Grão-Pará, município do sul de Santa Catarina  – foi sua primeira vez em um encontro multirregional. “Não me arrependo de ter vindo, mesmo!”, conta. “Só posso dizer que minha mente mudou. É muito aprendizado e vale muito a pena”, comemora.

Diversidade de experiências e olhares

A assessora pedagógica Micheli Nakonaski foi uma das responsáveis da Editora pela formação dos gestores da Educação Infantil. “Estamos reunindo educadores e gestores de muitos municípios, e a diversidade de experiências e olhares que eles estão trazendo é muito grande. O sucesso de um evento como esse está na troca dessas experiências, e nós estamos tendo muito sucesso nisto. Existe uma potência reforçada de aprendizado”, observa.

A gerente pedagógica da Editora Opet, Cliciane Élen Augusto, destaca a importância da presença dos professores e dos gestores em Curitiba, cidade-sede da Editora Opet. “Recebê-los aqui é como quando a gente recebe alguém em casa. Pensamos em tudo com muito carinho, cuidado e foco nos temas de interesse formativo. Além disso, Curitiba oferece muitas experiências culturais, o que também colabora para uma formação mais ampla dos participantes”, observa. Cliciane destaca, ainda, a adesão dos participantes, que este ano foi muito grande. “Eu diria que este evento tem um potencial muito grande de crescimento para o ano que vem.”

A jornada multirregional tem como formadores os assessores pedagógicos Daniel Masetto, Luciano Gurski, Marcia Ribeiro, Micheli Naconaski e Vera Rauta, com a orientação das supervisoras pedagógicas Marina Rhinow e Rubia Cristina da Costa. O evento foi organizado pela equipe de Supervisão Regional da Editora Opet – Daniela Gureski, Elaine Fernanda, Jéssica Fernanda, Kelly Lotz e Fernando Correa -, com a orientação da coordenadora pedagógica Fabíola Schiebelbein e da gerente pedagógica Cliciane Élen Augusto.

CONFIRA MAIS FOTOS DA 2ª JORNADA MULTIRREGIONAL EM NOSSA PÁGINA NO PINTEREST

De Chat GPT e outros bots: os desafios da educação em tempos de Inteligência Artificial (2ª Parte)

 

Rodrigo Wolff Apolloni, especial para a Editora Opet

Na história da tecnologia, 2023 provavelmente ficará marcado como “o ano em que fizemos contato” com a inteligência artificial (IA). As reflexões e investigações em IA, é certo, são mais antigas. Elas ganharam força nas últimas décadas e ainda mais nos últimos 15 anos, com usos em campos que vão da inteligência bancária à engenharia de materiais, passando pela publicidade e pelo arriscado campo das ciências militares.

No entanto, foi apenas em 2023 que, graças a ferramentas como o Chat GPT (e, um pouco antes, em 2021, com o DALL-E, programa de IA que cria imagens a partir de descrições em texto), “máquinas que pensam e respondem como pessoas” chegaram às mídias e ao grande público. E entraram em cena “causando”: espanto, encantamento, dúvidas e receios. Inclusive – e particularmente – no campo da educação.

Na segunda parte da nossa série especial sobre o Chat GPT e mecanismos semelhantes, buscamos entender os efeitos da IA sobre a educação, com foco no papel dos usuários – professores e estudantes – em relação aos melhores usos das ferramentas. A boa notícia é: sim, elas vieram para ficar – sabendo usá-las, os resultados são inspiradores. Confira!

🤖💡 Máquinas que pensam

Heitor Murilo Gomes é doutor em Informática e professor assistente em Inteligência Artificial na Victoria University of Wellington, na Nova Zelândia. Desde a graduação, ele pensa em “máquinas que pensam”. Ou melhor, em algoritmos que permitam às máquinas chegar mais perto do que concebemos como “pensamento” ou “inteligência artificial”.

Em 2023, além de prosseguir em suas pesquisas sobre “aprendizagem de máquina contínua” (de forma sintética, modelos de algoritmos que possibilitam aos computadores aprender coisas novas, sem esquecer o que já foi aprendido), ele se viu às voltas com uma questão essencial: como usar o Chat GPT com os estudantes?

🔴🟡🟢Um sistema de cores

Heitor conta que, em sua instituição e em outras universidades neozelandesas, o primeiro semestre do ano corrente começou com um “pânico generalizado” em relação à ferramenta. A perspectiva nas semanas anteriores ao início do semestre, conta, era a de que os professores indicassem o nível de utilização aceitável pelos estudantes logo no primeiro dia de aula usando uma escala de cores.

Vermelho, para as disciplinas em que o uso é terminantemente proibido (exigindo 100% de inteligência humana nas pesquisas e na produção de textos); amarelo, para usos autorizados previamente determinados, e verde, para o uso livre, com a condição de que os estudantes trabalhassem de forma crítica com os conteúdos gerados (analisando, por exemplo, a construção e o teor das respostas fornecidas pela máquina).

⚖️ Questão ética

Essa primeira aproximação “normativa” mostra o grau de preocupação docente em relação ao novo recurso. Mostra, também, que a primeira luz sobre o tema se relaciona ao aspecto ético da utilização: como fazer com que os alunos não “deleguem o aprendizado” ao computador, deixando de aprender e de pensar criticamente?

“Como atuo em uma universidade, não sei exatamente como as escolas do Ensino Fundamental estão lidando com a questão. Mas, imagino que proibir o uso é impossível. A ferramenta, afinal, está disponível”, observa Heitor.

Proibições, de fato, não costumam funcionar tão bem em relação a novidades tecnológicas. E contramedidas comuns, como o uso de ferramentas de detecção de plágio, tampouco. Elas, que, curiosamente, também utilizam recursos de IA, são frágeis e podem gerar falsas detecções.

Assim, resta um caminho aos usuários da educação: conhecer a ferramenta, descobrir suas virtudes e carências. E, a partir daí, trabalhar em um “sistema de tutoria” baseado na soma entre a inteligência humana e a inteligência artificial – com predominância da primeira, na forma de planejamento e visão crítica.

O Chat GPT, enfim, é uma ferramenta poderosa, mas que só alcança seu potencial educacional quando conduzida por um guia experimentado – o professor, que é quem deve perceber e definir seus usos e as formas de interação mais proveitosas no processo de ensino-aprendizagem.

Exemplo de imagem gerada, a pedido de um usuário, pelo Midjourney, ferramenta de IA que cria desenhos a partir de descrições textuais em vários idiomas.

📚 No tempo da enciclopédia…

Para a gerente pedagógica da Editora Opet, Cliciane Élen Augusto, a celeuma envolvendo a chegada do Chat-GPT não é muito diferente das que envolveram outras tecnologias associadas à pesquisa e à sua popularização. Nos últimos trinta anos, por exemplo, as pesquisas escolares trocaram a enciclopédia (até então vista como a fonte “definitiva” de consulta) pela internet e pelos motores de busca. Uma tecnologia disruptiva chegou, gerou preocupação, foi conhecida, ganhou espaço e acabou internalizada pela sociedade.

“Com o Chat-GPT, eu imagino que tenhamos um processo semelhante. E vejo a ferramenta como uma oportunidade fantástica para a educação, com um potencial enorme de melhorar o processo de ensino pelos professores e a experiência de aprendizagem dos estudantes.  Não é preciso ter medo, mas conhecer”, assinala Cliciane.

👍 Algumas vantagens

Ainda que o Chat GPT seja bom em fornecer respostas textuais rápidas e convincentes – característica de seu formato conversacional, ou seja, de mimese da comunicação humana –, seu melhor uso, para efeitos educacionais, não está na delegação de perguntas. Perguntar, aliás, é fácil, e é sedutoramente cômodo receber uma resposta pronta – ainda que, como vamos ver, nem sempre ela seja a mais precisa.

Na verdade, o usuário pode e deve pensar no Chat GPT como um “assistente de compreensão”, uma ferramenta capaz de oferecer outras perspectivas de análise ou pesquisa. “Ferramentas como essa são muito boas em sumarizar textos, ou seja, em sintetizá-los. Também são boas para reescrever textos, de modo a tornar sua compreensão mais fácil”, aponta Heitor.

O que, no caso de estudantes de nível superior que estão chegando a áreas recheadas de termos técnicos, pode ser interessante; e o mesmo vale para estudantes que estão se preparando, por exemplo, para o ENEM e os vestibulares, ou que estão estudando um texto mais difícil.

Para os professores, a ferramenta também pode ser utilizada na preparação das aulas, para analisar e reescrever questões complexas tornando-as mais acessíveis ou, então, para gerar questões subsidiárias derivadas da pergunta-chave. Ou, ainda, em um processo dialógico que nasce dessa mesma pergunta. “Pode-se continuar o diálogo com a ferramenta, problematizando a resposta, questionando e ampliando a discussão. Fazendo, enfim, uma personalização desse aprendizado – que é um grande ou o principal diferencial da IA”, avalia Cliciane.

A mesma lógica de “diálogo com a máquina” também funciona para os planejamentos. O professor pode preparar seu planejamento, expô-lo ao Chat-GPT e pedir planejamentos alternativos, que complementem ou coloquem o documento original em perspectiva. Em síntese: o pensamento humano “desafia” o pensamento artificial, que responde oferecendo novas perspectivas.

Heitor destaca ainda o papel do Chat-GPT em traduções e, também, como assistente de criatividade em histórias. Por exemplo: peça à ferramenta que escreva o parágrafo de abertura de uma história em que o artista catalão Salvador Dalí está passeando pela praia de Ipanema, no Rio de Janeiro. Nós fizemos isso e obtivemos a seguinte resposta:

“Salvador Dalí estava passeando pelas estreitas e coloridas ruas de Ipanema, com seu chapéu ladeado cintilando ao sol da tarde. O cenário era abastecido por flores coloridas e praias deslumbrantes, que contrastavam com uma ligeira brisa salgada que soprava do oceano. Ele seguiu para o calçadão onde os moradores locais e turistas de todo o mundo passavam o tempo. Sua curiosidade despertou, pois podia sentir que aquele momento e lugar…”

Não podemos afirmar que seja um texto genial, mas funciona perfeitamente como ponto de partida para uma história – e ainda pode ser modificado pelo autor humano.

O momento da criação: Chat-GPT em processo de resposta ao nosso “convite literário”.

⚠️ Questão de intencionalidade

Todos os usos acima indicados partem de um pressuposto essencial: a intencionalidade. Para Cliciane, essa é a palavra-chave em relação aos usos vantajosos do Chat-GPT e de ferramentas similares na educação. O termo, aliás, está na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para indicar intervenções pedagógicas planejadas e implementadas com vistas às aprendizagens e ao desenvolvimento integral.

Não basta, enfim, pensar no Chat-GPT como um elemento “em si”, mas, sim, como parte de um ferramental educacional que pode entregar bons resultados quando utilizado com conhecimento, planejamento e em uma ação que envolva todos o docente e os estudantes.

“Salvador Dalí andando pela praia de Copacabana, Rio de Janeiro”. Ilustração gerada pela ferramenta de IA do DALL-E a partir de descrição textual.

👎 Mas, e as desvantagens?

Quem já usou o Chat-GPT de forma mais intensa sabe que, muitas vezes, as respostas geradas não são, assim, uma maravilha em termos de precisão. O que acontece, em princípio, porque o sistema não é perfeito – ele está em desenvolvimento – e porque utiliza bases de dados que também contêm erros, distorções ou “buracos” de informação. A tecnologia não é, enfim, definitiva.

Experimente, por exemplo, colocar questões sobre um tema que você domina e avalie o grau de acuidade das respostas. Os textos vêm bem escritos – o que facilita o convencimento –, mas nem sempre trazem informações precisas ou verdadeiras.

E é aí que o problema acontece. “Há um risco muito grande de que uma pessoa sem o devido conhecimento, sem uma leitura prévia do tema pesquisado, use o Chat-GPT para chegar a uma conclusão definitiva”, avalia Heitor. “O que é grave porque, em especial no campo da educação, desaprender é muito mais difícil do que aprender”, pondera.

Heitor também observa que as máquinas são treinadas e alimentadas por seres humanos, o que pode contaminá-las com visões de mundo imprecisas e até com elementos ideológicos perigosos. As respostas, muitas vezes, nascem de uma soma entre dados cientificamente precisos e imprecisos, o que pode enganar usuários não especialistas.

E como resolver esse problema? Fazendo aflorar no usuário uma característica humana básica e preciosa – a desconfiança. “O estudante não precisa entender os mecanismos por trás da IA, mas deve desconfiar sempre das respostas”, decreta o pesquisador.

Outro aspecto importante e que deve ser levado em conta. O Chat-GPT costuma ceder a réplicas negativas, moldando-se à opinião de quem pergunta. “Como ele tende a agir de forma positiva em relação ao usuário, costuma ceder quando é ‘admoestado’. O que é perigoso porque pode produzir um viés de confirmação de ideias enviesadas apresentadas de forma insistente pelo usuário”, explica Heitor.

Há, também, a questão mais visível do plágio. Não apenas pela “malandragem” da delegação de uma tarefa, mas pelo fato de que, com o Chat-GPT, todo o trabalho é delegado à IA. “No plágio ‘clássico’, em que o aluno copia partes ou o todo do trabalho de outros autores, ainda existe uma chance mínima de ele aprender algo, no próprio processo. Usando o Chat-GPT, nem isso acontece”, observa Heitor. Aqui, uma solução possível passaria pela interpretação dos textos: o aluno apresentou o trabalho? Então, peça que ele fale mais sobre o tema!

⚖️ Os recursos e a lei

Cliciane lembra que, no Brasil, a discussão sobre as novas tecnologias digitais é contemplada pela legislação educacional, em especial a partir da homologação da chamada “BNCC da Computação” – o Parecer CNE/CEB 2/2022 -, em outubro do ano passado. O documento, que complementa a BNCC, define as normas relativas à computação na Educação Básica. Ele indica que cabe aos Estados, municípios e Distrito Federal iniciar a implementação da diretriz ao longo deste ano.

“A lei já garante que esses recursos, inclusive os relacionados à IA, cheguem às escolas de maneira intencional e voltada ao pensamento computacional, em relação com os demais componentes curriculares”, observa.

Nesse contexto, a Educação Midiática, que pode ser definida como o “conjunto de habilidades para acessar, analisar, criar e participar de maneira crítica do ambiente informacional e midiático em todos os seus formatos – dos impressos aos digitais” (no conceito do Programa Educamídia), assume um papel fundamental.

“A Educação Midiática deve perpassar o uso correto e ético dessa ferramenta”, indica Cliciane. “Por meio dela, podemos perceber o Chat-GPT como uma ferramenta – mais uma, entre várias – que não funciona de forma isolada. Um recurso que pode e deve ser utilizado em uma perspectiva multidisciplinar.”

🔮 Futuro

O potencial de encantamento pelo Chat-GPT é real. Seu poder, idem. Diante disso, vem a pergunta: podemos esperar que, no futuro, ele – ou ferramentas semelhantes, como o Bard, do Google – substitua sistemas de buscas consagrados como o Google? A pergunta é genérica, mas vale muito para a educação: afinal, boa parte das atuais pesquisas escolares nasce nos motores de busca.

Heitor Murilo Gomes acredita que não. Em especial, porque nem todas as perguntas pedem respostas como as que o Chat-GPT oferece. “Se eu quero encontrar um restaurante chinês perto da minha casa, por exemplo, não vou querer uma resposta extensa ou que traga a história da culinária chinesa, mas uma indicação e um mapa. Um link, enfim”, observa.

Ele acredita que o futuro passa por uma fusão entre os recursos de IA conversacional e os dos atuais mecanismos de busca. “Se o mecanismo de IA permitir a inclusão de links para além da resposta textual, há uma grande possibilidade de ele substituir as buscas tradicionais. Aliás, já há informações de que o Bing, da Microsoft, vai fazer isso. E também o Baidu, principal motor de busca chinês, e o Google.”

E em relação a outras novidades, o professor da Universidade de Wellington acredita que estamos vivendo o início de um ciclo de investimentos. “Há muitas empresas querendo investir e há muitos pesquisadores querendo receber esses investimentos. Vão surgir coisas novas, com certeza. Até onde sei, no caso do Chat-GPT estamos perto de um limite de possibilidades, mas nada impede que outras técnicas possam fortalecê-lo. E nada impede, também, que uma nova tecnologia venha a substituir o que temos hoje em termos de IA.”